As últimas duas semanas têm sido agitadas no Twitter e também fora dele. Desde que a compra por Elon Musk ficou concretizada que vários utilizadores da rede social do passarinho têm estado preocupados em relação ao futuro da plataforma. Enquanto isso, Musk despede funcionários, contrata-os novamente, propõe um sistema de verificação de contas a 8 dólares/mês e apela ao voto no Partido Republicado, e a alternativa de código aberto Mastodon tem registado picos de popularidade inéditos. Mas também o próprio Twitter. Vamos por partes.
A compra
O badalado acordo entre Elon Musk e o Twitter foi tema de discussão ao longo de 2022. A proposta de compra foi posta em cima da mesa em Abril, esteve para não acontecer — Musk tentou retirar a proposta — mas acabou mesmo por ser concretizada no final de Outubro, por pressão judicial que obrigou Musk a levar avante as suas intenções. 44 mil milhões de dólares foi o valor total do negócio – o maior de sempre no que toca ao panorama das plataformas sociais (o Instagram custou mil milhões a Zuckerberg em 2012 e o WhatsApp foi comprado por 19 mil milhões em 2014).
Segundo o Financial Times, Musk terá dado 33 mil milhões pelo Twitter – parte deles fruto da venda de acções da Tesla – tendo angariado outros sete mil milhões, pelo menos, de investidores como Larry Ellison, co-fundador da Oracle, a plataforma de criptomoedas Binance, liderada por Changpeng Zhao, e os grupos de gestão de activos Fidelity, Brookfield e Sequoia Capital. Já o princípe Alwaleed bin Talal, da Arábia Saudita, terá transferido as acções que já tinha detinha da empresa em troco de um lugar no board de acionistas, tal como Jack Dorsey, o co-fundador original da plataforma. E outra parte dos fundos terá resultado da entrada de entidades financeiras como as americanas Morgan Stanley e Bank of America, as japonesas Mitsubishi UFJ Financial Group e Mizuho, as britânicas do Barclays e as francecesas Societe Generale e BNP Paribas.
“O pássaro está livre”, tweetou Elon Musk na madrugada de 28 de Outubro, o dia em que o negócio ficou fechado. Mas, apesar de ter existido um aperto de mãos, isso não significa que o processo esteja concluído. No dia da “libertação do Twitter”, como Musk escreveu, as acções da empresa Twitter, Inc., até aqui cotada na bolsa de Nova Iorque, foram suspensas para preparar a empresa para a mudança para capitais fechados (vulgarmente privatização) da empresa. Este é um dos pontos mais importantes deste negócio: com a compra do Twitter, Musk passa a ser o seu dono e a empresa deixa de ser cotada em bolsa ou, na linguagem norte-americana, deixa de ser pública. Isto significa que as suas acções deixam de estar disponíveis em bolsa, estando apenas a divisão da empresa, por assim dizer, nas mãos dos investidores privados acima citados.
A União Europeia foi rápida a reagir, com Thierry Breton, comissário europeu para o Mercado Interno, a escrever num tweet que “na Europa, o pássaro voará segundo as nossas regras europeias”. Breton já se tinha encontrado com Musk em Maio.
Fazer dinheiro e “ajudar a Humanidade”
Elon Musk é agora um multi-milionário que além de uma empresa de carros eléctricos bem sucedida (a Tesla) e ainda de uma empresa aeroespacial (a SpaceX), além de uma empresa de túneis falhada, passa a ser dono de uma rede social, que, ao longo dos anos, tem tido os seus altos e baixos. Com apenas 206 milhões de utilizadores por todo o mundo (o “apenas” é meramente para contrastar com os mil milhões de plataformas como o Facebook ou o YouTube), o Twitter tem conseguido atrair discussões importantes e personalidades de relevo, em particular em áreas como a política ou a comunicação social; no entanto, a plataforma não tem alcançado a rentabilidade desejada. Em 2021, o Twitter gerou cinco mil milhões de dólares em receitas, um aumento de 35% em relação ao ano anterior, mas cerca de metade do que o Spotify (para darmos um exemplo apenas) conseguiu nesse mesmo ano – 92% das receitas do Twitter foram com publicidade, apesar de a empresa já ter um sistema de subscrição intitulado Twitter Blue em alguns países (custa cerca de 4,99 dólares/mês).
