Num encontro em Viena, na Áustria, na semana passada, Mohammed Barkindo, o secretário-geral da OPEC, que representa os países exportadores de petróleo, considerou os activistas pelas alterações climáticas “talvez a maior ameaça à nossa indústria daqui para a frente”.
Citado pela agência noticiosa AFP, Mohammed falou ainda numa “crescente mobilização de massa da opinião mundial contra o petróleo” e disse que “a sociedade civil está sendo enganada para acreditar que o petróleo é a causa da mudança climática”.
No seu discurso, o líder da OPEC considera que a mobilização de activistas contra o petróleo “está a começar a ditar políticas e decisões corporativas, incluindo investimentos na indústria” e desvalorizou algumas dessas iniciativas, dizendo que as crianças que lhes perguntam sobre o seu futuro à porta da sede da OPEC apenas o fazem porque os seus pares estão a fazê-lo. “Acreditamos que esta indústria é parte da solução para o flagelo das alterações climáticas”, referiu, sem elaborar, Mohammed Barkindo.
Apesar de o secretário-geral da OPEC ter acusado os activistas de enganar as pessoas com argumentos não científicos, os seus comentários foram bem recebidos pelos manifestantes pelo clima, que acham que a indústria petrolífera está preocupada porque pode perder a batalha da opinião pública. “Obrigado! O maior elogio até agora!”, tweetou Greta Thunberg, a miúda sueca de 16 anos por detrás do movimento ‘Fridays For Future’, em que convida estudantes a saírem à rua às sextas.
“There is a growing mass mobilisation of world opinion… against oil" and this is "perhaps the greatest threat to our industry".
OPEC calls the school strike movement and climate campaigners their “greatest threat”.Thank you! Our biggest compliment yet!https://t.co/f3anMLo4XX
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) July 4, 2019
“Brilhante! É a prova de que estamos a ter um impacto e tenham a certeza de que não vamos parar”, disse Holly Gillibrand, citada pelo The Guardian, uma das primeiras estudantes no Reino Unido a juntar-se às greves pelas alterações climáticas.
Brilliant! Proof that we are having an impact and be sure that we will not stop. We will continue to be their "greatest threat" until the fossil fuels are kept in the ground. https://t.co/edy9D2MeJ3
— Holly Gillibrand (@HollyWildChild) July 4, 2019
A OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries) é constituída por 14 países, que detém 80% das reservas provadas de petróleo do mundo, e está a planear expandir a produção do ‘óleo precioso’. Isto apesar dos alertas de cientistas e activistas sobre o aquecimento do planeta e do Acordo de Paris celebrado em 2015. As companhias de seguro, que têm mais a perder com tempestades, inundações, incêndios e outras condições meteorológicas extremas, estão cada vez mais a desinvestir nos combustíveis fósseis.
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