Corpos espumosos e o confronto com a vulnerabilidade
“Em boa sociedade não se fala do que envolve cuidar de alguém que esteja realmente frágil.” Neste ensaio, Carolina Flores desafia a regra.
“Em boa sociedade não se fala do que envolve cuidar de alguém que esteja realmente frágil.” Neste ensaio, Carolina Flores desafia a regra.
Xullaji é um nome incontornável no panorama do hip-hop português. Mas o seu trabalho e a sua influência vão muito além das fronteiras do género; com uma consciência política aguçada e uma curiosidade ávida, falou com o Shifter sobre o seu percurso e as suas mais recentes reflexões em torno dos algoritmos que inspiram trabalhos como Templo de Sílica.
Na ressaca do X o Bluesky parece a rede social perfeita mas é bom não nos deixarmos cair na ilusão. O céu agora está azul mas as nuvens podem aparecer.
Os meses que passaram foram ricos em recomendações. Costuma ser assim a cada rentrée: é como se a vida tivesse estado em pausa e, em
O seu papel na história da tecnologia foi crucial, mas nem sempre reconhecido. Lynn Conway foi pioneira na concepção de chips e lutou por visibilidade.
Eyal Weizman arquitecto, investigador, professor e fundador da Forensic Architecture, agência de investigação de Goldsmith, falou com o Shifter sobre o projecto colonial israelita, os mais recentes acontecimentos, e a forma como tudo isso se cruza com a prática da agência.
Joana G. Sá é uma das vozes que se tem feito ouvir no nosso espaço público na defesa de mais e melhor ciência. Formada em Física, descreve-se como uma Cientista Social e procura colocar os métodos quantitativos ao serviço dos problemas da sociedade.
Somos “equiparados a jornalistas” e não jornalistas de plenos direitos – só de plenos deveres. De qualquer forma, no dia 14 de Março não publicaremos nada no Shifter nem no LPP, e juntamos o nosso silêncio ao dos demais que nesse dia procuram, pela gravidade da ausência, fazer ouvir as suas reivindicações.
O Governo cometeu erros na transposição da diretiva sobre direito de autor, mas sobretudo perdeu a oportunidade de melhorar a lei.
Não somos nós, utilizadores, que decidimos onde ir, mas as redes sociais que calculam – no sentido mais matemático do termo – onde nos querem levar. E se isso pode ter um efeito prático útil, os efeitos secundários merecem mais atenção.
As políticas de Allende para a tecnologia, e aqueles de que se rodeou para influenciar e materializar a sua visão são uma fascinante história com muito por contar. E que agora ganha voz, ou vozes, na série de 9 episódios em podcast de um aprofundado trabalho de investigação resultado de mais de 200 entrevistas, empreendido por Evgeny Morozov.
Horas antes da sessão especial no Batalha do filme “Vestida de Azul”, organizada pelo Queer Lisboa, Valeria Vegas, autora da biografia de Veneno, encontrou-se com o Shifter no foyer de um hotel da Avenida dos Aliados.
Os novos modelos de Inteligência Artificial captaram a atenção de tudo e todos. Com a sua capacidade para gerar texto como nunca antes visto, surgiram medos de que possam destruir empregos em massa. Será essa ameaça real? Ou os pressupostos desse medo são mais sociais e políticos do que tecnológicos?
“As Três Irmãs”, peça vencedora do Prémio Amélia Rey Colaço TNDM II, chega a cena pelas mãos de Tita Maravilha. Mostra-nos como celebrar “a individualidade dentro do coletivo”.
Para além dos resultados em termos de performance, que abordaremos mais à frente, o lançamento do GPT-4 trouxe consigo uma novidade. Pela primeira vez, alegando “o panorama competitivo e as implicações de segurança de grandes modelos de linguagem”, o artigo relatando o novo lançamento da OpenAI não aborda em detalhe a arquitectura do modelo, o hardware envolvido, as fórmulas de treino, os métodos usados, ou os dados de treino.
Nas áreas cheias de Matemática, como Engenharia e Economia, uma função-objectivo dá-nos a relação entre as variáveis de interesse num determinado modelo de um problema e o nosso sucesso a resolvê-lo — isto é, quais os valores dos parâmetros considerados que nos permitem chegar a um certo objectivo.
O caso Sokal não só é injusto para os estudos culturais como beneficia tremendamente as ciências e previne que um olhar mais sério e cético seja colocado sobre inumeráveis estudos.
O documentário “O Acto de Matar”, de Joshua Oppenheimer, nomeado para um Oscar em 2013, mostrou ao Norte Global as práticas dos esquadrões de morte indonésios nesse período, em que o Estado massacrou — com o apoio dos Estados Unidos — mais de um milhão de Indonésios acusados de serem comunistas. O Método de Jacarta” (Temas e Debates), primeiro livro do jornalista Vincent Bevins, lançado em 2020, é uma análise histórica desses acontecimentos.
Em entrevista ao Shifter, a autora do livro “Amanhã o Sexo Voltará a Ser Bom” diz que as mulheres não são “encorajadas a esperar grande felicidade e prazer no sexo”.
Nota inicial de Francisco Nunes para a edição portuguesa de “Um Manifesto Hacker”, livro da autoria de McKenzie Wark recentemente editado pela DeStrauss, com tradução de Francisco Nunes e design de Bruno Inácio.
Meses depois de Jordan Peele estrear Nope, o seu último filme, Rita Mota convida-nos a olhar criticamente para o que existe além das imagens.
Joe Paton, neurocientista e Director das Neurociências (Co-Diretor de Research) do Centro Champalimaud, falou com o Shifter sobre Inteligência Artificial e Inteligência Natural, as suas grandes diferenças e por onde seguir para aprofundar este debate.
Ao longo dos últimos meses, o ChatGPT alcançou uma popularidade inquestionável na internet, mas há muito para compreender além do superficial.
Prémios, entrevistas, um estúdio em expansão… Os fãs celebravam a grande vitória da criatividade sobre a incessante repetitividade de franchises e o fetichismo do realismo, e os criadores agradeciam publicamente a Marx e Engels na recepção dos Video Game Awards. Mas, como diz a frase tornada célebre pelo antropólogo russo Alexei Yurchak, “tudo era para sempre, até não o ser mais.”
Catarina Gonçalves voou até ao Egipto para assistir à COP27. Não ficou indiferente ao que viu e ouviu, e partilha, na primeira pessoa, as suas críticas e impressões.
Do Linhó para o Leffest, depois para a Cova da Moura — Angela Davis e Gina Dent passaram por Lisboa para falar sobre abolicionismo. O Shifter publica algumas notas sobre esta passagem.
Neste ensaio pretende-se problematizar o tema da autoria, em particular, questionar a sua natureza intemporal e definitiva. Uma intenção porventura pretensiosa, mas que não é mais do que uma tentativa de dissecar uma questão sem encará-la como um obstáculo a superar.