Porque não vamos abandonar o X – mas queríamos
Pode parecer contraditório. Não é raro sermos confrontados com a pergunta: “Porque continuam no X depois de tudo o que escrevem sobre as redes sociais
Pode parecer contraditório. Não é raro sermos confrontados com a pergunta: “Porque continuam no X depois de tudo o que escrevem sobre as redes sociais
A transformação de Mark Zuckerberg, cada vez mais alinhado com Elon Musk, marca o fim da tentativa de vender as redes sociais como espaços neutros e apolíticos. Da aproximação com Trump à crítica à regulação europeia, o fundador do Facebook abraça uma postura de confronto político que redefine o papel das plataformas digitais.
O insuspeito Henry Lefebvre caracterizava, num afamado livro, a “reunião de objectos em lojas, montras e expositores” como “razão e pretexto para reunião de pessoas,
A história do Twitter, agora X, e da dificuldade em abandonarmos colectivamente a plataforma é mais do que uma história sobre tecnologia, é uma história sobre capitalismo, os limites da democracia e os trunfos do populismo.
“O problema aqui não é historiográfico ou circunscrito aos discursos públicos que versam sobre a história e memória colectiva. É uma janela a partir da qual nos podemos interrogar sobre o sentido destes debates na contemporaneidade.” José Pedro Monteiro, historiador, explora neste ensaio como questões do passado colonial português reverberam e se reconfiguram na atualidade.
Debruçando-se sobre a relação com o espaço e o corpo, a tecnologia e a desmaterialização do capitalismo, o conhecimento e a ignorância, a crítica e o tempo, Marina Garcés mostra-nos a importância de questionar e criticar o que damos por adquirido.
Uma imagem gerada por IA tornou-se no maior viral desde que começou a operação militar de Israel em Gaza. Se as intenções de cada partilha não são mensuráveis e as consequências se diluem no tempo, o momento é um pretexto interessante para reflectir sobre o que este coro de partilhas nos diz sobre a mediatização digital do conflito, e falar mais uma vez sobre a perversa utilização da Inteligência Artificial no terreno.
Maria Conceição Tavares, economista e professora luso-brasileira, uma das principais figuras do pensamento desenvolvimentista no Brasil, faleceu aos 94 anos no Estado do Rio de Janeiro. Neste artigo revisitamos o seu percuso ímpar.
O Shifter publica um excerto de Sair da Nossa Impotência Política de Geoffroy de Lagasnerie, traduzido por Diogo Paiva e editado em português pela BCF Editores em Novembro de 2021.
Se o design tem efetivamente um papel político, na polémica em torno do logótipo do Governo/República foi usado como arma de arremesso. Com isso, perdeu-se uma excelente oportunidade para reflectir sobre design no espaço público.
Eyal Weizman arquitecto, investigador, professor e fundador da Forensic Architecture, agência de investigação de Goldsmith, falou com o Shifter sobre o projecto colonial israelita, os mais recentes acontecimentos, e a forma como tudo isso se cruza com a prática da agência.
Joana G. Sá é uma das vozes que se tem feito ouvir no nosso espaço público na defesa de mais e melhor ciência. Formada em Física, descreve-se como uma Cientista Social e procura colocar os métodos quantitativos ao serviço dos problemas da sociedade.
Falar para os arquitetos de um medo inventado na sua linguagem, refutando os factos (leia-se, mentiras) que apresentam, nunca nos salvará precisamente porque o que os move não é a reposição da verdade, mas sim a imposição do poder.
As políticas de Allende para a tecnologia, e aqueles de que se rodeou para influenciar e materializar a sua visão são uma fascinante história com muito por contar. E que agora ganha voz, ou vozes, na série de 9 episódios em podcast de um aprofundado trabalho de investigação resultado de mais de 200 entrevistas, empreendido por Evgeny Morozov.
Marco Baravalle e Emanuele Braga estarão no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, para uma apresentação ao vivo do manifesto Art for UBI. Antes disso, responderam a algumas questões sobre este trabalho e o seu tema central, o Rendimento Básico Incondicional (RBI ou UBI, na sigla em inglês).
O risco dos grande modelos de linguagem como o ChatGPT não é o de uma catástrofe técnica de computadores maliciosos. Muito mais concretamente, os grandes modelos de linguagem ameaçam tornar-se um desastre democrático.
Para além dos resultados em termos de performance, que abordaremos mais à frente, o lançamento do GPT-4 trouxe consigo uma novidade. Pela primeira vez, alegando “o panorama competitivo e as implicações de segurança de grandes modelos de linguagem”, o artigo relatando o novo lançamento da OpenAI não aborda em detalhe a arquitectura do modelo, o hardware envolvido, as fórmulas de treino, os métodos usados, ou os dados de treino.
Nas áreas cheias de Matemática, como Engenharia e Economia, uma função-objectivo dá-nos a relação entre as variáveis de interesse num determinado modelo de um problema e o nosso sucesso a resolvê-lo — isto é, quais os valores dos parâmetros considerados que nos permitem chegar a um certo objectivo.
O documentário “O Acto de Matar”, de Joshua Oppenheimer, nomeado para um Oscar em 2013, mostrou ao Norte Global as práticas dos esquadrões de morte indonésios nesse período, em que o Estado massacrou — com o apoio dos Estados Unidos — mais de um milhão de Indonésios acusados de serem comunistas. O Método de Jacarta” (Temas e Debates), primeiro livro do jornalista Vincent Bevins, lançado em 2020, é uma análise histórica desses acontecimentos.
No 5º Encontro Com Impacto convidamos o filósofo André Barata para uma conversa ao vivo sobre Capitalismo e Saúde Mental. Uma relação improvável e audaz, resultado de uma forma de ver e estar no mundo sem medo do questionamento e da busca por uma outra forma de vida.
Em 2010, a Rússia ganhou a votação para organizar o Mundial de 2018 e, para a surpresa de muitos, nesse mesmo dia o Catar foi escolhido para organizar o torneio seguinte, em 2022.
Quando no último domingo, Carolina Valentim saiu de casa de câmara fotográfica ao ombro, não conseguia prever o desfecho daquele dia, mas já tinha uma certeza: seria um momento histórico. Carolina é fotógrafa, natural de Lisboa, e vive há 8 anos em São Paulo. Não é brasileira, mas já sente as dores e as alegrias do Brasil como suas. Publica no Shifter uma fotorreportagem dos “dias mais felizes” da sua vida.
No meio de um relativo vazio programático foram apresentados os habituais diagnósticos estruturais da nação. No entanto, estes chavões tendem a ser uma constante repetição dos desafios históricos da sociedade portuguesa, e acabam por dificultar o nosso entendimento das mudanças a acontecer debaixo dos nossos pés.
As consequências da guerra na Ucrânia vão além fronteiras. As sanções contra a Rússia continuam a aumentar e o número de refugiados já ultrapassa os cinco milhões. Na União Europeia, o reforço das políticas de defesa e a diversificação das fontes de energia parecem tornar-se uma prioridade.
“Mas isto também não significa que a literatura se desvanece completamente. É no momento extremo, no momento de tragédia, no momento de ameaça que a literatura provém dentro de nós, pois todas as histórias e livros que lemos explicam-nos o mundo em nosso redor.”
Ainda que complexa do ponto de vista geográfico, político e histórico, a guerra na Ucrânia fez-nos reassentar os pés na terra e olhar de uma
O “fim da história” foi anunciado no momento em que deixamos de ter bombas nucleares a pairar ameaçadoramente sobre as nossas cabeças. Quando parecia ter-se
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