Porque nos dói o cabelo

Porque nos dói o cabelo

10 Outubro, 2018 /

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Que meta o dedo no ar quem nunca sentiu algo parecido. Parece não ter explicação e parece ter menos lógica ainda, afinal como é que o monte de células mortas nos dói?  

Ninguém perguntou mas decidimos responder a uma dúvida que de certeza já tiveste em algum momento da vida. Seja quando te sentes febril, seja depois de uma jornada de trabalho mais stressante, seja quando, caso tenhas cabelo comprido, tiras o elástico ao fim do dia, já hás de ter sentido aquela dor aguda que nasce num poro e se alastra pelo crânio todo. Não é bem uma dor de cabeça mas faz com que até encostar a cabeça numa almofada seja doloroso. Parece não ter explicação e parece ter menos lógica ainda, afinal como é que o monte de células mortas nos dói?

Acontece que não é mesmo o cabelo que te dói. São folículos capilares, ou pilosos (ou seja, as “bolsas” onde se localiza a raiz dos fios de cabelo) são dos primeiros receptores de sensações do nosso corpo humano.

Em declarações ao Huffington Post, a directora da Faculdade de Dermatologia da Universidade de Medicina de Icahn no Monte Sinai em Nova Iorque, Dra. Angela Lamb explicou que “o teu cabelo é um componente do teu sistema nervoso, por isso quando o puxas aplicas pressão nas terminações nervosas que estão na raiz do folículo. Com o tempo, elas acabam por ficar doridas.”

De acordo com Jessica Wu, uma dermatologista de Los Angeles, o teu cabelo também se habitua a estar em determinada posição. Por isso, quando soltas o cabelo ao fim do dia “as terminações nervosas são estimuladas novamente, por isso é que o couro cabeludo fica mais sensível”.

A mesma doutora Wu chama a atenção para a existência de um fenómeno chamado alopecia por tração que, apesar do nome pomposo, não é nada mais do que, perda de fios por colocares demasiada tensão nos cabelos, seja por apertares demasiado o elástico quando os apanhas, seja porque andas com eles apanhados mais vezes do que devias. “O cabelo está morto, é feito apenas de queratina, mas se colocares muita tensão e pressão sobre ele podes mesmo causar a quebra. Não o faças todos os dias. Se andares diariamente com o cabelo apanhado, tenta soltá-lo à noite. E não uses rabo de cavalo diariamente – é aí que podes ter problemas mais sérios.”  O mesmo fenómeno pode também contribuir para que o teu cabelo fique mais fino.

Por tudo isto, os dermatologistas aconselham a que tentes variar no género de penteados e formas de apanhar o cabelo, entre tranças, rabos de cavalo, por aí, para que os pontos de tensão não sejam sempre os mesmos.

É por serem uma extensão do nosso sistema nervoso que, além de “sentirem” os traumas que lhes causamos como os descritos acima, todos os pelos do nosso corpo sentem o desconforto que determinadas doenças ou estados que afectem esse mesmo sistema nos provocam fisicamente.

Em todo o corpo humano, estima-se que existam cerca de 5 milhões de folículos capilares. Estão presentes em toda superfície do corpo, excepto nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Pode ser assustador pensar que aquela dor pode estender-se por 5 milhões de poros. Ao mesmo tempo, sabe que cada folículo piloso tem capacidade para produzir e fazer crescer fios de cabelo, e que há formas de os estimular para acelerares o crescimento do cabelo. Pode ser uma boa notícia, não? Não é instantâneo, mas um desses métodos é massajar o couro cabeludo e é aqui que todo este ciclo cabeludo dá a volta, ou não fossem massagens na cabeça também a melhor forma de te livrares da dor de cabelo.

Autor:
10 Outubro, 2018

A Rita Pinto é Editora-Chefe do Shifter. Estudou Jornalismo, Comunicação, Televisão e Cinema e está no Shifter desde o primeiro dia - passou pela SIC, pela Austrália, mas nunca se foi embora de verdade. Ajuda a pôr os pontos nos is e escreve sobre o mundo, sobretudo cultura e política.

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