A bitcoin é o 64º maior consumidor de electricidade do mundo

A bitcoin é o 64º maior consumidor de electricidade do mundo

28 Novembro, 2017 /

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Um dado difícil de inferir e calcular pela quantidade de intermédios envolvidos no processo mas indispensável numa análise consciente das criptomoedas enquanto alternativa para o futuro. 

O estudo foi levado a cabo pelo Digiconomist e levanta uma questão de que dificilmente o público se lembraria numa primeira ou segunda abordagem. Em foco está a quantidade de energia eléctrica que o mining de Bitcoins implica – um dado difícil de inferir e calcular pela quantidade de intermédios envolvidos no processo mas indispensável numa análise consciente das criptomoedas enquanto alternativa para o futuro.

Os resultados surgem numa altura em que a tendência de crescimento da Bitcoin se acentua e o seu valor se estabeleceu no novo máximo de 10 mil dólares. Começa assim a ser determinante perceber a sustentabilidade, a todos os níveis, desta solução digital.  A intenção do trabalho levado a cabo pelo Digiconomist é precisamente chamar à atenção para a sustentabilidade de – prometendo um acompanhamento regular tanto da Bitcoin (onde se incluí a Bitcoin e a Bitcoin Cash) e de outros sistemas de criptomoedas como o Ethereum.

Se em outras ocasiões te falámos da possibilidade de websites ou aplicações recorrerem ao teu processador para correr este processo, percebe-se agora, em convergência com estes novos dados, o porquê disso acontecer. Apesar de parecer um processo simples, o mining de Bitcoins é um processo que acaba por ser dispendioso sobretudo do ponto de vista energético.

Conforme se pode ler na contextualização dos dados, o consumo de energia é potenciado por estes algoritmos assentarem na lógica de tentativa-erro, tendo de desempenhar um grande número de processos até concluir a validação de uma transação. A agravar este consumo está a possibilidade de praticamente qualquer pessoa se poder tornar um miner, que nos últimos anos fez crescer drasticamente a quantidade de participantes na rede e, logo, de energia envolvida.

No total e passando aos resultados concretos, a rede de mining de bitcoin já representa 0,14% do consumo total de energia do mundo – um valor que se estima ronde os 30.23 TWh (terawatt por hora). Se fosse um país, esta criptomoeda seria já o 64º maior consumidor de energia do mundo, à frente de países como por exemplo a Irlanda, onde este valor ronda os 25 TWh.

Outro dado interessante surge na comparação da Bitcoin com um dos seus grandes concorrentes, a Visa. Apesar de neste capítulo escassearem os dados, a estimativa levada a cabo pela equipa de estudo calcula que o sistema tradicional dispensa apenas de 2% da energia consumida pela sua inovadora alternativa.

A ideia do Digiconomist não é com este trabalho questionar a Bitcoin ou as criptomoedas enquanto alternativa, mas sim os algoritmos em que estas soluções se baseiam. O consumo considerável de energia prende-se com a complexidade e redundância dos algoritmos que nesta rede permitem substituir a regulação central sendo por isso um custo inevitável. Conforme se lê no mesmo estudo, em causa está o tipo de contrato estabelecido, prova disso é por exemplo a diferença de consumos registada entre uma transação de Bitcoin ou Ethereum, duas moedas concorrentes e consideravelmente homólogas.

A subida proporcional do valor da moeda e do consumo de energia também é de estranhar. Com a valorização do mercado, a actividade de mining tornou-se mais rentável e tem levado inúmeros empresas e amadores a apostar neste segmento. De recordar que a mineração de Bitcoin é remunerada em Bitcoins, seguindo uma lógica que faz com que a remuneração diminua de ano para ano.

No outro lado da questão também encontramos importantes testemunhos como os que dão conta da utilização eficiente da energia envolvida no mining de bitcoins.

Autor:
28 Novembro, 2017

O João Gabriel Ribeiro é Co-Fundador e Director do Shifter. Assume-se como auto-didacta obsessivo e procura as raízes de outros temas de interesse como design, tecnologia e novos media.

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