IMMADTOO: uma geração em ilustrações

IMMADTOO: uma geração em ilustrações

28 Fevereiro, 2020 /

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O artista de 18 anos Reeno falou-nos do seu projecto, o espelho de uma geração enraivecida por injustiças, mas determinada para as corrigir.

Em pleno mundo digital, é interessante a maneira como descobrimos artistas novos através das redes sociais. Alguém que nós seguimos segue um artista interessante, faz um retweet ou repost e, de repente, somos expostos a todo um novo universo visto pelos olhos de outro ser humano. Foi precisamente assim que Reeno se cruzou connosco.

Sendo um artista que se encontra no início da sua carreira, ainda pouco se sabe sobre a sua vida e trabalho. Sendo assim, resolvemos enviar-lhe uma série de perguntas para podermos partilhar um pouco do seu mundo com os nossos leitores.

Começando pela informação mais básica, como te chamas, que idade tens e de onde és?

Chamo-me Sam Mazzarino, tenho 18 anos e cresci e moro na Florida, nos Estados Unidos da América.

Como é que o Reeno foi criado e o que é que te motivou a começar a desenhar?

Eu desenhei literalmente a minha vida inteira… A maioria das crianças desenha, mas eu nunca deixei de o fazer. Fui para uma escola de artes no ensino médio e atualmente estou também numa escola secundária de artes, portanto nunca parei de desenhar. Quanto a transformá-lo num negócio (Reeno)… Basicamente trabalhava numa pizzaria e não me sentia feliz lá. Não tenho qualquer paixão por pizza e ter um patrão não é a minha coisa favorita. Portanto, tive de arranjar forma de fazer dinheiro com a minha arte. Comecei a postar os meus desenhos e a desenhar celebridades. Um mês depois de ter começado, consegui uma colaboração de merchandise com a Billie Eilish, fazendo marketing de mim próprio nas páginas de fãs dela. A partir desse ponto, continuei a aumentar a minha rede, base de clientes e portefólio artístico. Cerca de três meses depois, desisti do meu trabalho na pizzaria e fui “all in” com Reeno.

De onde é que vem a tua inspiração?

A minha inspiração vem de bons filmes, bons livros, boas histórias (especialmente histórias reais), comediantes, filosofia, psicologia, música, belas artes e design gráfico, roupa e o poder da juventude. Acima de tudo, a minha inspiração vem dos problemas que vejo no mundo, eu tento resolvê-los.

A maioria do teu trabalho está centrado no conceito de IMMADTOO (“Eu também estou chateado”). O que é que este conceito significa para ti?

IMMADTOO é basicamente o conceito de uma raiva positiva. É uma raiva dirigida a uma injustiça, combinada com a determinação para a corrigir. Também representa a ideia de harmonia entre pessoas perturbadas. Se alguém pensa que é a única pessoa com um determinado problema, IMMADTOO é uma lembrança de que não está. Eu também estou chateado. Também se liga muito bem com a juventude. Os miúdos são conhecidos por serem naturalmente chateados e ambiciosos perseguidores da “counter-culture”. Pessoas assim estão chateadas, mas estão chateadas juntas, MADTOO. Estas são apenas algumas interpretações, mas o significado é um debate aberto e pode aplicar-se a muita coisa.

Vês-te como um artista ou estás apenas a divertir-te?

Ambos. Estou a divertir-me a fazer arte.

Anseias ser artista profissional ou tens outros objetivos de vida?

Não sei se existe o conceito de artista profissional. Toda a gente é um artista, é um espectro, não um clube. Espero conseguir viver financeiramente apenas da minha arte, mas não é esse o meu objetivo. Só me importo com evoluir a Arte o máximo possível, acima de tudo.

Com a tua arte tu refrescas o conceito de cartoons. Achas que essa é uma linguagem valiosa nos dias de hoje?

Não acho que cartoons especificamente sejam tão importantes como a arte no geral. A Arte é importante porque consegue comunicar conceitos e filosofias entediantes, mas importantes, de maneiras agradáveis e compreensíveis. É uma linguagem dessa maneira.

https://www.instagram.com/p/B4-QLohFMTi/

Autor:
28 Fevereiro, 2020

Engenheiro Informático de profissão, Pedro Caldeira é um apaixonado por tecnologia e acima de tudo música. Escreve regularmente sobre temas relacionados com tecnologia disruptiva e sobre álbuns e artistas que o inspiram.

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