Noutra realidade este artigo até era escusado mas estamos certos que compreenderão que Weis, pelo talento que exalta, não poderia continuar a passar despercebido pela nossa redação.
É um daqueles artistas em que o termo underrated assenta com uma luva. Viajou os últimos anos pelo underground português, entre trabalhos a solo, colaborações e uma batalha da liga knock out assumidamente em busca de spam – “Não tenho beef com o Nocivo por isso a battle que se dane, sou o único gajo que admite que veio aqui por spam“.
O MC do Porto que veio para “javardar” rap em português lançou o seu primeiro projeto em 2014, a mixtape Preso a Ideias Soltas, a que se seguiu a compilação de 6 faixas Palavras Atropeladas, em 2016. Em Outubro do ano passado lançou em conjunto com Vírus, rapper mas também habitual produtor de Weis, o Agora ou Nunca, um EP de “super-heróis falhados” composto por 12 faixas. Caracterizado por uma lado mais virado para o egotripping e outro em que são abordados temas mais introspectivos.
Não chamas hiphop àquilo que eu faço, fixe ?
Eu não fecho bem a tampa como é que eu me encaixo nisto ?
Com uma postura sui generis no game e uma abordagem satírica muito própria, espalha rimas inflamáveis com elevadas doses de criatividade. Por cima instrumentais carregados de groove, cospe sem filtros letras recheadas de duplo sentido que valem sua pela naturalidade, apimentandas por flow’s e punchlines cativantes.
“Não fechar bem a tampa” resulta em videoclipes tornados em autenticas sátiras, protagonizados por bonecos criados por Weis, responsável pela co-direção da maioria dos seus videoclipes.
Não sou para ser ouvido por menores
Mas já só ligam ao que visto, o que digo são pormenores
Para além dos EP’s com a sua assinatura, tem também uma espécie de “rubrica” denominada por “Tudo numa Rima”, iniciada em 2015, conta já com 3 partes, a última das quais lançada há 2 meses com a produção de Virtus.
A faixa “Isso era tudo escusado”, que conta com a voz de Sofia Faustino, uma obra exclusiva de Frederico Draw e ainda instrumental do Virus, é um bom exemplo disso, contando inclusive com edição do próprio Weis, que se revela cada vez mais self made. O videoclipe conta ainda com a importante participação do Pato Michael.
Perdi leme das noções deste navio:
A gozar com marionetas e tenho a vida por um fio!