Corpos espumosos e o confronto com a vulnerabilidade
“Em boa sociedade não se fala do que envolve cuidar de alguém que esteja realmente frágil.” Neste ensaio, Carolina Flores desafia a regra.
“Em boa sociedade não se fala do que envolve cuidar de alguém que esteja realmente frágil.” Neste ensaio, Carolina Flores desafia a regra.
Xullaji é um nome incontornável no panorama do hip-hop português. Mas o seu trabalho e a sua influência vão muito além das fronteiras do género; com uma consciência política aguçada e uma curiosidade ávida, falou com o Shifter sobre o seu percurso e as suas mais recentes reflexões em torno dos algoritmos que inspiram trabalhos como Templo de Sílica.
O livro de Layla Martínez, Caruncho, agora disponível numa tradução portuguesa pela mão da editora Antígona, é uma obra de alta-ficção literária com nuances de
O insuspeito Henry Lefebvre caracterizava, num afamado livro, a “reunião de objectos em lojas, montras e expositores” como “razão e pretexto para reunião de pessoas,
O femicídio ou homicídio de vítimas de violência doméstica quando já decorria uma investigação criminal denota uma grande falha dos sistemas de avaliação de risco, que deveriam ser a base da intervenção dos órgãos de polícia criminal face à denúncia deste tipo de condutas violentas, que se sabe terem tendência a escalar quando ocorre a denúncia da situação pela vítima.
A história do Twitter, agora X, e da dificuldade em abandonarmos colectivamente a plataforma é mais do que uma história sobre tecnologia, é uma história sobre capitalismo, os limites da democracia e os trunfos do populismo.
Os 486 minutos de Ronaldo no Euro 2024 mostram como a busca por retornos financeiros consegue distorcer a lógica competitiva do desporto rei.
“O problema aqui não é historiográfico ou circunscrito aos discursos públicos que versam sobre a história e memória colectiva. É uma janela a partir da qual nos podemos interrogar sobre o sentido destes debates na contemporaneidade.” José Pedro Monteiro, historiador, explora neste ensaio como questões do passado colonial português reverberam e se reconfiguram na atualidade.
Debruçando-se sobre a relação com o espaço e o corpo, a tecnologia e a desmaterialização do capitalismo, o conhecimento e a ignorância, a crítica e o tempo, Marina Garcés mostra-nos a importância de questionar e criticar o que damos por adquirido.
Se o design tem efetivamente um papel político, na polémica em torno do logótipo do Governo/República foi usado como arma de arremesso. Com isso, perdeu-se uma excelente oportunidade para reflectir sobre design no espaço público.
Eyal Weizman arquitecto, investigador, professor e fundador da Forensic Architecture, agência de investigação de Goldsmith, falou com o Shifter sobre o projecto colonial israelita, os mais recentes acontecimentos, e a forma como tudo isso se cruza com a prática da agência.
Joana G. Sá é uma das vozes que se tem feito ouvir no nosso espaço público na defesa de mais e melhor ciência. Formada em Física, descreve-se como uma Cientista Social e procura colocar os métodos quantitativos ao serviço dos problemas da sociedade.
A proposta deste texto é simples, e é, na verdade, a de não propor nada. Trata-se de pensar sobre possibilidade e de iniciar uma discussão que parece estar a ser constantemente adiada há quase um século, pelo menos desde as previsões de 1930 de Keynes.
Falar para os arquitetos de um medo inventado na sua linguagem, refutando os factos (leia-se, mentiras) que apresentam, nunca nos salvará precisamente porque o que os move não é a reposição da verdade, mas sim a imposição do poder.
Os memes que se aproveitam da saudade de épocas passadas são retrobait, acumulando gostos e partilhas em nome de uma nostalgia acolhedora. Mas, por detrás desse sentimento caloroso e confuso, há empresas digitais a extrair os teus dados e a ganhar dinheiro com a tua saudade.
O Shifter publica um excerto de Terra Queimada, de Jonathan Crary, crítico de arte e professor de Teoria e Arte Moderna na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Horas antes da sessão especial no Batalha do filme “Vestida de Azul”, organizada pelo Queer Lisboa, Valeria Vegas, autora da biografia de Veneno, encontrou-se com o Shifter no foyer de um hotel da Avenida dos Aliados.
Práticas culturais absolutamente arbitrárias parecem suceder-se em catadupa — poderá isso estar relacionado com status?
João Ribeiro é o psiquiatra por trás da implementação do primeiro programa de terapia assistida por ketamina, num hospital público, na Europa, bem como da primeira clínica em Portugal, Liminal Minds, a possibilitar o tratamento assistido com esse fármaco.
“As Três Irmãs”, peça vencedora do Prémio Amélia Rey Colaço TNDM II, chega a cena pelas mãos de Tita Maravilha. Mostra-nos como celebrar “a individualidade dentro do coletivo”.
Marco Baravalle e Emanuele Braga estarão no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, para uma apresentação ao vivo do manifesto Art for UBI. Antes disso, responderam a algumas questões sobre este trabalho e o seu tema central, o Rendimento Básico Incondicional (RBI ou UBI, na sigla em inglês).
No 5º Encontro Com Impacto convidamos o filósofo André Barata para uma conversa ao vivo sobre Capitalismo e Saúde Mental. Uma relação improvável e audaz, resultado de uma forma de ver e estar no mundo sem medo do questionamento e da busca por uma outra forma de vida.
Em 2010, a Rússia ganhou a votação para organizar o Mundial de 2018 e, para a surpresa de muitos, nesse mesmo dia o Catar foi escolhido para organizar o torneio seguinte, em 2022.
Quando no último domingo, Carolina Valentim saiu de casa de câmara fotográfica ao ombro, não conseguia prever o desfecho daquele dia, mas já tinha uma certeza: seria um momento histórico. Carolina é fotógrafa, natural de Lisboa, e vive há 8 anos em São Paulo. Não é brasileira, mas já sente as dores e as alegrias do Brasil como suas. Publica no Shifter uma fotorreportagem dos “dias mais felizes” da sua vida.
No meio de um relativo vazio programático foram apresentados os habituais diagnósticos estruturais da nação. No entanto, estes chavões tendem a ser uma constante repetição dos desafios históricos da sociedade portuguesa, e acabam por dificultar o nosso entendimento das mudanças a acontecer debaixo dos nossos pés.
Refastelada no sofá, aperto o botão do play para dar uma oportunidade à primeira temporada de Next in Fashion, programa norte-americano dedicado à competição de
Ainda que complexa do ponto de vista geográfico, político e histórico, a guerra na Ucrânia fez-nos reassentar os pés na terra e olhar de uma