Jumbo: o elefante que te ajuda com a tua privacidade no Facebook e Twitter

Jumbo: o elefante que te ajuda com a tua privacidade no Facebook e Twitter

10 Abril, 2019 /

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O Jumbo está disponível para iOS e em breve deverá sair a versão Android. A aplicação promete ser segura e não guardar quaisquer passwords ou dados pessoais dos utilizadores. "Na verdade, nem podemos", lê-se no site.

Ao longo do tempo, vamos acumulando tweets nos nossos perfis. O Twitter convida à partilha rápida, somos capazes de fazer num só dia ou na mesma hora vários tweets mas, se calhar, não queremos guardá-los para sempre à vista de todos. Ao mesmo tempo, gerir as mais de 30 definições de privacidade que o Facebook oferece pode ser uma tarefa árdua e apagar o histórico de pesquisas do “esfomeado” Google não é algo que nos lembremos de fazer recorrentemente.

Para nos ajudar nessas tarefas, chegou o Jumbo. Um pequeno elefante azul na forma de app que promete tornar a nossa privacidade online mais simples. Por agora, o Jumbo permite-nos apagar tweets antigos guardando-os no nosso telemóvel, ajustar automaticamente mais de 30 definições diferentes de privacidade no Facebook com o pressionar de um botão, eliminar o nosso histórico do Google Search, ou remover as gravações de voz que a Amazon guarda quando usamos a Alexa. Existe a promessa de funcionalidades para o Instagram e Tinder no futuro, nomeadamente as possibilidades de apagar fotos e vídeos antigos no Instagram e de apagar matches e conversas no Tinder. Para breve estará também uma ferramenta que permitirá eliminar fotos antigas do Facebook.

A ideia do Jumbo é deixar-nos guardar no telemóvel ou online (iCloud e Dropbox) os conteúdos que eliminemos do olhar público, isto é, das nossas redes sociais. Para já, o Jumbo só dá para guardar tweets e as opções do iCloud e Dropbox ainda não estão disponíveis. O primeiro passo é escolher quais os tweets que pretendemos eliminar do perfil – com um dia, com uma semana, com um mês ou com três meses; depois fazer login na conta e deixar o Jumbo fazer o seu trabalho. Quando a opção de eliminar posts antigos do Instagram e Facebook também estiver disponível, deverá funcionar da mesma forma.

Neste momento, o Jumbo deixa-nos apenas mexer nas definições de privacidade do Facebook. Só temos de escolher ‘quanta privacidade’ queremos – fraca, média ou forte – e a aplicação irá mudar de forma automática mais de 30 definições (estão todas detalhadas aqui). Como o Facebook não tem APIs para as suas definições de privacidade, o Jumbo usa scripts para fingir que somos nós, utilizadores, que estamos a mexer nessas definições. Já o Twitter tem uma API para a eliminação de tweets mas está limitada a 3200 tweets por dia.

É incerto o futuro do Jumbo, uma vez que depende inteiramente da vontade das plataformas – Facebook, Twitter, Google, etc – de permitir o seu funcionamento. Como escreve Josh Constine no TechCrunch, “como os modelos de negócios geralmente dependem de recolher e explorar o máximo possível de seus dados, e de espremer interacções da maior quantidade de conteúdo visível possível, os gigantes são incentivados a encontrar desculpas para bloquear o Jumbo”.

O Jumbo é uma start-up nova-iorquina fundada por Pierre Valade, inspirado pelo escândalo da Cambridge Analytica no ano passado. “Usei o Jumbo para limpar todo o meu Twitter, e o meu sentimento pessoal é: sinto-me mais leve. No Facebook, o Jumbo mudou as minhas definições de privacidade, e sinto-me mais seguro”, confessou Pierre ao TechCrunch.

O Jumbo recebeu 3,5 milhões de dólares de investimento – uma fatia da Nextview Ventures e outra da Thrive Capital, de um antigo executivo do Facebook, Josh Miller. Apesar de ter vendido a sua empresa – a Branch – a Mark Zuckerberg, Josh Miller era um crítico do Facebook; Miller passou ainda por Director de Produto na Casa Branca norte-americana, sendo agora responsável por uma parte dos investimentos que a Thrive Capital, uma empresa de capital de risco, faz.

O Jumbo está disponível para iOS e em breve deverá sair a versão Android. A aplicação promete ser segura e não guardar quaisquer passwords ou dados pessoais dos utilizadores. “Na verdade, nem podemos”, lê-se no site.

Autor:
10 Abril, 2019

Jornalista no Shifter. Escreve sobre a transição das cidades e a digitalização da sociedade. Co-fundador do projecto. Twitter: @mruiandre

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