O contrário da violência. Registos de uma residência artística na Palestina

O contrário da violência. Registos de uma residência artística na Palestina

15 Outubro, 2024 /
Paisagem de Belém, de onde se vê uma colónia israelita ladeada de casas palestinianas. Fotografia de Jule Kurbjeweit

Índice do Artigo:

Quando digo a alguém que fui recentemente à Palestina, perguntam-me muitas vezes se fui trabalhar com alguma organização ativista. Mas a verdade é que não “fiz” lá grande coisa. Observei muito, mas sobretudo estive presente. E embora gostasse de dizer que fiz mais do que isso, estar presente foi importante.

Viajei até Belém, a partir de Lisboa, para acompanhar a residência Sounds of Places, organizada pelo Wonder Cabinet, um espaço cultural fundado por Elias e Yousef Anastas, arquitetos palestinos e co-fundadores da Radio AlHara. Estávamos no final de maio, o plano era ficar até ao dia 2 de junho. 

Todos os anos, esta residência de arte sonora é dedicada a um local específico. Este ano seria o vale de Cremisan, uma das últimas áreas naturais na região de Belém, ameaçada de anexação pelo Estado de Israel. Ao ir ao Cremisan e realizar uma programação artística e pública lá, tentámos chamar a atenção para este caso (quanto mais atenção, mais difícil se torna a anexação ‘silenciosa’), revigorar a área e mantê-la viva. Estar presente para proteger, salvaguardar.

Enquanto estivemos por lá, o músico Alabaster Deplume comparou as nossas atividades no vale com o movimento que estimula a circulação sanguínea: movimento e atividade para manter a zona viva. Estando rodeados por uma certa iminência de morte, tudo estava dedicado à vida.

Existe uma lei controversa do tempo dos otomanos que estabelece que as terras que não tenham sido cultivadas durante três anos seguidos podem ser reclamadas e tornar-se terras do Estado. O Estado de Israel está a abusar desta lei, primeiro impedindo os palestinianos de acederem às suas próprias terras e depois reclamando-as com a justificação de que não foram cultivadas. Mas o princípio da lei faz-me pensar no que Robin Wall Kimmerer, por exemplo, escreve sobre como a colheita (na medida certa) pode ser necessária para a sobrevivência e a saúde de uma cultura agrícola. Como a presença (humana) na terra e a sua utilização podem, se feitas com respeito, protegê-la e garantir o seu bem-estar. Relacionada com a ideia de custódia de uma forma mais ampla, trata-se da responsabilidade para com a terra, a responsabilidade de estar presente nela e de a cultivar, ou seja, de a co-construir.

Fotografia de um vale, com árvores plantadas em diversas filas cobrindo a superfície. Acima, num dos planaltos, vemos um conjunto de prédios bege. Num segundo plano está outro vale com características semelhantes e, ao fundo, alguns prédios. // Fotografia de Jule 
Kurbjeweit
A vista do vale de Cremisan, de onde se vêem colónias israelitas ilegais. Fotografia de Jule Kurbjeweit

Não é por acaso que se fala de ‘presença protetora’ (protective presence) para descrever a iniciativa de ativistas acompanharem agricultores ou pastores para os proteger dos assaltos e das agressões dos colonos. Estar presente é também proteger, salvaguardar.

Diante da ameaça de apagamento, a mera existência (presença) é resistência, e a criação (artística ou outra) dá expressão a tal existência-resistência. O que é a arte, senão a criação de marcas que dizem “estou aqui, presente. (E tenho algo para partilhar)”? É o contrário do desaparecimento; é uma afirmação da própria existência, que implica a capacidade de testemunhar, de imaginar e de contribuir para a construção coletiva do mundo (world-making). A existência é a capacidade de impactar e, até um certo ponto, mudar o mundo à volta. Fazer arte é o reconhecimento de que estar no mundo é moldá-lo.

