Geral

Como se traduz brain rot? 

Brain rot foi eleita palavra do ano. Junta-se ao leque de expressões com que vamos fingindo abordar seriamente os efeitos das redes sociais nas sociedades contemporâneas, como já em 2020 tinha acontecido com doomscrolling.

Imagem ilustrativa que segundo os seus autores pretende representar o poder e o lucro das empresas, sustentados pela exploração, controlo e dominação, nas mãos de alguns especuladores com poder de decisão, na sua maioria brancos e homens. Na imagem temos uma representação estilizada do complexo sistema da Inteligência Artificial, várias mãos aparentemente brancas a controlar esse sistema, e alguns elementos que recordam o seu impacto global, como notas que aparecem a desfazer, um emoji repetindo sequencialmente e que parece ir derretendo, e um conjunto e homens reunidos sobre uma mesa onde se vê o mapa mundo.

E se a IA for um problema e não uma solução para a crise climática?

Embora o hype tecnológico em torno da blockchain tenha gerado críticas pelo alto consumo energético, a Inteligência Artificial segue sem receber o mesmo escrutínio. E se a IA for parte do problema e não da solução para a crise climática? Esta é uma análise crítica sobre esses impactos e a necessidade de incluir a questão ambiental no debate sobre o futuro da tecnologia.

Na imagem vemos um plano aproximado de um homem com um globo azul entre as duas mãos. Um olhar atento permite-nos perceber esse homem é Elon Musk, apesar de não aparecer a sua face completa.

O vício colectivo que deixou o mundo nas mãos de Musk

A história do Twitter, agora X, e da dificuldade em abandonarmos colectivamente a plataforma é mais do que uma história sobre tecnologia, é uma história sobre capitalismo, os limites da democracia e os trunfos do populismo.

Imagem criada pelos artistas Anne Fehres e Luke Conroy com o título "Data is a Mirror of Us". A imagem é uma colagem digital com múltiplas camadas onde um elemento se destaca pela sua repetição: o espelho. Entre os diversos espelhos surgem cabos, processadores e figuras humanas, dando corpo a esta ideia de que os nossos dados digitais, utilizados pela IA, são o nosso reflexo.

Qual a aparência da Inteligência Artificial?

Ao expandir as nossas representações visuais e discursivas da IA, temos a oportunidade de influenciar positivamente como esta tecnologia será integrada e utilizada no futuro, promovendo um desenvolvimento mais ético e sustentável. Todas as respostas à pergunta do título estarão de alguma forma erradas, o importante é pararmos de errar sempre no mesmo sentido.

Cartaz 'Portugal não é um país pequeno: superfícies do império colonial português comparadas com as dos principais países da europa' / O cartaz teve origem na Exposição Colonial de 1934, e é um cartaz que projecta a dimensão colonial português no território europeu de modo a comparar a sua dimensão. O mapa é visivelmente antigo, os territórios estão ilustrados a amarelo e a área correspondente À dimensão colonial portuguesa está ilustrada a vermelho.

De volta à “raça”: usos da história e memória do colonialismo nas redes sociais

“O problema aqui não é historiográfico ou circunscrito aos discursos públicos que versam sobre a história e memória colectiva. É uma janela a partir da qual nos podemos interrogar sobre o sentido destes debates na contemporaneidade.” José Pedro Monteiro, historiador, explora neste ensaio como questões do passado colonial português reverberam e se reconfiguram na atualidade.

Recorte da imagem gerada em IA, que se tornou viral, com o texto 'All Eyes on Rafah'

Inteligência Artificial, indignação viral e o conflito real

Uma imagem gerada por IA tornou-se no maior viral desde que começou a operação militar de Israel em Gaza. Se as intenções de cada partilha não são mensuráveis e as consequências se diluem no tempo, o momento é um pretexto interessante para reflectir sobre o que este coro de partilhas nos diz sobre a mediatização digital do conflito, e falar mais uma vez sobre a perversa utilização da Inteligência Artificial no terreno.

Imagem da Google I/O com Sundar Pichai, CEO da Google, perto de um gigante ecrã demonstrando o AI Overview

É esta a inovação que esperamos da Inteligência Artificial?

Enquanto dezenas de milhares de empresas tentam aproveitar as novas tecnologias de IA generativa para criar aplicações que sejam realmente úteis — não simples geradores de textos a metro ou de quadros decorativos — a narrativa mediática em torno da IA é completamente dominada pelo que vai sendo lançado em Silicon Valley.

Imagem do filme Her em que vemos o personagem principal, representado por Joaquin Phoenix, a olhar para o ecrã do computador onde habitualmente corre o seu assistente pessoal com a voz de Scarlett Johansson com um ar desanimado.

Para os CEOs das tecnológicas, a distopia é o mais importante

Por muito que agitemos, que gozemos, ou chamemos à atenção para o facto de os titãs da tecnologia estarem a retirar as suas referências e os produtos do contexto — tudo é em vão. É óbvio que os CEOs não querem saber do que os críticos culturais pensam das suas aspirações e, para além disso, temos de compreender que estas distopias lhes são activamente úteis. 

A grande revolução dos pequenos gestos

As grandes revoluções também se fazem de pequenos gestos. E nem todos terão um lugar na História proporcional à sua real importância. Nem todos serão dignos de notícia ou atenção. Likes ou visualizações. E muitos menos serão tornados símbolos, onde voltamos uma e outra vez. Mas isso não nos deve demover. 

Sair da Nossa Impotência Política

O Shifter publica um excerto de Sair da Nossa Impotência Política de Geoffroy de Lagasnerie, traduzido por Diogo Paiva e editado em português pela BCF Editores em Novembro de 2021.

Notas sobre logótipos, design, política e função

Se o design tem efetivamente um papel político, na polémica em torno do logótipo do Governo/República foi usado como arma de arremesso. Com isso, perdeu-se uma excelente oportunidade para reflectir sobre design no espaço público.

Os grandes modelos de linguagem, automação e trabalhos de merda

A proposta deste texto é simples, e é, na verdade, a de não propor nada. Trata-se de pensar sobre possibilidade e de iniciar uma discussão que parece estar a ser constantemente adiada há quase um século, pelo menos desde as previsões de 1930 de Keynes.

Imagem de uma cena do filme, em que um personagem vestido com um fato branco surge de pé junto a uma pequena piscina onde algumas crianças brincam.

The Zone of Interest e como (não) se retrata um genocidio

The Zone of Interest é uma obra que foge a todo e qualquer padrão habitual daquilo a que a dita “narrativa de holocausto” nos foi habituando, relegando novamente o romantizado à condição de estranho e alienígena — portanto, realista e humano — que sempre lhe pertenceu.