Há 10 anos Lily Allen profetizou a “geração Instagram”

Há 10 anos Lily Allen profetizou a “geração Instagram”

11 Janeiro, 2019 /

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O Instagram só chegaria em 2010 e as influencers ainda mais tarde, mas Lily Alen adivinhou esse futuro e, após pesquisa simples, percebemos não somos só nós que o dizemos.

As primeiras palavras, “I wanna be rich and I want lots of money”, assumi tratar-se de mais uma canção mais típica do rap, com larachas lançadas ao bling e aos vídeos de miúdas com mais ou menos roupa, mas com a novidade de ser cantada por uma artista pop, ainda que a artista em questão seja dada à sabotagem daquilo que se convencionou tratar por pop. Aliás, isso nota-se na forma crua como escreve, com singles a serem alvo de censura. Mas “The Fear”, cantiga de 2009, do álbum It’s Not Me, It’s You, sucessor do excelente Allright Still, é bem mais que isso: é uma profecia. O Instagram só chegaria em 2010 e os influencers ainda mais tarde, mas esta canção adivinha esse futuro e, após pesquisa simples, percebemos não somos só nós que o dizemos.

I want to be rich and I want lots of money
I don’t care about clever, I don’t care about funny
I want loads of clothes and fuckloads of diamonds
I heard people die while they are trying to find them
And I’ll take my clothes off and it will be shameless
‘Cause everyone knows that’s how you get famous
I’ll look at the sun and I’ll look in the mirror
I’m on the right track, yeah, I’m on to a winner

Curiosamente, na entrevista ao Telegraph, Allen menciona outras redes como inspiração: “passava muito tempo no MySpace e começava a usar o Twitter. Comecei a sentir que as pessoas estavam a mostrar uma parte delas que não era necessariamente real. Na sua infância, as redes sociais pareciam libertadoras, mas também pareciam um bocado falsas. “The Fear” é a minha reação a essa falsidade”.

Se há frase que sumariza a questão profética é o arranque do refrão: “I don’t know what’s right and what’s real anymore”. E até o vídeo ajuda a perceber que Allen enxergou algo que mais ninguém viu. Cenários trabalhados, o cuidado com as cores, os movimentos coreografados e até uma catrefada de presentes e até um inusitado unboxing. Só faltam os filtros. Será?

Autor:
11 Janeiro, 2019

O Pedro Arnaut recua uma década no ano em que estamos para recordar músicas, discos e bandas que andavam por aí a rodar nessa altura. Porque 10 anos é muito tempo.

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