Musk estará desesperado para inverter esta situação e colocar o Twitter a fazer dinheiro. A primeira mensagem do novo dono do passarinho azul foi, por isso, para os anunciantes. “Queria endereçar-vos pessoalmente para partilhar a minha motivação pela compra do Twitter”, tweetou através de um conjunto de screenshots a 27 de Outubro, antes de o negócio ficar fechado. “A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma praça comum digital, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência. Actualmente, existe um grande perigo de que os média sociais se fragmentem em câmaras de eco de extrema-direita e extrema-esquerda que geram mais ódio e dividem a nossa sociedade. Na busca incansável por cliques, grande parte dos média tradicionais alimentou e atendeu a esses extremos polarizados, pois acredita que é isso que traz o dinheiro, mas, ao fazê-lo, perde-se a oportunidade de diálogo.”
“Foi por isso que comprei o Twitter. Não o fiz porque seria fácil. Não o fiz para fazer mais dinheiro. Fi-lo para tentar ajudar a Humanidade, que adoro. E faço isso com humildade, reconhecendo que o fracasso em perseguir esse objetivo, apesar de nossos melhores esforços, é uma possibilidade muito real”, acrescentou. Musk prometeu criar um espaço seguro para todas as pessoas e com melhor publicidade (leia-se: melhor direccionada, mais relevante) para os utilizadores da plataforma, mas o que se tem verificado até agora – fruto das suas decisões – não tem sido bem isso.
Os despedimentos
Se Musk chegou ao Twitter com uma pia nas mãos, conquistando espaço mediático de imediato pela situação caricata, não foram precisas muitas horas para tudo começar a ir por água abaixo. Uma das primeiras notícias foi sobre despedimentos. O director executivo, Parag Agrawal, o director financeiro, Ned Segal, a directora de assuntos legais, políticos e segurança, Vijaya Gadde, e conselheiro geral da empresa, Sean Edgett, foram dispensados no primeiro dia do novo dono do Twitter – ou, melhor, do “Chief Twit”, como colocou na bio do seu perfil naquela rede social (“twit” significa “idiota” em inglês).
Paralelamente, Musk dissolveu o quadro de directores executivos do Twitter, tornando-se o único director à frente da empresa. Constituído por nove directores, o grupo incluía o Presidente do Twitter, Bret Taylor, o ex-director executivo, Parag Agrawal, e outras figuras – nem todas terão sido dispensadas da empresa. Por outras palavras, Musk passou a prestar contas a ele próprio, mantendo apenas a pressão dos anunciantes, que garantem a vasta maioria das receitas da empresa neste momento. O multimilionário ter-se-á rodeado do seu advogado pessoal, Alex Spiro, de investidores de risco da sua confiança e de funcionários da Tesla para o ajudar nas decisões e gestão do negócio.
O Financial Times escrevia no final de Outubro que Musk deverá encontrar um novo director executivo para a empresa, mas o multimilionário parece estar a incorporar esse papel, tomando uma série de decisões de um modo que parece suster pouca ponderação. Levando à frente a promessa de cortar funcionários e custos, Musk decidiu também despedir cerca de 3 700 pessoas, ou seja, metade da força de trabalho da Twitter, Inc. – a imprensa havia avançado antes que a intenção era fazer um corte de 75%, algo que Musk negou aos funcionários do Twitter no seu primeiro dia de “Chief Twit”. Na lista de pessoas a despedir, terão estado pessoas das equipas de estratégia e operações, engenheiros que não produzissem muito código, e ainda trabalhadores remotos.
