São autocolantes pixelizados de 5×5 cm com cores vivas sob um fundo preto e têm ajudado pessoas com deficiência visual em Barcelona nos últimos meses. Estão em autocarros, comboios, eléctricos e num funicular em Montjuïc e podem ser encontrados colados perto das saídas dos transportes, nas plataformas, escadas, bilheteiras, intercomunicadores e corredores.
O sistema foi desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas da Mobile Vision, da Universidade de Alicante em parceria com uma Startup espanhola NaviLens e está agora a ser testado nos Transportes Metropolitanos de Barcelona (TMB), um serviço de transporte público, como forma de tornar mais simples o acesso e orientação de pessoas invisuais ou com visibilidade reduzida.
Para os utilizar, é simples, apenas é preciso um smartphone e a aplicação, gratuita, que permite ler os códigos, de modo similar a um QR Code, e ouvir as informações contidas no mesmo. O tag, pelas suas características em termos de dimensões e contrastes pode ser lido pelo telemóvel a uma distância de 15 metros, sem ser preciso focar nem parar.
Na codificação, em tudo semelhante ao Qr Code, podem ser transmitidas informações os horários dos transportes, obstáculos com que se devam preocupar ou a descrição do ambiente em redor. Para a informação ficar disponível basta abanar o telemóvel em redor para que sejam lidos todos os dados contidos nos tags envolventes.
“Até agora não havia outra alternativa senão aprender o horário das estações e decorar as rotas a seguir”, conta Juan Nuñez, um residente de Barcelona com incapacidades visuais.
O sistema pode ser programado em várias línguas e o telemóvel seleciona automaticamente a língua nativa do utilizador. Há também a funcionalidade na aplicação de descarregar uma tag simples e utilizá-lo para qualquer função programável, como criar rótulos para caixas de arrumação.
O projeto piloto desenvolveu-se numa linha de metro e numa rota de autocarro e como teve muito sucesso alargaram a todas as 159 estações de metro e a 2400 paragens de autocarro, o que dá um total de dezenas de milhares de tags. Segundo o site MIT Technology Review, a NaviLens espera conseguir expandir o projeto a outras cidades europeias muito em breve.