Como colmatar o aquecimento global é uma questão para mais de um milhão de dólares, e que envolve não só a salvação da nossa espécie, como a manutenção da estabilidade da vida em geral na Terra do modo que mais ou menos conhecemos. Contudo, para esta questão, aparentemente simples, as possibilidades de resposta são mais que muitas e baseiam-se numa combinação de factores meticulosamente articulados à mercê de vontades políticas.
A comunidade científica avança com propostas, indicando o que está mal e propondo o que podia mudar, mas daí até que estas ideias se tornem medidas há um longo caminho de consciencialização e aceitação, dependente por um lado da vontade dos políticos decisores e, por outro, do reconhecimento popular da sua importância – pense-se, por exemplo, na celeuma gerada por propostas de redução do tráfego rodoviário em várias cidades. Nesse sentido, é preciso que comecemos a visualizar com mais objectividade o impacto das medidas que se falam e foi com esse objectivo que o MIT e a associação sem fins lucrativos Climate Initiatives criaram o En-ROADS, um simulador do impacto de políticas ambientais.
O En-ROADS é uma ferramenta digital e online muito simples: na parte superior, temos dois gráficos, um com as principais fontes de energia em uso e outro com o resultado na variação da temperatura até ao ano 2100; na parte inferior, temos três grandes áreas, o ‘Fornecimento de Energia’, os ‘Transportes’ e a ‘Terra e Emissões Industriais’ – é nesta secção que somos convidados a alterar os parâmetros face ao status quo para percebermos o impacto médico que tudo teria.
Ao alterarmos os níveis de cada um dos segmentos, conseguimos perceber a dificuldade que será travar o aquecimento global neste momento e, sobretudo, a importância de políticas realmente globais. É por isso que no gráfico não vemos medidas avulsas ou dedicadas a um ou outro país, mas antes categorias mais ou menos abstractas resultantes da actividade global como a população mundial, o crescimento económico global, o consumo de energias fósseis (numa perspectiva global) e a forma como se está a remover carbono da atmosfera.
O simulador está disponível online e para quem quiser utilizar para ter uma nova perspectiva sobre o aquecimento global – porque num assunto com esta complexidade toda a informação é pouca e todas as formas de a tornar objectiva são importantes para que os argumentos e as políticas sejam cada vez mais efectivas e menos superficiais.