Em 2009, quando as primeiras ciclovias começaram a nascer em Lisboa, Francisco Seixas criou o CicloviasLX.com, um site que dizia onde elas estavam e que permitia a qualquer pessoa da comunidade completar a informação disponível. “Na altura, havia uma completa falta de informação sobre a localização das ciclovias, pelo que decidi criar um mapa onde desenhei aquelas que eu conhecia, e permiti que os utilizadores acrescentassem outras”, explica numa troca de mensagens com o Shifter.
O CicloviasLX.com cresceu com o crescimento da infra-estrutura ciclável na capital, que deverá ultrapassar os 200 km até 2021. Cresceu em utilizadores e cresceu também para os arredores, para lá do limite geográfico da capital. O mapa contava com informações bastante completas não só de Lisboa mas do resto do país pelo que não fazia sentido manter o nome inicial. Assim, nasceu o Ciclovias.pt.
Francisco explica que a liberdade de edição que o CicloviasLX permitia “levou a que pessoas de todo o país, e não só de Lisboa, contribuíssem para o mapa, pelo que se tornou óbvia a necessidade de remover a menção a Lisboa do seu nome”. “Estas contribuições são ainda hoje a principal fonte dos dados disponíveis no site, sem a boa vontade de todos os que ajudaram a completar o mapa nunca seria possível ter tal quantidade de dados disponíveis”, acrescenta.
O novo portal foi lançado no início de Maio e foi construído de raiz ao longo de vários meses. Conta agora com uma interface redesenhada, modernizada e optimizada para telemóveis. Além de mostrar onde há ciclovias, refere também que tipo de ciclovia é – se bidireccional, unidireccional ou partilhada. Mapeia ainda parques de estacionamento, pontos de interesse utilitário, como oficinas, lojas de aluguer, pontos de água ou escadas com calha, estações de bicicletas partilhadas e transportes públicos que possam ser combinados com a bicicleta.
“Tenho várias ideias para melhorar o site e acrescentar-lhe funcionalidades, e estou sempre receptivo a ideias novas”, diz. “Gostaria, por exemplo, que os vários sistemas de bicicletas partilhadas do país disponibilizassem dados que permitissem mostrar no mapa o estado de cada estação, nomeadamente o número de bicicletas disponíveis. Ao dia de hoje apenas a Gira me permite fazer isso, mas já contactei outras entidades com vista a expandir esta funcionalidade a outros sistemas.”
O Ciclovias.pt é mantido de forma voluntária por Francisco Seixas com a ajuda de donativos da comunidade. À data deste artigo, o portal já lhe custou cerca de 316 euros (sem contar com os custos de desenvolvimento da plataforma, ou seja, com as muitas horas que investiu a criar esta plataforma) e, através do PayPal, recebeu 232 euros. Francisco não tem pretensões de fazer dinheiro com este site, apenas ajudar as pessoas a saberem onde podem encontrar infra-estrutura adequada à bicicleta.
A renovação do Ciclovias.pt surge numa altura em que a bicicleta tem sido recomendada pelas autoridades de saúde como uma alternativa de mobilidade a considerar para evitar a sobrecarga dos transportes públicos. Em Lisboa vêem-se por estes dias mais pessoas a utilizar a bicicleta, com comerciantes a indicar que a procura aumentou. De acordo com dados públicos do contador instalado na Avenida Duque d’Ávila, após o desconfinamento as viagens de bicicleta voltaram a aumentar.
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