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Co-fundador da Wikipédia lança rede social focada em notícias

Co-fundador da Wikipédia lança rede social focada em notícias

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20 Novembro, 2019 /
WT: Social do fundador da Wikipédia
Foto via Shifter

Índice do Artigo:

O WT:Social ou o ‘novo WikiTribune’ quer estimular a colaboração entre jornalistas profissionais e cidadãos voluntários, e promete ser uma plataforma limpa de clickbaits e desinformação.

Jimmy Wales, empresário norte-americano, foi um dos fundadores da Wikipédia em 2001 mas nos últimos anos tem-se dedicado a construir o WikiTribune, um portal sem fins lucrativos onde jornalistas profissionais e cidadãos voluntários podiam colaborar na redacção de notícias e apuramento de factos. Lançado em 2017, o WikiTribune vai agora evoluir e passar de uma plataforma com aspecto de fórum para uma interface semelhante ao de uma rede social, e passará a chamar-se WT:Social.

Segundo escreveu Jimmy numa publicação no antigo WikiTribune, o novo WT:Social “incorpora tudo o que aprendi nos últimos anos sobre o que funciona e o que não funciona em termos de plataforma aberta e colaborativa de notícias, assim como tudo o que aprendi sobre o panorama de notícias em constante mudança e o que está mal em relação a ele”. O fundador do WikiTribune diz que a nova plataforma foi desenhada do zero e, ao contrário da antiga, não é baseada em WordPress.

A homepage do WT:Social (screenshot via Shifter)

Jimmy refere também que o problema das rede sociais como o Facebook e o Twitter é o modelo de publicidade em que se baseiam, e que implica que as interacções sejam mais importantes que a qualidade dos conteúdos. O empresário acredita que, dessa forma, não há espaço para que o bom jornalismo sobressaia – apenas o clickbait e a desinformação.

O ‘novo WikiTribune’ ou WT:Social vai manter a filosofia colaborativa entre jornalistas e a comunidade, e funcionar como uma rede social, uma linguagem visual a que uma grande pessoas já está habituada. O WT:Social não terá publicidade nem paywalls, nem “algoritmos que te viciam e mantém a clicar”, escreve Jimmy. “Vamos apenas fazer dinheiro se voluntariamente escolheres suportar-nos – o que significa que o nosso objectivo não são cliques mas ter verdadeiramente significado para a tua vida”, acrescenta.

O ecrã do WT:Social que nos aparece logo após o registo (screenshot via Shifter)

Na página inicial do WT:Social, onde te podes inscrever nesta rede social, lê-se que os dados dos utilizadores não serão vendidos e que serão estes a controlar o conteúdo que vêem. Os internautas também poderão editar títulos de artigos que estejam mal e identificar publicações problemáticas; a WikiTribune promete manter o ambiente no WT:Social livre de agentes mal intencionados. O registo no WT:Social é gratuito; depois de fornecermos alguns dados como o nome, e-mail e data de nascimento, somos convidados a juntarmo-nos a alguns grupos.

Contudo, não poderemos usar imediatamente o WT:Social, pois existe uma lista de espera. A única forma de passar à frente dessa lista é fazendo uma doação mensal ou anual ao projecto (de 12 ou 90 euros). De acordo com o co-fundador da Wikipédia, a WT:Social conta já com mais de 200 mil membros inscritos.

Autor:
20 Novembro, 2019

Jornalista no Shifter. Escreve sobre a transição das cidades e a digitalização da sociedade. Co-fundador do projecto. Twitter: @mruiandre

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