Com quase todo o mundo a braços com o mesmo problema, o SARS-CoV-2, a comunidade cientifica não se faz excepção e tem dedicado muito do seu esforço à criação e publicação de novos estudos sobre este novo agente viral. Assim, a quantidade de informação científica, que habitualmente demoraria anos a gerar, surge agora com uma velocidade muito superior dos mais diversos ângulos: há estudos sobre a propagação das partículas, a estrutura do vírus, a sua duração em superfícies, o potencial clínico de diversas terapêuticas, enfim, um pouco de tudo.
A quantidade de nova informação é de tal ordem que entre as múltiplas iniciativas a que o estado geral de emergência deu origem surgiu um dashboard para acompanhar a pesquisa e publicação científica que tem sido feita – chama-se Covid-19 Primer e oferece uma visualização do que tem sido produzido nesta área, obtida através do processamento automático do que tem sido publicado online.
Neste site, podemos testemunhar a subida abrupta do número de papers que têm sido publicados tendo o Covid-19 como foco; um valor que já totaliza 4268 papers, 865 dos quais publicados na última semana. Para além disso, temos ainda acesso às palavras-chave mais utilizadas, aos tópicos mais abordados, a uma lista dos investigadores que mais tem contribuído, bem como das instituições a que pertencem, e dos papers que mais interações têm gerado.
Esta sistematização da informação dá-nos uma ideia de como se trabalha para gerar conhecimento fidedigno com evidência robusta, numa área sobre a qual pouco se conhece e contrasta com as habituais notícias que apontam estudos singulares e nem sempre bem fundamentados como grandes avanços para a área.
Tal como explicámos neste artigo, a investigação cientifica é um processo interactivo, feito de hipóteses, confirmações e refutações que demoram tempo e implicam o esforço consertado de centenas de pessoas por todo o globo, confrontando e corroborando entre si as principais descobertas.
You must be logged in to post a comment.