Keso e Luca Argel apresentam-nos “Peito Banguela” nesta reunião entre Portugal e Brasil. Este encontro Lusófono traz-nos a adaptação do poema de mesmo nome escrito e gentalmente cedido pelo conceito compositor e poeta Aldir Blanco.
Entre uma batida lenta, uma guitarra com toques de nostalgia e elementos musicais de deixar o ouvinte num estado de pensamento profundo encontram-se o rapper e produtor portuense de hip hop, Keso, com uma das vozes emergentes da nova cena música brasileira Luca Argel. Keso compôs a batida em que Luca Argel expõe a sua voz, sôfrega, no ponto exacto para o tema.
Apesar de ser só um single é a junção do trabalho de dois músico com um oceano pelo meio e mais do que um devaneio do acaso é repleta de essência artística. A obra tem um significado repleto de atualidade, como o próprio produtor, Keso, afirma é “dedicada a todos as mulheres e homens que sabem perder as paixões e seguir o seu caminho”. De facto, numa sociedade portuguesa em que em pleno 2019 a violência doméstica ainda é tabu há que trazer o assunto para discussão, e músicas como esta, serenas e reflexivas, são uma das formas mais belas de o fazer.
Em publicação de Facebook, Keso, relembra-nos que todo este ano fomos bombardeados com manchetes jornalísticas de casos de mulheres vítimas de violência doméstica. Lembra-nos também que “O crime “passional” é crime!” e que, “O crime combate-se com educação e sensibilização.”, matéria muitas vezes negligenciada em detrimento para a violência. Acaba com uma nota de desejo de felicidade para todo o ser humano, reforçando a vibração do tema, lembrando que “Afinal, todos viemos sós. Afinal, todos vamos sós.”.
Desta música em que “Nenhum peito banguela justifica a agressão”, mas toda a dor justifica a criação, fizeram parte Keso na produção, Luca Argel na voz, guitarra por Frankie Baptista, teclas da parte de Sérgio Alves e “mix” e masterização por Francisco Reis. O vídeo que acompanha o tema é da autoria de Martha Appelt.
https://www.facebook.com/marginalkeso/posts/2353651628030699?xts[0]=68.ARC1HrmIZbkvwwUF2k37ca4AU4cMqAZt9V4BnCSnTNGA2kxmb_OVI8wJLQFexMZ_lqIlGUI8p1T_wEuMVbuhyb2rQ-sM7U8GZvL5hXuDcrff8-fh_jnQDyPbrB-LlSHmA18Ft26nsAGVcfwQwYNWDvPgmqRSoGn2XKl1XZHae9SQ5l22hVRzJqK78gS3eJffw5YlX6aQ6Og6lIc5HvUyt3kqMViXxX5mIGApTDcSYSZ6-hCm6IaUaVgMXdxSWAwjpMjLpMuLrgTse_2gkhmmEnCTOYsS5WwIAz4ZzrYnf3ZWytyVXXgy6MoLhu_pUzG4nibfLdh4Kd6mJ6MORLkOCqmZAA&tn=-R
Carregou tudo com ela
Menos minha dentadura.
Vai ser um bocado dura
A vida distante dela.
Se a boca ainda se segura
O peito ficou banguela
Texto de Joaquim Ribeiro