As conspirações sobre o próximo trabalho de Frank Ocean

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Capa dos dois singles lançados por Frank Ocean
Capa dos dois singles lançados por Frank Ocean

As conspirações sobre o próximo trabalho de Frank Ocean

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13 músicas, 17 músicas, dois álbuns? Remixes, rappers ou música disco? Os fãs não conseguem esperar e as teorias sobre um novo trabalho de Frank Ocean multiplicam-se, conhece-as aqui.

Três anos desde o lançamento de Blonde, temos agora indícios de que um novo projeto de Frank Ocean pode estar ao virar da esquina.

O artista norte-americano começou a sua carreira a escrever letras para artistas como Justin Bieber e John Legend. Em 2010, juntou-se aos Odd Future, um coletivo de hip-hop fundado por Tyler, The Creator e entretanto lançou uma mixtape, Nostalgia Ultra em 2011 e três álbuns, Channel Orange, Endless e Blonde, sendo Endless um álbum visual. A sua mixtape foi extremamente bem recebida pela crítica e ambos os álbuns foram parar ao top 10 da lista dos 200 melhores álbuns da década da Pitchfork, sendo que Blonde detém a primeira posição.

Ocean sempre foi visto como um artista ímpar, com um nível de qualidade muito superior ao “normal”. É alguém que nunca apressa o lançamento de nenhum projeto e tem atenção ao mais ínfimo pormenor, criando sempre álbuns extremamente vívidos e coesos, com uma sónica completamente extraordinária. Ao ouvir qualquer um dos seus projetos, é fácil perceber a razão pela qual os fãs estão ansiosos pelo lançamento do próximo: Frank Ocean tem algo muito especial.

Desde Blonde até agora saíram oficialmente dois singles: “DHL” e “In My Room”. As capas de ambos, apesar de serem bastante simples, deixaram os fãs a especular, especificamente acerca do possível significado por detrás dos vários símbolos na base do design de ambas as capas

O hype em torno de Ocean e de tudo o que faz é tanto que das caixas de comentários ao óbvio sub-reddit, os fãs não desistem de tentar encontrar ligações entre os singles já lançados, na esperança de descobrir qualquer coisa que acalme a antecipação. A primeira teoria que vos queremos apresentar é a seguinte: com o lançamento do primeiro single, especulou-se que cada símbolo representava uma das faixas do novo álbum e, portanto, o álbum teria 13 faixas, sendo que a “DHL” seria a quarta (porque é a quarta figura que aparece na capa). No entanto, com o lançamento deste segundo single, vemos agora 17 símbolos, em vez dos 13 iniciais, o que nos leva a pensar que se calhar o álbum terá duas versões: uma versão “normal” com as 13 faixas e a versão deluxe com 17.

Ainda nesta onda de duas versões do mesmo álbum, outra teoria plausível é que o álbum final tem 13 faixas, sendo que a quarta é “DHL”. No entanto, considerando também que “In My Room” tem apenas 2 minutos, podemos pensar que este segundo single é simplesmente uma versão inacabada da versão final. Para além disto, Ocean partilhou recentemente uma história no Instagram onde mostra que Benny Revival, rapper underground da Florida que já teve o co-sign de Robb Banks, poderá fazer parte do remix desta música. Portanto, o álbum com 17 faixas pode ser o álbum antes de ser reestruturado, remisturado e antes de terem sido escolhido as faixas que ficarão no álbum final.

Enquanto o tão aguardado disco não chega às plataformas, Frank Ocean tem mostrado aos fãs que está mais ativo do que nunca, tanto nas redes sociais como nos arredores de Nova Iorque.

“Starting late on Thursday 17th in New York City, Blonded debuts club night PrEP+,”.

Segundo este press release, Frank começou a 17 de Outubro um evento de homenagem ao que poderiam ter sido as discotecas dos anos 80 em Nova Iorque se o medicamento PrEP (profilaxia pré-exposição) tivesse sido inventado naquela altura. O PrEP é um medicamento também usado para tratar doenças como o VIH, mas que pode ser tomado diariamente de modo a prevenir a infencção. Se este medicamento tivesse sido inventado durante a década de 80, muitas pessoas LGBTQ+, particularmente mulheres transsexuais e homens homossexuais, podiam não ter morrido devido à propagação rápida do vírus.

