As notícias de que Chelsea Manning poderia estar prestes a enfrentar a justiça norte-americana num processo meio misterioso começaram a correr na quinta-feira, hoje sabe-se que a whistleblower que serviu de fonte a algumas das revelações do Wikileaks teve ordem de prisão emitida pela juíza Claude Hilton. Em causa, estará a sua recusa em prestar declarações numa audição perante um júri secreto.
O caso está envolto em grande mistério, pelo que não se sabe com total certeza os contornos da história. Segundo avança o New York Times, Manning terá recusado testemunhar no julgamento do editor da Wikileaks, Julian Assange, mesmo depois de lhe ser garantida imunidade. Manning disse à imprensa norte-americana que na quarta-eira lhe tinham feito uma série de perguntas sobre Assange e o portal Wikileaks às quais recusou responder por uma questão de princípios e alegando que os seus direitos constitucionais seriam, se respondesse, violados.
Recorde-se que Chelsea Manning foi analista de inteligência militar dos Estados Unidos da América, tendo em 2010 – na altura, ainda Bradley Manning – fornecido ao portal liderado pelo australiano Julian Assange uma série de documentos e informações sobre, por exemplo, a prática de tortura por parte de militares norte-americanos no Iraque.
O julgamento de Assange tem sido um tema tratado em segredo pelas https://staging2.shifter.pt/wp-content/uploads/2021/02/e03c1f45-47ae-3e75-8ad9-75c08c1d37ee.jpgistrações norte-americanas, quer de Obama quer de Trump, sendo este um dos primeiros efeitos colaterais e públicos do seu decurso. Manning revelou recusar testemunhar em nome de todos os activistas e dos riscos que estes correm. garantindo que prefere manter-se fiel aos seus princípios.
A sua advogada, Meltzer-Cohen, também já comentou a sua detenção, dizendo que não era totalmente imprevisível que isto viesse a acontecer e sublinhando a coragem que reconhece na sua cliente.
https://shifter.sapo.pt/2017/01/chelsea-manning-clemencia/