Ulrich Kelber, ex-deputado alemão pelo Partido Social Democrata (SPD) e desde 2019 Comissário Federal para a Protecção de Dados e Liberdade de Informação, desaconselhou o uso do WhatsApp por ministros e instituições oficiais, apesar de alguns terem recorrido à aplicação durante a pandemia.
Em uma carta às agências do governo alemão, referida pelo DW, Ulrich Kelber disse que a protecção de dados deve ser respeitada e não negligenciada “mesmo nestes tempos difíceis” e que as entidades oficiais têm uma função enquanto modelos a seguir. O Comissário está preocupado depois de algumas reclamações de cidadãos alemães sobre o uso do WhatsApp por autoridades alemães.
De acordo com Ulrich, o envio de mensagens resulta em metadados partilhados com o WhatsApp e, por consequente, com Facebook, a empresa detentora da aplicação. “Estes contribuem, mesmo sendo apenas uma pequena peça do puzzle, para o aumento do armazenamento de perfis pessoais”, referindo-se aos endereços IPs e localizações dos utilizadores que ficam associadas ao ecossistema já grande do Facebook.
Fonte do WhatsApp disse que o serviço de chat não envia partilha informação com o Facebook com intuitos comerciais e relembrou que as conversas são encriptadas por defeito, pelo que só as pessoas que enviam e recebem as mensagens as conseguem ler. Contudo, mesmo que o WhatsApp não envie informação para fins comerciais para o Facebook, pode existir partilhar de metadados sobre o uso da aplicação – e foi sobre essa informação que Ulrich se mostrou preocupado.
De resto, o Comissário alemão pela Protecção de Dados e Liberdade de Informação não foi a única voz a desaconselhar o uso do WhatsApp. Em Fevereiro, a Comissão Europeia recomendou o Signal à aplicação de chat detida pelo Facebook por considerar mais segura.