O The Guardian atualizou o seu livro de estilos com o objetivo de introduzir termos mais adequados para descrever a crise ambiental no mundo. Embora os termos originais não sejam proibidos, expressões como “climate change” vão ser substituídas por “climate emergency, crisis or breakdown”, e ainda “global heating” vai ter preferência sobre “global warming”.
+BREAKING+
The Guardian's editor has just issued this new guidance to all staff on language to use when writing about climate change and the environment… pic.twitter.com/yylPXJzdbc
— Leo Hickman (@LeoHickman) May 17, 2019
A editora-chefe do The Guardian, Katharine Viner, explicou o porquê da iniciativa: “A expressão ‘mudança climática’, por exemplo, soa bastante passiva e gentil quando o que os cientistas estão a falar trata-se de uma catástrofe para a Humanidade.”
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres já falou em “crise climática”, mas não foi o único. O Professor Hans Joachim Schellnhuber, um cientista que fala do clima; o antigo conselheiro da Chanceler Angela Merkel; a União Europeia e o Papa também usam a expressão. O Professor Richard Betts, que lidera a pesquisa climática do Met Office, disse que o termo “global heating” foi mais preciso do que “global warming” para descrever as mudanças que estão a ocorrer no clima mundial.
Outros temos que foram atualizados no livro de estilo do The Guardian foram “vida selvagem” em vez de “biodiversidade”; “populações de peixe” ao invés de “stock de peixes”; e ainda , “cético climático” foi substituído por “negador da ciência climática”.
Dois relatórios de referência de cientistas em todo o mundo revelaram a escala da crise climática e da vida selvagem. Segundo o The Guardian, deve-se reduzir as emissões de carbono para metade até 2030 para evitar riscos ainda maiores de secas, inundações, calor externo e pobreza para centenas de milhares de pessoas. Em maio, cientistas disseram que a sociedade humana estava em perigo devido à acelerada aniquilação da vida selvagem e à destruição dos ecossistemas que sustentam toda a vida na Terra.
Greta Thunberg, uma adolescente sueca que inspirou greves escolares pelo clima em todo o mundo, também está a favor da ideia.“É 2019. Podemos todos começar a chamar as coisas pelo que realmente são: colapso climático, crise climática, emergência climática, colapso ecológico, crise ecológica e emergência ecológica?”, disse.
“As pessoas precisam de lembrar que a crise climática já não é um problema do futuro – precisamos enfrentá-lo agora e todos os dias são importantes”, afirma Katharine Viner.
(Artigo redigido com o novo AO)