Opinião

Kanye West

Kanye West, o rapper da vida moderna

Não é sensato reduzir Kanye West ao estatuto de quasi-personagem de reality show que a cada ciclo de lançamento de um novo álbum gera controvérsia nos media. West foi uma pedra angular no desenvolvimento da cultura mais mainstream do rap.

O lado feio de alguns e eu que não fiz queixa 

Atualmente, uma vítima de abuso sexual tem até seis meses para apresentar queixa nas autoridades competentes. Eu demorei 8 meses até reconhecer que o que me aconteceu foi um crime de coação sexual, que não foi só uma noite desagradável em que dois homens me magoaram um bocado.

“A(wo)men”. Este não é um manifesto feminista

As perspectivas desinformadas ou infundadas do que é o feminismo são o principal obstáculo para a aceitação do rótulo “feminista”. Por causa da distorção do conceito em ideias radicais ou incoerentes da parte de um grupo pequeno, feminismo torna-se um termo que causa repulsa, desinteresse, como uma incessante chamada de telemóvel de um vendedor a tentar convencer-nos a aderir a um novo serviço. Talvez o presente texto se trate de um manifesto feminista, afinal; mas também aqui estava presente a consciência de que essa designação estaria associada a uma inibição de qualquer atenção posterior.

Espaço público como espaço democrático

É fundamental construirmos uma sociedade a partir dos seus espaços democráticos, caracterizados pelo confronto de mundivisões e que criam um debate denso e vivo, e consequentemente ideológico – é precisamente neste processo que se forma um pensamento crítico em vez de uma reacção histérica às mudanças sociais.

Amar como acto político

O acto de amar implica um conjunto de tomadas de posições políticas e, naturalmente, sociais – são planos inseparáveis. Por outras palavras, amar continua a implicar uma tomada de posição em relação ao mundo que nos rodeia.

Juventude, alicerces de vidro

Esta não é uma crónica sobre a perda de alguém. É, sim, uma reflexão sobre a forma inelutável com que escondemos a fragilidade da nossa própria existência, sem a qual não seríamos sequer dotados de experiências e vida.

Uma democracia falhada

Os contrastes entre maiorias sociais e eleitorais não são a causa, mas apenas o sintoma mais visível de uma total falência do sistema político norte-americano.

Pode a voz aproximar-nos em tempos de distanciamento?

Sentados à secretária, de computador ao colo ou de telemóvel em punho, habituámo-nos a encontrar ‘o outro’ nas redes sociais, nos feeds infinitos que nos atravessam o olhar a uma velocidade que, em som, não nos permitiria escutar com clareza nada do que é dito.

Os (e)feitos do streaming: rendição e conquista

Acompanhando a tendência mundial, as plataformas de streaming (Netflix, HBO, Disney+, Amazon Prime Video) impõem-se, sem limites, e (quase) sem regulação, como uma realidade da qual não podemos fugir. Em paralelo, o tecido audiovisual português padece, e os restos mortais fertilizam o solo sobre o qual estes titãs tecnológicos crescem, desenfreadamente, num ciclo vicioso interminável.

Há muito mais acerca de um Bairro Social do que a sua vista 

Há muito mais acerca de um Bairro Social do que a sua vista 

Como alguém que viveu em grande proximidade a um bairro social, onde a vista também era um dos principais pontos fortes (é verdade, lá em Setúbal tanto o Viso como a Bela Vista estão em zonas altamente cénicas), senti que devia fazer uma listagem de todas as desvantagens vívidas que fui aprendendo a reconhecer num bairro do género, a partir da minha própria experiência pessoal.

‘Tou só a ver: pseudociência, redes sociais e democracia

Uma das características mais absurdas, e portanto divertidas, e portanto difíceis de desmontar do populismo é o seu sentido desbragado de dizer com confiança o que outros, os sensatos, nem em sonhos ousariam pensar. É uma pesca de arrasto em rede fina, leva tudo adiante. Uns discordam de peito feito (nas redes sociais a democracia liberal jamais morreria), outros apoiam ou divulgam acriticamente (nas redes sociais a democracia liberal vai morrer), outros, a maioria, fica só a ver.

Como fazer um livro de forma independente

O meu nome é Alex Couto e quis o destino que tivesse um pequeno livro cor-de-rosa a bater bem mais do que esperava. Nova Lisboa. Não creio que tenha mudado a minha vida, mas ajudou-me a ficar mais seguro das minhas opções editoriais para o futuro.

Independente q.b. 

O que é, afinal, um órgão de comunicação social independente, como se legitima a sua reivindicação, como se comprova a sua validade? Existe uma escala, um critério, ou um formulário? O que têm em comum, por exemplo, o Fumaça e o Jornal Económico? E porque ambos reclamam, com as suas nuances, a mesma independência?