Curso de Felicidade da Universidade de Yale está disponível online e é grátis

Curso de Felicidade da Universidade de Yale está disponível online e é grátis

24 Março, 2020 /
Foto de Sasha Freemind/via Unsplash

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O curso já ficou online e gratuito há cerca de 2 anos na plataforma Coursera, sob o nome "A Ciência do Bem-Estar", mas é outra ferramenta de consolo e aprendizagem que pode ser-te útil agora.

Temos chamado a tua atenção para a importância de cuidar da saúde mental durante este período de crise de saúde física. A Internet tem sabido dar-nos coisas para fazer e para nos entreter mas, mais do que isso, também já mostrou ser um espaço comunitário para aqueles que sentem necessidade de cuidar melhor da sua sanidade mental por estes dias. Falámos-te do novo site e biblioteca do projecto Made of Millions, por exemplo, e falamos-te agora do popular curso de Felicidade da também icónica Universidade de Yale. 

O curso já ficou online e gratuito há cerca de 2 anos na plataforma Coursera, sob o nome “A Ciência do Bem-Estar”, mas é outra ferramenta de consolo e aprendizagem que pode ser-te útil agora. Qualquer pessoa pode assistir às aulas sem pagar, e por 49 dólares (45 euros) pode concluir tarefas, enviá-las para serem avaliadas e obter um certificado de conclusão.

Em 2018, numa entrevista à jornalista da CNN, Christiann Amanpour, sobre a criação do curso, a professora de Psicologia, Laurie Santos, explicou que apesar das conexões sociais serem importantes, a ciência tem mostrado que grande parte da felicidade diária decorre do cultivo de práticas e rotinas saudáveis. Por isso, refere que esta volta dramática nas nossas vidas pode realmente servir de oportunidade para, nas próximas semanas, repensarmos os nossos rituais diários, e assim tentarmos repensar o nosso cérebro em direcção a uma vida mais feliz.

Santos explicou na altura que foi a convivência com alunos da universidade que a incentivou a tomar a decisão final de avançar com o curso. “Estava chocada com o tipo de problemas de saúde mental” que via e observou que se tratava de “uma tendência nacional que está a piorar”. Quase 1200 alunos – cerca de um em cada quatro alunos no campus – acabaram por se matricular na turma, e o curso acabou por se tornar o mais popular dos mais de 300 anos de história de Yale.

O curso começa com alguns insights sobre a psicologia e a neurociência por detrás do que impulsiona a felicidade. Na segunda metade, desafia os alunos com exercícios de mudança de comportamento para ajudar a reprogramar o cérebro.

“As nossas mentes mentem-nos a toda a hora. Queremos coisas erradas. Pensamos que precisamos de mudar as circunstâncias da nossa vida para sermos mais felizes”, diz Santos. “Muita gente acredita erradamente que a felicidade está ao virar da esquina se conseguirmos um emprego melhor, um parceiro mais bonito ou inteligente ou uma casa maior.” Mas Santos esclarece que a literatura sobre neurociência não só não confirma isso, como explica que aquilo que “desempenha um papel muito maior na nossa felicidade são as nossas práticas simples, actos simples como estabelecer uma conexão social, tirar tempo para agradecer ou para estar no momento presente”. Felicidade e contentamento decorrem de repetidas tarefas simples, em vez de tarefas hercúleas. “Considero a ciência da felicidade uma fonte de boas notícias”, afirma a professora.

O curso deve ser feito em 10 semanas, e a plataforma Coursera permite-nos discutir os módulos com colegas e professores/moderadores. Há leituras sobre “ideias erradas em torno do conceito de felicidade”, “porque é que ter expectativas pode ser mau” ou sobre como “pôr estratégias em prática”. O curso pede alguma regularidade na frequência com que vês os vídeos ou participas nas discussões e leituras, mas parece dar-nos oportunidade, ainda assim, de compreender e experimentar com os temas ao nosso ritmo.

Fica aqui mais uma ideia sobre como podes lidar com o efeito isolador da pandemia de Covid 19. Como o mundo pode parecer estar a perder o controlo, aprender o que podemos controlar pode ser vital para encontrar um lado positivo na era do coronavírus.

Autor:
24 Março, 2020

A Rita Pinto é Editora-Chefe do Shifter. Estudou Jornalismo, Comunicação, Televisão e Cinema e está no Shifter desde o primeiro dia - passou pela SIC, pela Austrália, mas nunca se foi embora de verdade. Ajuda a pôr os pontos nos is e escreve sobre o mundo, sobretudo cultura e política.

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