Há diferentes formas de identificar uma pessoa. O rosto ou a impressão digital são, talvez, os métodos mais comuns e são tecnologias que aliás já estão disponíveis nos nossos smartphones. Mas há outros procedimentos para a identificação de indivíduos, alguns dos quais funcionam à distância.
Por exemplo, sabes quando estás à espera de alguém na rua – de um amigo, por exemplo – e consegues identificá-lo ao longo pela forma como ela anda? Essa é uma técnica utilizada também pelas forças especiais norte-americanas para identificar terroristas do ISIS antes de eventualmente o combater via drone. Contudo, como explica o site MIT Technology Review, a forma de alguém marchar não é algo necessariamente distintivo e os EUA estão a olhar para outras ideias: uma delas é batimento cardíaco.
Cada pessoa tem o seu próprio batimento cardíaco, é uma espécie de assinatura que, ao contrário do rosto ou do andar, é algo constante e que não pode ser alterado ou disfarçado; se for possível ler essa assinatura à distância, consegue-se saber quem é a pessoa em questão. Ora, isso é precisamente o que um novo dispositivo, pedido pelas forças especiais norte-americanas e desenvolvido para o Pentágono, consegue fazer.
Esse aparelho, chamado Jetson, funciona com laser infra-vermelho a uma distância máxima de 200 metros; poderia ser uma distância maior com um laser melhor. “Não quero dizer que é possível do espaço, mas distâncias maiores deve ser possível”, explica Steward Remaly, do departamento de combate ao terrorismo do Pentágono, citado pelo MIT Technology Review. O dispositivo recorre a uma técnica conhecida como ‘vibrometria a laser’ para detectar o movimento à superfície causado pelo batimento cardíaco, mesmo que a pessoa esteja a vestir uma t-shirt ou um casaco leve. O Jetson devolve resultados em 30 segundos e, neste momento, só é eficaz quando o sujeito está sentado ou em pé; consegue uma precisão de 95%.
A assinatura cardíaca não é propriamente uma novidade como mecanismo de segurança. Uma empresa canadiana, por exemplo, desenvolveu um sensor de pulso para detectar o batimento, que está a ser usado por uma organização no Reino Unido. Já Wenyao Xu, da Universidade Estatal de Nova Iorque, criou um dispositivo que também permite ler o coração à distância, só que só chega a 20 metros; o investigador diz que a sua solução é mais robusta que o reconhecimento facial.