Jure Tovrljan é um designer esloveno e director criativo do estúdio AV Studio. Inspirado pelo recente surto pandémico de coronavírus, decidiu pôr mãos à obra e subverter alguns dos logos mais icónicos da contemporaneidade, tornando-os um meio para disseminação dos princípios a que devemos obedecer e reflexo das mudanças que ocorrem um pouco por todo o mundo.
O resultado é caricato e engraçado mas as leituras que podemos fazer de alguns dos trabalhos podem até espoletar uma reflexão ainda mais profunda — não fossem os logos das corporações uma importante componente do nosso património. Podemos, por exemplo, relacionar a mudança de nome da cadeia de supermercados norte-americana Target para “Easy Target”, com o crescimento em flecha dos números de infectados com o COVID-19 nos EUA, que têm surpreendido tudo e todos, revelando uma certa falta de preparação.
Por outro lado, alguns dos outros exemplos são meros trocadilhos e jogos de palavras como o caso do LinkedIn mas nem por isso deixam de poder ter uma segunda leitura. Dados recentes e estudos económicos revelam que a pandemia terá um efeito massivo na economia e que o desemprego poderá subir como consequência da recessão económica global provada pela desaceleração na produção, daí que “LinkedOut” possa fazer também especial sentido.
Outras das criações lembram-nos alguns dos cuidados que devemos ter. Por exemplo, o pagamento com cartão que implica o manuseamento das máquinas multibanco, a sereia do Starbucks que nos lembra a vulnerabilidade de quem atende ao público ou o da Imobil que nos sugere nada mais nada menos do que ficar parados.
Quanto aos logótipos desportivos ou análogos, como o da NBA, Nike ou dos Jogos Olímpicos, as leituras possíveis são menores mas a sua força é indiscutível. Para os amantes do desporto e para os próprios atletas, os tempos têm sido tão atípicos como para qualquer outra pessoa – ao contrário doutras crises, esta, de saúde pública, toca a todos por igual. Sem a possibilidade de aglomeração acabaram-se os desportos e em ano de Olímpicos multiplicam-se as dúvidas tanto sobre a realização do certame quanto sobre a preparação dos atletas que se vêem obrigados a ficar em casa ou noutros locais de isolamento sem condições para a prática desportiva.
Já o logo da cerveja Corona, esse, mereceu um rebranding ainda mais agressivo, reflectindo a quebra na percepção pública da marca que do nada viu o vírus com um nome idêntico espalhar-se por todo o mundo.
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