O estudo foi levado a cabo pelo Digiconomist e levanta uma questão de que dificilmente o público se lembraria numa primeira ou segunda abordagem. Em foco está a quantidade de energia eléctrica que o mining de Bitcoins implica – um dado difícil de inferir e calcular pela quantidade de intermédios envolvidos no processo mas indispensável numa análise consciente das criptomoedas enquanto alternativa para o futuro.
Os resultados surgem numa altura em que a tendência de crescimento da Bitcoin se acentua e o seu valor se estabeleceu no novo máximo de 10 mil dólares. Começa assim a ser determinante perceber a sustentabilidade, a todos os níveis, desta solução digital. A intenção do trabalho levado a cabo pelo Digiconomist é precisamente chamar à atenção para a sustentabilidade de – prometendo um acompanhamento regular tanto da Bitcoin (onde se incluí a Bitcoin e a Bitcoin Cash) e de outros sistemas de criptomoedas como o Ethereum.
Se em outras ocasiões te falámos da possibilidade de websites ou aplicações recorrerem ao teu processador para correr este processo, percebe-se agora, em convergência com estes novos dados, o porquê disso acontecer. Apesar de parecer um processo simples, o mining de Bitcoins é um processo que acaba por ser dispendioso sobretudo do ponto de vista energético.
Conforme se pode ler na contextualização dos dados, o consumo de energia é potenciado por estes algoritmos assentarem na lógica de tentativa-erro, tendo de desempenhar um grande número de processos até concluir a validação de uma transação. A agravar este consumo está a possibilidade de praticamente qualquer pessoa se poder tornar um miner, que nos últimos anos fez crescer drasticamente a quantidade de participantes na rede e, logo, de energia envolvida.
No total e passando aos resultados concretos, a rede de mining de bitcoin já representa 0,14% do consumo total de energia do mundo – um valor que se estima ronde os 30.23 TWh (terawatt por hora). Se fosse um país, esta criptomoeda seria já o 64º maior consumidor de energia do mundo, à frente de países como por exemplo a Irlanda, onde este valor ronda os 25 TWh.
Outro dado interessante surge na comparação da Bitcoin com um dos seus grandes concorrentes, a Visa. Apesar de neste capítulo escassearem os dados, a estimativa levada a cabo pela equipa de estudo calcula que o sistema tradicional dispensa apenas de 2% da energia consumida pela sua inovadora alternativa.
A ideia do Digiconomist não é com este trabalho questionar a Bitcoin ou as criptomoedas enquanto alternativa, mas sim os algoritmos em que estas soluções se baseiam. O consumo considerável de energia prende-se com a complexidade e redundância dos algoritmos que nesta rede permitem substituir a regulação central sendo por isso um custo inevitável. Conforme se lê no mesmo estudo, em causa está o tipo de contrato estabelecido, prova disso é por exemplo a diferença de consumos registada entre uma transação de Bitcoin ou Ethereum, duas moedas concorrentes e consideravelmente homólogas.
A subida proporcional do valor da moeda e do consumo de energia também é de estranhar. Com a valorização do mercado, a actividade de mining tornou-se mais rentável e tem levado inúmeros empresas e amadores a apostar neste segmento. De recordar que a mineração de Bitcoin é remunerada em Bitcoins, seguindo uma lógica que faz com que a remuneração diminua de ano para ano.
No outro lado da questão também encontramos importantes testemunhos como os que dão conta da utilização eficiente da energia envolvida no mining de bitcoins.
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