Por muito que a experiência online se vá enriquecendo com novas tecnologias e media, nada supera a presença física e a troca de ideias cara a cara mesmo quando em discussão estão assuntos tecnológicos. Fazer um evento tecnológico não é necessariamente uma forma de ganhar dinheiro e não tem de ser uma autêntica loucura mediática, pode simplesmente ser uma espécie de reunião – discreta sem ser secreta – entre pessoas que partilham algumas ideias. Há vários exemplos espalhados pelo mundo, como o Chaos Computer Club ou o Libre Graphics Meeting na Alemanha, e esta semana, temos um em Portugal.
O Creative Commons Global Summit não é um evento com direito a notícias de abertura em telejornais, almoços presidenciais ou algo que o valha mas promete durante três dias, no Museu do Oriente, em Lisboa, albergar centenas de sessões de discussão e aprendizagem sobre este tema em franco crescimento.
A Creative Commons é, sucintamente, uma organização sem fins lucrativos de gestão de direitos de autor que tem como objectivo criar standards de partilha de material criativo que incentivem os autores a partilhar o seu trabalho permitindo a cópia e a partilha ao contrário das licenças de Direitos Reservados geridas por empresas.
Assim, em torno desta organização, desde a sua fundação em 2001, tem-se mantido uma comunidade crescente de pessoas interessadas na partilha de conteúdos criativos ou pedagógicos, composta por pessoas vindas de todas as áreas unidas por uma plataforma, a Internet.
O que esperar do Creative Commons Global Summit?
O evento chega a Portugal numa junção de esforços entre a comunidade global da Creative Commons e o braço português da organização, a Creative Commons Portugal. O programa – composto por mais de 120 sessões, mais de 450 participantes e dois eventos paralelos – foi coordenado pela portuguesa Teresa Nobre e o norte-americano Timothy Vollmer. Entre as talks há espaço para tudo o que se relacione com a partilha de informação e a publicação de criatividade, incluindo o lançamento de algumas iniciativas, workshops e sessões de co-criação em que os oradores e a assistência colaboram juntos na criação de algo único.
TWO 👏MORE 👏DAYS. #ccsummit pic.twitter.com/TUJoOn8IQC
— Creative Commons (@creativecommons) May 6, 2019
Publicação de livros em Creative Commons, edição e manutenção de plataformas abertas como a Wikipedia, design gráfico em prol da partilha, desenvolvimento tecnológico que promova o entendimento das máquinas sobre as licenças de direitos comuns, estabelecimento dos limites e princípios éticos do movimento… estes são alguns dos temas que estarão em debate. Importa lembrar que o tema dos direitos de autor tem sido muito discutido na União Europeia, tema que também não deverá ficar de fora.
A colagem de João Pombeiro
Como não podia deixar de ser o design do evento também segue a lógica da partilha.
João Pombeiro foi o escolhido para criar o material de promoção do Summit e, como tal, alimentou o seu estilo habitual de colagem que já nos habituámos a ver ao serviço, por exemplo, das aventuras de Bruno Nogueira, apenas com imagens partilhas com licenças Creative Commons.
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