Surgiu em 1998 e tornou-se um marco numa altura em que a indústria musical começava a digitalizar-se, ao mesmo tempo que uma nova geração de artistas surgia; foi, por um lado, uma forma de a marca Red Bull se associar à música e, por outro, de recursos e ferramentas a uma série de músicos da nova cena urbana, permitindo-lhes impulsionar as suas carreiras. A Red Bull Music Academy despede-se no último dia de Outubro e está a disponibilizar online (e de modo gratuito) todo o seu catálogo.
O site da Red Bull Music Academy (RBMA) transformou-se, assim, numa espécie de memorial onde se assinala as mais de duas décadas de existência desta academia – as entrevistas realizadas, os artistas que fizeram parte da RBMA e os eventos que foram organizados de 1998 a 2019, por várias cidades mundiais. E na plataforma RBMA Daily Archive é possível navegar pelo conteúdo produzido ao longo dos mais de 20 anos de existência da academia, filtrando-o por género musical ou localização – no que diz respeito a Portugal é possível encontrar destaques aos Buraka Som Sistema, ao Branko, Dj Vibe, Carlos Maria Trindade, Rui Vargas, entre outros.
O anúncio do encerramento da Red Bull Music Academy e da sua rádio, a Red Bull Radio, foi feito em Abril passado e a data avançada para o fim dos dois projectos foi 31 de Outubro. Lançada em 1998, a RBMA resultou de uma parceria entre a agência de marketing e consultora Yadastar e a Red Bull; e, segundo um comunicado divulgado na altura, o ponto final foi “mutualmente acordado entre as partes”. Todavia, a Red Bull enquanto marca quer continuar a estar associada à música e vai fazê-la através de um braço descentralizado chamado ‘Red Bull Music’, sem o envolvimento da Yadastar; a marca de bebidas energéticas disse na nota de imprensa que a RBMA era uma estrutura “fortemente centralizada” e que esta nova aposta por via da ‘Red Bull Music’ vai basear-se nas equipas locais da marca.
Segundo a Pitchfork, a RBMA serviu de rampa de lançamento para artistas como Flying Lotus, SOPHIE, Objekt e Nina Kraviz, que tiveram acesso a uma infra-estrutura que se traduzia em concertos e festivais internacionais, estúdios e equipamento para produção musical, divulgação através da plataforma editorial da academia e outros benefícios; a Red Bull Music Academy era algo entre uma editora e um “pai”.
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