No Oriente, o excesso de trabalho é uma realidade há muito conhecida. Na China, Coreia do Sul ou Japão a loucura da produtividade subiu para níveis nunca antes vistos nos tempos modernos e as consequências tem sido várias. Já aqui demos conta da revolta dos programadores chineses por um horário de trabalho razoável e agora damos conta de notícias bem mais animadoras. Uma experiência da Microsoft Japão reduziu a semana de trabalho para apenas 4 dias e a produtividade cresceu.
A experiência, chamada “Work Life Choice Challenge”, decorreu durante o mês de Agosto na sucursal da tecnológica americana no Japão e fez com que a empresa fechasse portas às quintas. Dessa forma, os trabalhadores puderam durante todo o mês gozar de um fim-de-semana prolongado de 3 dias, enquanto trabalhavam apenas 4 dias por semana.
Nesse mesmo período a produtividade foi medida, claro, em função do lucro, e comparada com o mesmo período do ano passado. Os resultados foram surpreendentes, com a empresa a apontar para um crescimento de 39,9% no número de vendas por funcionário. Segundo a Microsoft, estes resultados devem-se sobretudo a uma redução no tempo gasto em reuniões e um aumento do número de conferências remotas como forma de ‘despachar trabalho’.
Para além dos ganhos a nível da produtividade dos trabalhadores, a empresa garante que há outras mais valias na adopção destas políticas, referindo ter reduzido 23.1% da electricidade utilizada e 58,7% no número de folhas impressas.
Avaliada a experiência, o braço japonês da Microsoft já pensa em repeti-la; de resto 92,1% dos trabalhadores diz ter gostado destas semanas de trabalho mais compactas. Afinal de contas este é um problema tão real e fustigante naquele país, que até tem direito a uma palavra própria: karoshi significa em japonês morto por excesso de trabalho.