Dados recolhidos por uma organização sem fins lucrativos e publicados no início de 2019 pela Bloomberg revelam como as grandes empresas podem lucrar mesmo no piores cenários a que a crise climática nos pode conduzir. Apesar de o artigo em questão já ter um ano, a realidade mantém-se actual, quando ano após ano vemos os ciclos de desenvolvimento de produto e os planos de marketing seguirem o mesmo rumo de sempre. Recuperemos, neste contexto, o que prevêem duas das tecnológicas mais presentes no dia-a-dia – Google e Apple.
Segundo as previsões da Apple, à medida que as condições climáticas na Terra forem piorando, as pessoas dependerão mais e mais de equipamentos que promovam a sua segurança e a dos seus entes-queridos. Assim, a empresa estima que os seus telemóveis – os iPhones – possam servir com lanterna ou como sirene, para aceder a informações sobre primeiros socorros ou ainda como dispositivo de comunicação via rádio.
Já a Google, empresa do grupo Alphabet, prevê as condições sócio-económicas resultantes da crise climática possam levar a uma desaceraleração da publicidade online. Em contrapartida, a empresa espera um aumento da utilização de uma das suas ferramentas com maior longevidade, o Google Earth. “Se os consumidores valorizarem o Google Earth como uma ferramenta para examinar as mudanças físicas nos recursos naturais e no clima da Terra, isso pode traduzir-se num aumento na lealdade dos consumidores e no valor da marca”, escreveu a Google.
As previsões da Apple e da Google foram fornecidas pelas duas empresas à CDP – Carbon Disclosure Project, uma organização sem fins lucrativos britânica que trabalhou com mais de 7 mil empresas de todo o mundo para um relatório sobre o impacto ambiental de cada uma dessas entidades em 2018.
Apesar de a Apple e da Google verem oportunidades nas alterações climáticas, outras corporações estão preocupadas. A Coca-Cola, por exemplo, tem receito que deixe de existir água suficiente para continuar a fabricar o seu produto e a Walt Disney pode ver os seus parques de diversões tornarem-se demasiado quentes para os visitantes. Podes ler mais na peça da Bloomberg.