Eram 2h49 de sábado no Cabo Canaveral, no estado norte-americano da Flórida, 7h49 em Lisboa, quando a empresa espacial privada SpaceX lançou para a órbita a Crew Dragon, a primeira nave comercial desenhada a pensar no transporte de astronautas da NASA até à Estação Espacial Internacional (ISS). O veículo não levou humanos a bordo, apenas um boneco de teste e alguma carga, mas a viagem foi bem sucedida e pode abrir caminho à mobilidade humana entre a Terra e a ISS.
A Crew Dragon chegou à Estação Espacial Internacional este domingo pela hora de almoço portuguesa, após 18 órbitas à Terra, conforme anunciou a NASA na sua conta de Twitter. “A nave espacial Crew Dragon uniu-se com êxito à estação espacial através de um acoplamento suave, enquanto a estação viajava a norte da Nova Zelândia”, escreveu a agência espacial dos EUA. O voo da Crew Dragon representa dois marcos importantes: foi o primeiro veículo comercial desenhado para humanos a deixar a Terra e a primeira nave norte-americana de transporte de pessoas a ser lançada para órbita em oito anos, segundo nota a Business Insider.
LIFTOFF! The next big leap in a new chapter of U.S. human spaceflight systems has left the pad. @SpaceX’s #CrewDragon demo flight will be the 1st commercially-built & operated American spacecraft designed for humans to dock at the @Space_Station. Watch: https://t.co/Fm5NQSfAXJ pic.twitter.com/YoiOf67kQL
— NASA (@NASA) March 2, 2019
LIVE NOW: The crew aboard the @Space_Station is performing final checks before opening the hatch of @SpaceX’s #CrewDragon, just as they will when welcoming astronauts. On this historic 1st flight, Dragon is carrying cargo, as well as a flag 🇺🇸.
Watch: https://t.co/2oNJ7trSqo pic.twitter.com/7y9L6zq5DW
— NASA (@NASA) March 3, 2019
Missão de seis dias
A Crew Dragon será fornecida à NASA para esta transportar astronautas e mantimentos entre a Terra e a Estação Espacial Internacional. A cápsula espacial da SpaceX tem capacidade para sete pessoas e terá de superar a missão de seis dias que iniciou este sábado. É que a Crew Dragon – nesta missão mais conhecida como Demo-1 – conseguiu acoplar-se com sucesso na ISS, levando para os astronautas a bordo cerca 180 kg de carga, mas terá agora de regressar sem problemas a casa, transportando de volta a manequim de teste. Esta boneca foi baptizada de Ripley, uma referência à personagem dos filmes Alien, de Ridley Scott.
Recuperar o ‘orgulho americano’
A SpaceX não vai ser a única fornecedora de veículos comerciais da NASA. Outra empresa privada norte-americana, a Boeing, fará o mesmo com a sua nave, a CST-100 Starliner. A agência espacial norte-americana está a investir 8 mil milhões de dólares nestas duas empresas através de um programa intitulado Commercial Crew Program, cujo intuito é recuperar o ‘orgulho americano’. A disputa espacial entre EUA e Rússia é muito antiga; e desde 2011, quando retirou de circulação os seus vaivéns, que a NASA se encontra a utilizar naves russas para o transporte até à ISS. Só que, com essa dependência da Rússia, e com os sucessivos atrasos na finalização do Commercial Crew Program, a NASA tem tido uma factura choruda com a compra de lugares nas cápsulas Soyuz russas.
A NASA espera este ano começar a transportar por si os seus astronautas, contando com as naves da SpaceX e da Boeing. A tripulação de nove astronautas que fará essas viagens já está escolhida, pelo que tudo depende agora do sucesso dos testes das empresas espaciais contratadas. A Crew Dragon, que chegou este fim-de-semana à Estação Espacial Internacional, é a primeira cápsula da SpaceX preparada para o transporte de humanos, mas note-se que as naves Dragon da mesma companhia, pensadas para o transporte de carga, já realizaram 16 viagens até à ISS. Sobre o lançamento da Crew Dragon este fim-de-semana, Jim Bridenstine, https://staging2.shifter.pt/wp-content/uploads/2021/02/e03c1f45-47ae-3e75-8ad9-75c08c1d37ee.jpgistrador da NASA, reiterou ser um marco “extremamente importante. Estamos na iminência de lançar astronautas norte-americanos em foguetes norte-americanos, a partir de solo norte-americano, pela primeira vez desde a reforma dos vaivéns espaciais em 2011”.
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