O novo patrão do Twitter não parece ser um grande fã do trabalho remoto e estará com vontade de anular a política da empresa de permitir essa modalidade “para sempre”; em Março de 2022, com o Twitter, depois de dois anos de pandemia, o então recente director executivo do Twitter, Parag Agrawal, tinha anunciado que a firma iria permitir o teletrabalho “para sempre” – “Onde quer que se sintas mais produtivo e criativo é onde poderás trabalhar e isso inclui trabalhar em casa em tempo integral para sempre. Escritório todos os dias? Isso também dá. Alguns dias no escritório, alguns dias longe de casa? Claro”, escreveu Agrawal aos cerca de 7500 funcionários do Twitter na altura. Já em Junho, e contrariando a tendência, Elon Musk tinha determinado o fim do regime de teletrabalho na Tesla, ameaçando com despedimentos – uma decisão que não estará a funcionar na perfeição por falta de espaço nos escritórios da empresa automóvel. Mesmo não despedindo dois terços da empresa — despediu perto de metade — Musk terá pressionado a equipa do Twitter para trabalhar dia e noite em mudanças na rede social, nomeadamente no sistema de verificação, segundo reportou o Financial Times. Pelo menos uma fotografia de uma funcionária do Twitter a dormir no chão do escritório surgiu online.
A postura de Elon Musk perante os trabalhadores do Twitter já levantou a conversa da sindicalização, seguindo exemplos na indústria tecnológica, da empresa-mãe da Google à Amazon, conforme reporta a publicação Mashable. “Psssttttt, trabalhadores do Twitter. Juntem-se a nós. Vocês merecem uma voz no vosso trabalho”, tweetou o Sindicato de Trabalhadores da Alphabet, a dona da Google. “Agora é o tempo de organizar um sindicato para que tenham um lugar à mesa”, partilhou uma sindicalista proeminente no espectro da aviação nos EUA no Twitter. Mas já em Abril se falava sobre sindicalizar o Twitter, como resposta à compra da empresa por Musk; escrevia a Wired na altura que “sindicalizar o Twitter pode ser uma excelente maneira de garantir que Elon, anti-sindicatos, nunca queira comprá-lo e de abrir caminho para uma propriedade colectiva [da empresa]”.
Os despedimentos de Musk acabaram por ter uma reviravolta apenas uma semana depois, com a comunicação social a reportar que o Twitter está a tentar re-contratar dezenas dos cerca de 3700 funcionários dispensados – alguns desses colaboradores que a empresa está a tentar recuperar eram necessárias ou foram despedidos por erro, conforme detalha a Bloomberg. A 4 de Novembro, Musk escreveu que “em relação à redução da força de trabalho do Twitter, infelizmente não há escolha quando a empresa está a perder mais de quatro milhões de dólares/dia.Todos os que saíram receberam três meses de indemnização, o que é 50% a mais do que o exigido por lei”.
Moderação e verificação
Auto-descrevendo-se como um “absolutista da liberdade de expressão”, os planos de Musk para o Twitter passam por, nas suas palavras, torná-lo num espaço mais aberto do que aquilo que é. A aparente intenção do novo patrão do pássaro azul de aligeirar as regras de moderação, e provavelmente cortar no pessoal dedicado a essa função, está a ser vista com preocupação por aqueles a quem Musk dirigiu uma das primeiras mensagens, os anunciantes.
Para a Global Alliance for Responsible Media (GARM), que integra a World Federation of Advertisers e que surgiu em resposta às preocupações dos profissionais de marketing de que os seus anúncios estavam a aparecer ao lado de conteúdo tóxico nas redes sociais, já deixou um aviso a Musk: “não é negociável” uma plataforma aberta a material impróprio. “As plataformas devem ser seguras para todos e adequadas para os anunciantes. Para os anunciantes, isso não é negociável – e esperamos que o Twitter cumpra seus compromissos”, disse a GARM. A General Motors, gigante da indústria automóvel, “suspendeu temporariamente” a sua publicidade paga no Twitter até perceber melhor o futuro da plataforma “debaixo da sua nova liderança”.
Elon Musk parece ter uma visão muito liberal em relação à moderação de conteúdos e de perfis na rede social, o que terá levantado questões sobre se, por exemplo, Donald Trump – que foi banido do Twitter depois do ataque ao Capitólio em Janeiro de 2021 – será autorizado a regressar à plataforma dos tweets. De resto, na Truth Social, a rede social alternativa que Trump montou depois da sua expulsão, o ex-Presidente norta-americano comentou estar “muito contente por o Twitter estar agora em mãos sãs”. Sobre este tema, Musk só escreveu a 31 de Outubro o seguinte: “Se eu ganhasse um dólar por cada vez que alguém me perguntasse se Trump regressará a esta plataforma, o Twitter estaria cheio de dinheiro!” A mesma questão se tem levantado sobre outras personalidades.
