Inteligência Artificial

Como se traduz brain rot? 

Brain rot foi eleita palavra do ano. Junta-se ao leque de expressões com que vamos fingindo abordar seriamente os efeitos das redes sociais nas sociedades contemporâneas, como já em 2020 tinha acontecido com doomscrolling.

Imagem ilustrativa que segundo os seus autores pretende representar o poder e o lucro das empresas, sustentados pela exploração, controlo e dominação, nas mãos de alguns especuladores com poder de decisão, na sua maioria brancos e homens. Na imagem temos uma representação estilizada do complexo sistema da Inteligência Artificial, várias mãos aparentemente brancas a controlar esse sistema, e alguns elementos que recordam o seu impacto global, como notas que aparecem a desfazer, um emoji repetindo sequencialmente e que parece ir derretendo, e um conjunto e homens reunidos sobre uma mesa onde se vê o mapa mundo.

E se a IA for um problema e não uma solução para a crise climática?

Embora o hype tecnológico em torno da blockchain tenha gerado críticas pelo alto consumo energético, a Inteligência Artificial segue sem receber o mesmo escrutínio. E se a IA for parte do problema e não da solução para a crise climática? Esta é uma análise crítica sobre esses impactos e a necessidade de incluir a questão ambiental no debate sobre o futuro da tecnologia.

Na imagem temos uma composição gráfica onde se vê a sombra de uma arma em punho, do lado direito, apontada para uma mão que aparenta pedir ajuda, do lado esquerdo. Projectado nessa sombra vemos frases de cartazes, entre as quais se consegue ler "porque voltar para casa tem de ser um privilégio?". Esta composição tem elementos deformados, pixelizados, criando a ideia de algo ser 'mediado' por tecnologia, aquil que acontece com os algoritmos preditivos abordados no texto.

A prevenção do pior cenário na violência doméstica: I get by with a little help from AI?

O femicídio ou homicídio de vítimas de violência doméstica quando já decorria uma investigação criminal denota uma grande falha dos sistemas de avaliação de risco, que deveriam ser a base da intervenção dos órgãos de polícia criminal face à denúncia deste tipo de condutas violentas, que se sabe terem tendência a escalar quando ocorre a denúncia da situação pela vítima.

Imagem criada pelos artistas Anne Fehres e Luke Conroy com o título "Data is a Mirror of Us". A imagem é uma colagem digital com múltiplas camadas onde um elemento se destaca pela sua repetição: o espelho. Entre os diversos espelhos surgem cabos, processadores e figuras humanas, dando corpo a esta ideia de que os nossos dados digitais, utilizados pela IA, são o nosso reflexo.

Qual a aparência da Inteligência Artificial?

Ao expandir as nossas representações visuais e discursivas da IA, temos a oportunidade de influenciar positivamente como esta tecnologia será integrada e utilizada no futuro, promovendo um desenvolvimento mais ético e sustentável. Todas as respostas à pergunta do título estarão de alguma forma erradas, o importante é pararmos de errar sempre no mesmo sentido.

Recorte da imagem gerada em IA, que se tornou viral, com o texto 'All Eyes on Rafah'

Inteligência Artificial, indignação viral e o conflito real

Uma imagem gerada por IA tornou-se no maior viral desde que começou a operação militar de Israel em Gaza. Se as intenções de cada partilha não são mensuráveis e as consequências se diluem no tempo, o momento é um pretexto interessante para reflectir sobre o que este coro de partilhas nos diz sobre a mediatização digital do conflito, e falar mais uma vez sobre a perversa utilização da Inteligência Artificial no terreno.

Imagem da Google I/O com Sundar Pichai, CEO da Google, perto de um gigante ecrã demonstrando o AI Overview

É esta a inovação que esperamos da Inteligência Artificial?

Enquanto dezenas de milhares de empresas tentam aproveitar as novas tecnologias de IA generativa para criar aplicações que sejam realmente úteis — não simples geradores de textos a metro ou de quadros decorativos — a narrativa mediática em torno da IA é completamente dominada pelo que vai sendo lançado em Silicon Valley.

Imagem do filme Her em que vemos o personagem principal, representado por Joaquin Phoenix, a olhar para o ecrã do computador onde habitualmente corre o seu assistente pessoal com a voz de Scarlett Johansson com um ar desanimado.

Para os CEOs das tecnológicas, a distopia é o mais importante

Por muito que agitemos, que gozemos, ou chamemos à atenção para o facto de os titãs da tecnologia estarem a retirar as suas referências e os produtos do contexto — tudo é em vão. É óbvio que os CEOs não querem saber do que os críticos culturais pensam das suas aspirações e, para além disso, temos de compreender que estas distopias lhes são activamente úteis. 

Os grandes modelos de linguagem, automação e trabalhos de merda

A proposta deste texto é simples, e é, na verdade, a de não propor nada. Trata-se de pensar sobre possibilidade e de iniciar uma discussão que parece estar a ser constantemente adiada há quase um século, pelo menos desde as previsões de 1930 de Keynes.

Uma montagem em que frames de vários vídeos criados com o sistema de I.A. Sora

Sora, geração de vídeos com IA e a síndrome do objecto brilhante

Sora é o novo modelo de Inteligência Artificial revelado pela OpenAI. Inspirado no ChatGPT e nos modelos de difusão, o Sora é apresentado como a nova jóia da coroa, mas um olhar atento revela como o seu brilho está manchado por um modelo de desenvolvimento que continua a ignorar os problemas que lhe vão sendo apontados.

Imagem gerada com o software Dall-E 2 e o prompt: "A baroque-style painting portraying Sam Altman as a messiah figure, featuring apocalyptic imagery on one side and dollars on the other."

Como Sam Altman se tornou o Messias da Inteligência Artificial

Não é conhecido há tanto tempo quanto Mark Zuckerberg, não tem uma presença nas redes sociais tão irritante quanto Elon Musk, nem uma fortuna tão conhecida como a de Jeff Bezos. Quem é Sam Altman e como, graças à OpenAI, se tornou um dos protagonistas do momento?

Emily Bender: “As linguagens humanas são mais do que a sua forma”

Professora de Linguística e responsável pelo departamento de Linguística Computacional da Universidade de Washington, Emily M. Bender é uma das referências para melhor entendermos os grandes modelos de linguagem e as principais questões ligadas às suas capacidades e utilizações.

GPT-4: entre a comercialização e a democratização

Para além dos resultados em termos de performance, que abordaremos mais à frente, o lançamento do GPT-4 trouxe consigo uma novidade. Pela primeira vez, alegando “o panorama competitivo e as implicações de segurança de grandes modelos de linguagem”, o artigo relatando o novo lançamento da OpenAI não aborda em detalhe a arquitectura do modelo, o hardware envolvido, as fórmulas de treino, os métodos usados, ou os dados de treino.

A Inteligência Artificial ainda tem muito para aprender

E se a verdade é que Inteligência Artificial tem realmente capacidades muito para além das nossas, não é menos verdade que ainda tem muito para aprender connosco. Quem a vai educar é a grande questão.