A entrada da Google no sector dos videojogos já andava a ser preparada há algum tempo, por exemplo, com o Project Stream, em que a empresa testou com um grupo de pessoas seleccionado streaming de jogos sem lag e com qualidade 1080p e 60 fps. O Project Stream foi, na prática, o primeiro teste do Google Stadia, a plataforma de gaming que vive na nuvem e que pode ser acedida numa panóplia de ecrãs diferentes.
O Google Stadia foi anunciado pela Google esta terça-feira na Game Developers Conference, que está a decorrer em São Francisco, EUA. Estará disponível mais adiante neste 2019 nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e em “grande parte da Europa” – a tecnológica não revelou em que países europeus, nem tão pouco especificou preços ou sequer se o Stadia se baseará numa subscrição mensal como o Netflix, por exemplo.
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Mas ficámos a conhecer os principais detalhes do Stadia. Será uma plataforma de videojogos que permitirá a jogadores jogar uma variedade de títulos através do browser Chrome no computador, na televisão com um Chromecast ou num telemóvel ou tablet. Os jogos estão nos servidores da Google e são acedidos por internet. De acordo com a Google, será possível fazer streaming numa resolução 4K com 60 fps (frames por segundo), HDR e som surround. “Usando a nossa rede globalmente conectada de base de dados da Google, a Stadia liberará os jogadores das limitações das consolas e PCs tradicionais”, escreve a empresa no seu blogue, apresentando o novo serviço.
Ao deixar toda a parte computacional dos videojogos do lado da Google e não dos equipamentos dos jogadores, o Stadia promete uma experiência de gaming “sem downloads, sem patches e sem instalações”. Além disso, a plataforma irá estar integrada com outros serviços da tecnológica norte-americana, como o YouTube. A partir de um gameplay de um jogo que alguém publicou no YouTube, vai ser possível clicar num botão e começar a jogar esse título no Stadia. O sentido inverso também será possível: gravar o nosso jogo no Stadia e partilhar esse clips no YouTube.
Em suma, o Google Stadia não será uma consola nem uma aplicação, mas um serviço de gaming que vive na nuvem e que pode a partir daí estar no ecrã de uma televisão, de um computador ou de um telemóvel. A Google promete tratar de todos os pormenores técnicos, deixando os jogadores apenas com a “preocupação” de jogar. Mas, claro, há outra preocupação que os jogadores deverão ter: ao deixarem a Google tratar de tudo, estarão a reforçar ainda mais o seu poder no mercado digital e a dar-lhe, provavelmente, mais dados para o seu negócio de publicidade.
Apesar de o Stadia funcionar online, a Google irá lançar um comando dedicado para o serviço, que além dos botões habituais terá um que permitirá gravar o ecrã do jogo e outro que servirá de atalho para o Google Assistant. Outros comandos USB vão ser compatíveis com o Stadia.