É precisamente o tema da moderação – no que toca à verificação de contas – que mais tem marcado o quotidiano mediático de Musk. O novo dono do Twitter quis imediatamente mexer no sistema de verificação de contas da rede social, isto é, disponibilizar o icónico visto azul a todos os utilizadores dispostos a subscrever o Twitter Blue. O serviço de subscrição do Twitter – que está actualmente disponível apenas nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia – vai aumentar de preço dos actuais 4,99 dólares mensais para 8 dólares, sendo que este valor será ajustado globalmente ao poder de compra de cada mercado – algo que não se verificou no Reino Unido como reporta o editor de tecnologia do The Guardian, Alex Hern. A ideia de Musk é que os assinantes de Musk tenham acesso não só ao verificado azul, mas a outras funcionalidades, tendo como objectivo aumentar as receitas com as subscrições e depender menos dos anunciantes.
Adepto do que diz ser “jornalismo de cidadão”, em que “as pessoas são capazes de disseminar notícias sem um viés sistémico”, Musk diz querer dar “poder às pessoas”, como referiu diversas vezes na sua conta. “O actual sistema de ‘senhores’ e ‘camponeses’ do Twitter para quem tem ou não uma marca de seleção azul é uma treta”, disse também. As contas que adiram ao Blue também deverão ter prioridade nas respostas, menções e na pesquisa (“o que é essencial para combater o spam/scam”), ver “metade dos anúncios” e ainda a possibilidade de publicar vídeos e áudio mais longos – além das funcionalidades que já têm actualmente, como a edição de tweets ou a anulação de tweets.
O ‘Twitter de Musk’ chegou a ser lançado na sexta-feira passada, dia 4 de Novembro, através de uma actualização para iOS e Android, mas as eleições intercalares norte-americanas levaram a empresa a adiar o lançamento da nova funcionalidade. Certo é que diversas críticas foram levantadas em relação à nova dinâmica de verificação, que permitiria que qualquer pessoa que tenha disponibilidade para pagar uma mensalidade possa ter a sua conta com um visto azul.
Até aqui, este símbolo permitia distinguir contas oficiais de governos e políticos, marcas e organizações não governamentais, jornalistas e órgãos de comunicação social, desportistas e clubes, etc; qualquer utilizador podia submeter um pedido de verificação para avaliação por uma equipa do Twitter, que confirmaria a sua autenticidade, legitimidade e relevância. Apesar de esse sistema ter falhas (discriminando, por exemplo, entidades e personalidades em geografias sub-representadas), é o modelo seguido por outras plataformas como o Instagram ou mesmo o Telegram. E as principais críticas apontaram que, ao tornar o visto azul acessível a qualquer pessoa capaz de suportar uma subscrição mensal, o Twitter pode abrir caminho a que contas falsas possam ter verificação para espalhar desinformação ou fingir que representam uma determinada individualidade ou colectividade.
Musk optou por desvalorizar e ridicularizar as críticas. Contudo, o Twitter chegou a pôr em marcha um novo sistema de verificação que replica o antigo – vai ser atribuído a políticos, contas de governos, empresas, grandes órgãos de comunicação social e algumas figuras públicas, segundo partilhou Esther Crawford, responsável por novos produtos e funcionalidades no Twitter. Assim, contas que respondessem a esses critérios passariam a ter uma etiqueta “Oficial” no perfil, debaixo do nome e utilizador.