A paisagem ganhou três instalações sonoras que articulam os sons e elementos do vale: um conjunto de ‘espelhos sonoros’ que refletem uma soundscape emitida por altifalantes ocultos, misturada com os sons próprios do vale; sinos em tamanho real ativados pelo vento que atravessa o vale ou por uma pessoa que utiliza o baloiço incorporado; um moinho de vento que gera eletricidade a partir de energia natural e que ativa um instrumento de cordas enquanto o som resultante é captado e transmitido a transdutores ligados a uma panela com água, amplificando as vibrações no seu interior. Os sons do vale são os sons dos seus elementos naturais, mas também dos elementos que vêm a perturbar e cortar a paisagem, os sons do aparato colonial. Estas instalações foram encomendadas no âmbito da residência e refletem muito do que se pensou ao longo daqueles dias.

Cartaz do evento Sounds of Places. O Cartaz tem fundo branco e tipografia a vermelho, as informações surgem não só no alfabeto latino, como utilizamos em Portugal, mas também no alfabeto árabe. No centro do cartaz surgem como elementos decorativos uma bandeira da Palestina e um globo com alguns pontos - estas ilustrações são inteiramente brancas apenas com linhas de contorno dos principais elementos a vermelho.
No cartaz da residência Sounds of Places lêem-se os nomes dos artistas que por lá passaram.Fotografia de Jule Kurbjeweit

Sounds of Places é um espaço temporário de ressonância, uma caixa de som que amplifica os sons do vale, a sua luta e a realidade palestiniana que se faz sentir nele. Dá corpo à voz e voz ao corpo – ao corpo da terra e das suas pessoas. E este corpo está constantemente sob ameaça de expropriação e apagamento. Um corpo na luta contra o desaparecimento. Assim, esta caixa de som não é fechada sobre si mesma. Reverbera as realidades de outros lugares, interligados nas suas experiências. Sendo corpo de ressonância, comunica com outros corpos, ecoa e reflete outras realidades parecidas com dinâmicas de violência cuja lógica é a mesma, cuja frequência é a mesma. A lógica do colonialismo, de expropriação e apagamento em causa no Cremisan ecoa a violência genocida que a faixa de Gaza experiencia, que a Palestina toda experiencia, que todos os povos colonizados e oprimidos experienciam. O Cremisan, e a caixa de ressonância que Sounds of Places tem criado, ressoa com a realidade do país todo, da Palestina toda, e mais além.

À esquerda, uma escultura que vai quase até a meio da imagem. A ocupar grande parte do campo da imagem está vegetação e, ao fundo, vêem-se alguns edifícios e pequenos vales que rompem a paisagem.
À esquerda a escultura “Stonesourcing”, de AAU Anastas (atelier de arquitetura dos irmãos Elias e Yousef), que pousa sobre a paisagem com a Road 60 ao fundo. Fotografia de Jule Kurbjeweit

Durante aquelas semanas, Sounds of Places contou com músicos e artistas locais, nacionais e internacionais, muitos deles, mas não todos, com uma ligação biográfica com a Palestina. Os sentimentos partilhados de horror e a tristeza que têm reforçado a dedicação de cada um deram ao programa uma profundidade, um outro significado. Estavam a criar arte sem intermediários, escolheram estar ali como resposta à destruição do seu território.

Um lugar para a arte na revolução

Desde o princípio, a minha participação em Sounds of Place era muito objetiva: não estava ali como artista, mas como acompanhante. A viagem e visita que fiz estavam, na verdade, planeadas originalmente para novembro de 2023. Com o despontar da guerra, do genocídio, fui adiando; até aparecer um momento em que várias coisas encaixaram, inclusive esta residência, e também percebi que não era uma questão de aguardar um pouco para a situação acalmar. Sou alemã em recuperação, para usar a expressão da minha amiga ‘americana em recuperação’. A minha tia, cujo marido é palestino, e que viveu em Jerusalém por muitos anos, tinha-me alertado que talvez eu não fosse muito bem-vinda pelos palestinos, sendo alemã, já que a Alemanha é o segundo maior exportador de armas para Israel e um de seus aliados mais importantes, e então vista como um dos piores inimigos dos palestinos. Teria compreendido perfeitamente se isso tivesse acontecido. Mas a minha experiência foi o contrário: recebi as boas-vindas mais calorosas por todas as partes, inclusive quando não estava na companhia de amigos palestinos. Talvez pela minha presença na Cisjordânia, no momento atual, deve ter ficado bastante claro como me posicionava. Mas não foi só isso. E também não foi só a hospitalidade célebre deste povo.