Apesar de uma das regras ser a proibição de gravar ou fotografar, muitos dos presentes não resistiram e gravaram momentos da festa, momentos esses que valem ouro para os fãs de Frank Ocean, uma vez que o artista norte-americano tem usado o evento como plataforma para estrear mais músicas que poderão ou não fazer parte do novo álbum. Logo na primeira noite, Frank mostrou “Cayendo”, que aparentemente não é a versão original porque se trata de um remix feito por DJ Sango, e “Dear April”, também uma versão remix desta vez criada pela dupla francesa, Justice. À medida que os singles foram saíndo, Frank fez um update no seu site blonded.co, lançou nova merch dedicada ao evento e ainda duas edições em vinil das respectivas músicas.

Mas as surpresas não acabam por aqui, a Blonded Radio está de volta e emitiu pela oitava vez desde que começou, no dia 19 de Outubro na Beats 1. Blonded é o nome do programa de rádio de Ocean, que transmite em exclusivo na Apple Music. Teve sete episódios e terminou em 2017 (embora o criativo imprevisível tenha feito alguns episódios especiais em 2018). Apresentada por Vegyn, Roof Access, e por vezes também pelo próprio Ocean, a estação é um lugar onde o cantor, rapper e compositor não só estreia novas músicas, como dá a conhecer aos ouvintes algumas das suas músicas favoritas. “DHL” e “In My Room” foram estreadas no programa.

Ainda no seguimento das músicas que tem apresentado na PrEP, “Little Demon” foi a mais recente estreia no evento. Uma música que conta com a participação do rapper britânico Skepta e também já tem a sua versão em vinyl disponível no site Blonded.co.

Todas estas estreias levam-nos à última teoria, esta mais baseada no que poderá ser o estilo e a direção que Ocean irá tomar no novo álbum. Em entrevista à W Magazine, o cantor falou sobre aquilo que lhe tem despertado mais interesse nos últimos tempos.

“I’ve been interested in club and the many different iterations of nightlife for music and songs.”

A declaração, e o facto do artista ter começado o evento PrEP fez muitos dos fãs assumirem que o novo álbum iria ser inspirado por este tipo de música.

“The things I look at now have a lot to do with those scenes: Detroit, Chicago, techno, house, French electronic.”

O interesse de Frank em techno e house music foi uma inspiração notável para as “session nights” do já falado evento. No entanto, com o lançamento de várias músicas nesse evento com um estilo bastante diferente das já lançadas “DHL” e “In My Room”, é possível que o rumo que Ocean quer dar ao novo álbum passe pela música eletrónica ao mesmo tempo que mantém o toque original a que já nos habituou.

Uma coisa é certa, o limite das teorias é igual ao limite da imaginação e apesar de ser divertido especular sobre o que vai acontecer, na volta, ninguém tem razão e Ocean tem reservado para nós algo muito diferente de tudo o que estamos a pensar. Resta-nos portanto esperar e aguardar estes últimos momentos antes de sair o quarto álbum deste artista que deixa sempre o mundo a pedir por mais.

Índice

  • Pedro Caldeira

    Engenheiro Informático de profissão, Pedro Caldeira é um apaixonado por tecnologia e acima de tudo música. Escreve regularmente sobre temas relacionados com tecnologia disruptiva e sobre álbuns e artistas que o inspiram.

  • Bernardo Pereira

    Licenciado em Comunicação Social na Universidade Católica Portuguesa e a tirar Mestrado em Internet e Novos Media, o Bernardo Pereira é atento ao mundo da informação. As suas paixões por escrever artigos e pelo mundo das Artes unem-se para nos dar regularmente opiniões e novidades fresquinhas sobre tudo o que se insere na nossa cultura. O seu interesse maior vai para a música, filmes e séries.

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