Na quarta-feira, 9 de Novembro, a empresa começou a adicionar a nova etiqueta a várias contas “oficiais”, do Primeiro-Ministro António Costa à HBO, passando por Cristiano Ronaldo ou a própria conta do Twitter. A empresa chegou a actualizar as páginas de Ajuda sobre a nova etiqueta e dinâmica de acesso ao visto azul. No entanto, não durou mais que três horas, com Musk a escrever no mesmo dia 9 que “o Twitter vai fazer muitas coisas idiotas nos próximos meses” e que “vamos manter o que funciona e mudar o que não funciona”. Durante as poucas horas em que o ‘visto’ esteve à venda, foi possível observar uma enchente de contas verificadas fazendo-se passar por personalidades de relevo das mais diversas áreas, entre as mais conhecidas, George W. Bush e Tony Blair.
No campo alargado da moderação, ainda pouco se sabe tirando as linhas gerais. Musk diz querer criar um conselho dedicado a fazer a moderação conteúdos partilhados no Twitter e à presença de contas mais controversas, à imagem do Oversight Board do Facebook – apesar de já existir um Conselho de Trust & Safety, composto por mais de 100 organizações. “O Twitter estará formando um conselho de moderação de conteúdo com pontos de vista amplamente diversos. Nenhuma decisão importante de conteúdo ou restabelecimento de conta acontecerá antes que o conselho se reúna”, anunciou. Musk quer também dar um novo nome ao Birdwatch, o programa de verificação de factos do Twitter – uma mudança que não agradou ao co-fundador, e um dos principais acionistas actuais, da plataforma, Jack Dorsey.
Promessas não polémicas
Elon Musk tem sido particularmente verbal no Twitter nos últimos dias, com mensagens diárias e ao longo do dia sobre o futuro da plataforma. Muitas delas contendo promessas de funcionalidades que o Twitter poderá adicionar. A publicação TechCrunch fez uma lista exaustiva do que Musk já referiu. Fazemos uma listas das ideias não polémicas:
- trazer o Vine de volta, para responder ao sucesso do TikTok. Musk promoveu uma votação informal no seu perfil sobre esta questão, que resultou em cerca de 70% de respostas favoráveis;
- a possibilidade de adicionar textos longos a tweets, “para acabar com o absurdo das capturas de tela do bloco de notas” do telemóvel, como escreveu num tweet. Uma ex-funcionária do Twitter, que foi despedida por Musk, disse que o novo dono despediu a equipa que já estava a trabalhar nessa funcionalidade, intitulada “Notas”;
- melhorar as formas de monetização para criadores, para competir com plataformas com o YouTube. Musk prometeu que consegue uma melhor percentagem de receitas de publicidade para criadores de vídeo que a plataforma da Google (que divide 55% das receitas publicitárias de um determinado vídeo com o seu autor);
- permitir a publicação de vídeos com mais de 42 minutos em 1080p numa primeira fase com o serviço de subscrição Twitter Blue, e mais tarde remover ou expandir esse limite de 42 minutos.
O sucesso relativo
O Mastodon, uma alternativa de código aberto ao Twitter, tem registado picos de procura. Entre os mais de 658 mil utilizadores activos, 230 mil terão aderido na semana passada, conforme conta a BBC. Mas, apesar de todas as polémicas de Musk e do entusiasmo em torno do Mastodon, também o Twitter tem registado picos de popularidade. O The Verge reporta, citando documentos internos, que o número de utilizadores activos diariamente cresceu 20% desde que Musk assumiu as rédeas da plataforma. “O uso do Twitter está em alta lol”, escreveu o multimilionário a 8 de Novembro. “Só espero que os servidores não derretam!”
Ao estilo de Musk, a sua aquisição do Twitter tem sido uma espécie de reality show e nem na sua nova posição – como detentor de uma rede social de plenos poderes – moderou as suas tomadas de posição. Polémico, Musk não escapou a uma chuva de críticas, depois de ter declarado apoio ao Partido Republicado nas eleições intercalares norte-americanas em curso. O magnata veio mais tarde dizer que é independente.
A avaliar pelos primeiros dias desde a compra de Musk, não será fácil prever o futuro da rede social. Pelo lado positivo parece que, como dissemos no primeiro artigo, despertou uma maior consciência crítica sobre quem detém a rede social e como ela funciona. Enquanto isso as informações não param de chegar — sendo muitas delas contraditórias — com novas funcionalidades e objectivos do Twitter a serem revelados de forma aleatória entre perguntas e respostas a tweets do seu novo dono.