Fui sentindo que as pessoas estavam sempre contentes por receber visitantes e saber que havia interesse por eles, pelo seu país e pela sua luta. Mas sobretudo pela sua vida. Como disse Elias, um dos fundadores do Wonder Cabinet, o facto de pessoas visitarem a Palestina e fazerem coisas acontecer, também é resistência. A presença é resistência e a presença protege. O interesse na Palestina, não apenas pelas questões políticas, mas também como um local com uma cena criativa e artística viva e vibrante, apoia a luta pela libertação. Embora um país pequeno (e cada vez menor por causa dos açambarcamentos de terra), a Palestina é cheia de talento, inclusive artístico. Reconhecer a Palestina não apenas como um lugar de guerra e ‘conflitos’ – e os palestinos não apenas como vítimas – é também reconhecer a sua humanidade, em toda a sua riqueza e diversidade. E mesmo assim, apesar de querer chamar a atenção para tudo o que existe além da violência, da guerra, do genocídio e da ocupação, a guerra, o genocídio e a ocupação estão sempre em primeiro lugar, sempre presentes, nunca se perdem de vista; são sempre lembrados.

No dia 26 de maio, a força aérea israelense atacou um campo de deslocados em Tel al-Sultan, Rafah, incendiando as tendas e queimando pessoas vivas. Conhecido como o massacre das tendas, ou massacre de Rafah, foi o incidente mais mortífero da ofensiva de Rafah, matando entre 45 e 50 palestinos e ferindo mais de 200. Nesse momento, várias questões surgiram: Qual a relevância do nosso programa, das nossas atividades face a tal violência? Qual a relevância de qualquer atividade? Qual o valor de algo supostamente bonito, poético, enquanto as pessoas morrem? Qual o valor da arte, da criação e da beleza num mundo tão feio? Será que se trata de engano egocêntrico, uma maneira de se sentir melhor diante da impotência?

Perante a violência massiva e indizível de um massacre e dos últimos meses, a arte facilmente parece uma futilidade, um luxo. Por mais bonito e simbólico que seja, enquanto o mundo não ouve e a máquina de destruição avança sem restrições nem remorsos, qualquer afirmação da própria existência pode parecer pouco mais do que uma tentativa desafiadora ou desesperada de se agarrar à vida. Mas poderá realmente ter valor e relevância?

A Radio AlHara, cujo estúdio se vê à esquerda, foi co-fundada pelos criadores da residência, juntamente com outros amigos. Fotografias de Jule Kurbjeweit

Diz-se que não há revolução sem arte e eu tendo a concordar. Mas estou consciente das limitações do impacto da arte no mundo. Na própria Palestina – e entre palestinos pelo mundo – há diferentes opiniões sobre o valor da arte na luta pela libertação, o que mostra a diversidade de métodos, estratégias e energias e a humanidade desta luta. Como em qualquer luta, não há uma verdade absoluta; há muitas pessoas a lutarem com o mesmo objetivo com métodos e crenças diferentes.

Numa conversa com Dalia Qumsieh, advogada que defende o caso do Cremisan e fundadora da Balasan Initiative For Human Rights, a dado momento surgiu uma pergunta: deveríamos todos tornar-nos advogados para ter mais impacto, para realmente fazer uma diferença? Dalia, talvez para nos valorizar e reconfortar, insistiu que são os artistas que têm impacto, que chegam a mais pessoas, que transmitem mensagens (porque por absolutamente essencial que o trabalho dos advogados seja, uma grande maioria do público geral não lê os seus relatórios). De certa forma, a criação torna as coisas visíveis, serve como caixa de som que faz ouvir certas realidades.

