Depois da liberalização do transporte ferroviário, em vigor desde o início deste ano em Portugal, vai ser liberalizado o transporte rodoviário. Quer isso dizer que, da mesma forma que a CP pode agora ter a concorrência de outras empresas, também a Rede Expressos passará a ter companhia.
A partir de 4 de Dezembro, a Rede Expressos vai perder a exclusividade nas ligações por autocarro entre cidades portugueses, ficando a porta aberta à entrada de outros operadores. De acordo com o Diário de Notícias (DN), há pelo menos uma empresa já interessada, a alemã FlixBus. “O acesso livre de todos os operadores a um mercado que se encontrava bloqueado traduzir-se-á em melhor qualidade do serviço, permitirá a modernização do ecossistema português de transporte de longa distância e, acima de tudo, beneficiará muito positivamente aqueles que são sempre os últimos beneficiários de qualquer sistema de mobilidade: os passageiros”, referiu fonte oficial da empresa alemã, que já está presente em Portugal com serviços de transporte entre cidades internacionais.
De acordo com o DN, o serviço expresso em Portugal só pode ser operado por empresas que explorem carreiras regulares e locais de transporte público. Ora, o Grupo Barraqueiro, ao qual pertence a Rede Expressos (ou Rede Nacional de Expressos, RNE), é detentor de uma grande parte das empresas de autocarros nacionais, como a Rodoviária do Alentejo, a Mafrense, ou até mesmo a Renex. A RNE surgiu em 1995, depois de um processo de privatização da Rodoviária Nacional (RN).
As novas regras para os autocarros expressos entre cidades portuguesas foram aprovadas no Conselho de Ministros de 22 de Agosto, que permitem a liberalização do mercado, vão entrar em vigo no dia 4 de Dezembro. As empresas que quiserem prestar serviço expresso vão ter de pedir autorização ao regulador, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), encarregue de atribuir as licenças, que serão válidas por cinco anos.
A Rede Expressos diz-se preparada. Em declarações ao DN, Martinho Santos Costa, https://staging2.shifter.pt/wp-content/uploads/2021/02/e03c1f45-47ae-3e75-8ad9-75c08c1d37ee.jpgistrador da empresa, prevê que “as viagens Lisboa-Porto serão as mais tentadoras. Mas duvido que apareça alguém para fazer viagens a partir de Portalegre, por exemplo”. “A nossa arma é servir todas as capitais de distrito e, mesmo nos períodos de crise, nunca cortámos oferta nos percursos com prejuízos”, assegura o responsável. “Há vários anos que sabíamos que o mercado português ia ser liberalizado. Estamos preparados.” O DN avança ainda com a possibilidade do grupo internacional Arriva, que, apesar de parecer interessada no mercado ferroviário, não tem o serviço expresso de autocarros como prioridade. “Temos como prioridades o serviço urbano rodoviário e o serviço ferroviário, caso ele seja aberto a novos concursos públicos”, comentou fonte do grupo.