Uma lista de leituras para te manteres informado sobre o coronavírus #2

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Foto de Alex Knight via Unsplash, com Shifter

Uma lista de leituras para te manteres informado sobre o coronavírus #2

A democracia precisa de quem pare para pensar.

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Informação fidedigna e de confiança é fundamental em momentos epidémicos como aquele que atravessamos. São também momentos de incerteza, em que as opiniões pouco importam mas é preciso continuar a agir sem deixar de reflectir. Sem pânicos mas com consciência.

O surto de coronavírus já é, mais do que uma previsão, uma certeza em todos os países do mundo — mesmo naqueles que, como os Estados Unidos da América, o desprezaram até à última. Com toda a humanidade a braços com o desafio, de pouco mais se fala e sobre pouco mais se escreve pelos jornais mundiais. Contudo, no meio de tanta informação é importante saber fazer uma triagem do que interessa, porque nem toda é fidedigna, nem interessante.

Informação fidedigna e de confiança é fundamental em momentos como o que atravessamos. São também momentos de incerteza, em que as opiniões pouco importam mas é preciso continuar a agir sem deixar de reflectir. Tudo para que essas acções sejam as mais ponderadas e certeiras.

Para te ajudarmos a encontrar boas leituras e conteúdos para que possas estar o mais informado possível, fizemos este primeiro artigo. Agora, para continuarmos a actualizar a nossa lista de leituras pertinentes e úteis para ti, lançamos a segunda edição, e vamos continuar a lançar edições seguintes, caso apanhemos novos artigos de interesse (também podes enviar as tuas sugestões para comunidade@shifter.pt):

1 – Como o surto evoluiu na Coreia do Sul

Comecemos por fazer a ressalva de que cada caso é um caso e dificilmente dois países terão cenários semelhantes na propagação do vírus. Contudo, toda a informação é válida para compreendermos um pouco melhor como funciona o contágio, a sua taxa de propagação, os efeitos das medidas e o impacto que cada um pode ter. O exemplo da Coreia do Sul é extraordinariamente interessante nesse particular e este trabalho da Reuters é uma narrativa visual simples de entender e muito útil.

2 – Porque são tão diferentes os números de mortos?

Como explicámos neste nosso artigo, os números de um fenómeno como este implicam uma contextualização exaustiva sob pena de perderem a totalidade do seu significado. O El Diário Espanhol traz-nos uma peça de visualização de dados em que se debruça sobre amostras de infectados nos diferentes países iluminando esta perspectiva e reflectindo, concretamente, sobre a diferença nas taxas de letalidade nos diferentes países. O problema é extraordinariamente complexo e as análises têm obrigatoriamente de ser multidisciplinares porque qualquer diferença pode ter um enorme impacto. Pensemos no exemplo da Coreia do Sul e do famoso paciente 31 (do artigo acima) que gerou uma cadeia de transmissão numa seita religiosa: esse paciente fez aumentar e muito o contágio mas entre população mais jovem o que pode explicar uma taxa de letalidade mais baixa. O mesmo pode ter ocorrido na China por outro qualquer motivo – comparemos os gráficos abaixo.

via Eldiario.es

3 – Yuval Noah Harari e a falta de liderança e cooperação

Noah Harari é um dos intelectuais mais populares dos nossos tempos. Ganhou esta distinção com os livros Sapiens, Homo Deus e 21 Lições para o Século 21 e é uma voz a ouvir em momentos que pedem reflexão. Neste caso, num artigo escrito para a revista Time, o israelita alerta-nos para o paradoxo entre as medidas a curto-prazo e a longo-prazo. Harari alerta que se a quarentena e o isolamento de países podem ser a solução a curto prazo para travar o surto pandémico, os desafios que lhe seguirão, nomeadamente a nível económico, exigirão uma acção coordenada e uma cooperação estreita entre os países. Para estabelecer o seu argumento, Harari traz-nos uma perspectiva histórica dos acontecimentos, recordando outros surtos pandémicos e como estes se propagaram mesmo num mundo pré-globalização.

4 – A “Batwoman” Chinesa que caça coronavírus

A origem do vírus é para todos um grande mistério mas para virologistas a sua aparição não é assim tão estranha. A Scientific American traz-nos uma peça sobre Shi Zhengli, uma virologista que, pela sua especialização no estudo de morcegos, é conhecida como Batwoman e que identificou dezenas de vírus análogos a este em zonas remotas da gigante China. Este é um importante artigo que nos mostra como os vírus se desenvolvem em zonas remotas, e em animais que não têm contacto com humanos, a uma taxa muito superior à que imaginamos, geralmente usando como hospedeiros animais selvagens como os morcegos. A razão porque estes vírus não são tão letais nestes animais tem a ver não só com a sua adaptação mas com o seu sistema imunitário o que acaba por torná-los “armazéns” perfeitos de incubação de vírus com potencial patogénico.

5 – A importância dos dados em saúde

Este é um artigo diferente dos outros. É uma espécie de carta aberta assinada pelo Jorge Félix Cardoso e pelo Pedro Pereira Rodrigues que dá conta da importância de tornar os dados concretos sobre o surto pandémico acessíveis. Segundo o artigo ficamos a saber, através de vários exemplos, a importância dos dados para a tomada de decisões e, mais do que isso, o potencial que se pode explorar ao alargar o número de pessoas com acesso a estes dados, nomeadamente universidades e empresas especializadas em análise de dados e investigação.

6 – A pandemia em números

Os números… outra vez os números. Embora necessitem de contexto há quem os organize e muito bem – nomeadamente o site OurWorldInData. Com dados de 58 fontes diferentes, o resultado é uma exaustiva comparação entre os números dos vários países, desde os mais simples, como o número de infectados ou mortos, aos mais complexos, como a percentagem de testes por milhão de habitantes.

7 – A possível origem do vírus

É cedo para aferir com certeza a origem do vírus mas têm sido várias as publicações científicas a traçar o mapa de possibilidades. Este artigo do The Conversation oferce-nos, de um modo simples, uma perspectiva sobre como estes elementos patogénicos se formam na natureza. À semelhança do artigo sobre a Batwoman oferece-nos uma explicação que embora não seja definitiva nos ajuda a compreender melhor o desenrolar destes fenómenos e a debelar teorias da conspiração rocambolescas.

Também no Shifter estamos a acompanhar o tema.  Podes acompanhar tudo o que vamos escrevendo nesta página. Nas próximas semanas traremos mais perspectivas díspares sobre um tema, aproveitando o momento de crise para reflectir sobre o essencial da nossa sociedade.

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