Nesta fotografia vemos duas pessoas, uma mulher e um homem, a dançar. Estão ambos de frente para a câmara com as mãos dadas por cima das cabeças. Esta dança decorre num cenário árido e como pano de fundo podemos ver um muro composto por diversas pedras já visivelmente alvo de erosão.
“Faster than Light, Always”, performance de Adan Azzam e Sasha Shadid, com som de Julmud. Fotografia de Jule Kurbjeweit

Pouco depois do massacre de Rafah, reunimos para discutir uma possível resposta ao massacre. De certa forma, não há resposta a um massacre. Ou talvez uma das poucas respostas possíveis seja um grito. E assim surgiu a intenção de realizar Sarkha (صرخة = grito, choro, clamor), uma sessão de improvisação musical durante seis horas seguidas, na tentativa de colmatar o fosso entre o Cremisan e Rafah, entre a Cisjordânia e a faixa de Gaza, entre todas as partes da Palestina, todas elas sujeitas à limpeza étnica. Sarkha foi uma caixa de ressonância, um grito que ecoava os gritos de Gaza, um grito partilhado, ressonante. Sanah Ahsan escreveu: “Poems form fascia between the individual and collective body, showing us how we are inextricably bound to each other.” (Os poemas formam uma fáscia entre o corpo individual e o corpo coletivo, mostrando-nos como estamos inextricavelmente ligados uns aos outros.) No sentido que Ahsan propõe, a poesia, ou a arte em geral, é o que junta o específico à totalidade.

A violência que assalta o Cremisan tem a mesma lógica da violência que assalta a faixa de Gaza (apesar de estar muito mais extremo, avançado, intensificado, mortífero em Gaza). Os eventos dos dois lugares estão diretamente ligados, mesmo que o regime colonial tente criar cada vez mais divisão e separação, seguindo a estratégia de dividir e conquistar. Em resposta a esta estratégia de divisão, lembrar que todas as partes da Palestina são unidas, lembrar que todos os sistemas de opressão e então todas as lutas libertadoras são interligados, lembrar que todos nós estamos interligados, é também resistência. Sem ilusões de que seja a arte (por si só) que trará a libertação, sem ilusões em relação à eficácia de levar uma caneta para o tiroteio, acredito no valor da arte, e da criação num sentido mais amplo, como forma de resistência.

Uma fotografia de uma paisagem árida, com alguns vales de pequena dimensão. Nesta fotografia vemos num plano aproximado uma árvore, verdejante, e em plano de fundo, preenchendo os declives, algumas construções e edifícios, na sua maioria brancos.
As paisagens são também um reflexo do conflito e das práticas de colonização. Fotografia de Jule Kurbjeweit

No contexto da Palestina, insistir na própria existência e na sua expressão livre e criativa, constantemente sob ameaça, é um ato de resistência que diz: “Estamos aqui e não vamos embora, não vamos desaparecer.” Nesta afirmação reside o cerne da resistência frente ao colonialismo, à ocupação e ao genocídio, que têm como objetivo o desaparecimento e apagamento da população nativa.

Numa conversa online sobre as ligações entre as lutas pela libertação palestiniana, porto-riquenha, negra e indígena, a antropóloga chicana-palestina Dra. Sarah Ihmoud disse: “O contrário da violência não é a não-violência. O contrário da violência é a criação.” A violência é destruição, é a destruição ativa da vida e da sua expressão. O contrário da violência, de tal destruição ativa, não é a passividade, mas sim a criação e construção ativa. O contrário do genocídio é a vida e a sua plena e livre expressão.

O contrário da violência é a criação.
O contrário do genocídio é a vida.
O contrário do desaparecimento é a presença.
O contrário do esquecimento é o testemunho.
O contrário da violência é a criação.

A criação, artística ou outra, é uma manifestação de possibilidade, uma função da imaginação. Nesse sentido, tem uma dimensão do futuro: criar algo novo que, desta forma, não existia antes e que, assim, diferencia o futuro do passado. Imaginar um futuro diferente e contribuir para moldá-lo, dar forma à imaginação. Como disse o Dr. Ghassan Abu Sitta, cirurgião inglês-palestinto que trabalhou no hospital Al-Shifa durante 43 dias em outubro e novembro de 2023: “For us, all of us, part of our resistance to the erasure of genocide is to talk about tomorrow in Gaza, to plan for the healing of the wounds of Gaza tomorrow. We will own tomorrow. Tomorrow will be a Palestinian day.” (Para nós, todos nós, parte da nossa resistência ao apagamento do genocídio é falar sobre o amanhã em Gaza, planear a cura das feridas de Gaza amanhã. O amanhã será nosso. Amanhã será um dia palestiniano.)

Ao mesmo tempo, a criação de algo inteiramente novo a partir do nada parece impossível; qualquer criação é sempre uma nova síntese de elementos existentes. O que, para mim, não a torna menos valiosa, talvez até ao contrário: a criação enquanto síntese, enquanto manifestação de conexões é o antídoto contra a divisão que está no cerne dos sistemas racistas de apartheid e opressão.

Uma caixa de som não é exatamente a fonte do som, mas é aquilo que lhe dá corpo, que o amplifica de tal maneira que torna possível ouví-lo. Ressoa mais do que soa. Testemunha e transmite. Faz ouvir. Sounds of Places envolveu a criação de novas obras, atuações ao vivo, instalações e novas colaborações (e aquilo que o programa tem estimulado continua a ressoar em lugares diversos). Estas criações deram novas formas à matéria-prima destas realidades, que são os sons, as dinâmicas, as vivências, os timbres e as sobretons do vale de Cremisan e do que nele ecoa. No início e na base destas criações está sempre uma prática de escuta e de testemunho daquilo que é: do que está a acontecer neste vale e para além dele, mas ecoando nele.

Sami El-Enany, um dos artistas participantes, tinha estabelecido como regra para si próprio: utilizar apenas sons do vale ou produzidos no vale nas suas contribuições para o programa. Transformar a matéria-prima em algo novo é dar forma e corpo à prática de testemunhar e de estar presente – o antídoto contra o desaparecimento. É pôr em prática o facto de que estar no mundo, estar presente, é moldá-lo.

A luta acontece em várias frentes. A arte pode ser uma delas. Não será a arte, por si só, que trará a libertação. Mas o seu poder de amplificar, dar corpo às vozes, transmitir e de ressoar e reverberar e, desta forma, resistir contra a estratégia de divisão e reforçar as conexões entre as coisas e os lugares. É isso também que está no nome do programa, Sounds of Places: a especificidade no plural.

A luta palestiniana engloba e representa muitas lutas em curso que, na realidade, estão todas interligadas, tal como todos os sistemas de opressão estão interligados. A ação global e a união de forças além-fronteiras são essenciais, tal como o são a ação local e a focalização específica. Estamos inextricavelmente ligados uns aos outros: o macro está no micro, e o micro tem impacto no macro. É essa a ressonância. Enquanto os outros continuarem a ser oprimidos, ninguém é verdadeiramente livre; só quando as pessoas compreenderem isto é que a solidariedade será motivada, não por pena, mas pelo reconhecimento de que estamos a lutar lado a lado pela liberdade de todos nós. Se a arte nos ajuda a lembrar esta interconexão, então sim tem valor.

Autor:
15 Outubro, 2024

Jule Kurbjeweit é curadora, escritora e gestora de projetos culturais baseada em Lisboa. O seu trabalho centra-se na relação entre a arte e o cuidado coletivo, abraçando uma conceção do coletivo que vai para além do humano. Trabalha noções de alteridade e mutualidade através de uma variedade de formas, mas sempre num diálogo entre o poético e o político. Atualmente é curadora em residência na Cité internationale des arts, em parceria com a delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian. É licenciada em Artes e Ciências Liberais pela University College Maastricht e tem um mestrado em Estudos Culturais (Gestão das Artes e da Cultura) pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa.

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