Telemóveis dobráveis, óculos de AR e outras coisas mais realistas: assim foi o MWC 2019

Telemóveis dobráveis, óculos de AR e outras coisas mais realistas: assim foi o MWC 2019

28 Fevereiro, 2019 /
A Microsoft fez uma aparição surpreendente neste MWC e apresentou uma nova versão dos HoloLens (foto via Microsoft)

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De Barcelona para o mundo, as novidades mais interessantes do MWC são alguns conceitos estranhos e outros gadgets caros.

É considerada a maior feira de tecnologia móvel do mundo, onde mais uma vez “5G” é palavra de ordem. O MWC voltou a realizar-se em Barcelona; diversas fabricantes mostraram lá os seus mais recentes smartphones, outras empresas apresentaram tecnologia que, mesmo não sendo um telemóvel, tinha algo a ver com conectividade móvel.

Os smartphones são já mais ou menos do mesmo: mais notch, menos notch, mais câmara, menos câmara, há para todos os gostos e manias – e para todo os bolsos. No MWC, mais uma vez vimos novos telemóveis a serem lançados: a LG mostrou o seu topo-de-gama G8, a Sony no bolso levou os Xperia 1, 10 e 10 Plus, o novo Nokia 9 com cinco câmaras na parte traseira, a Xiaomi apresentou o seu Mi 9 e a Lenovo revelou uma carrada de novos computadores e tablets.

Mas no MWC vimos também algumas coisas mais bizarras…

Telemóveis dobráveis? Hein?

A Samsung deu o tiro de partida: o Galaxy Fold foi o primeiro smartphone dobrável “a sério” (não vamos contar com aquele Royole Flexpai) a ser apresentado, poucos dias antes do arranque do MWC. A Huawei chegou logo a seguir com o Mate X que acabou por tirar as atenções dos portáteis que a chinesa também mostrou. O Mate X é um equipamento finíssimo (apenas 5,3 mm de espessura); tem um ecrã OLED de 8 polegadas que, tal como o Galaxy Fold, pode ser dobrado ao meio, ficando-se com cerca de 6 polegadas em cada parte. Vai custar 2 300 euros quando chegar ao mercado em Junho e, claro, já tem suporte para 5G.

Huawei Mate X (imagem via Huawei)

A ideia dos dobráveis é poderem funcionar como tablet e smartphone simultaneamente, mas a estrutura pode também facilitar o desempenho de duas tarefas ao mesmo tempo. Ao longo do ano deverão surgir mais dobráveis no mercado, por exemplo, um da Motorola. No MWC, a LG não apresentou um dobrável mas uma capa com um ecrã: quando acoplada ao novo LG V50, ficamos com dois ecrãs que podem ser usados em conjunto, seja como comando de um jogo mapeado no ecrã, seja usando duas aplicações em simultâneo.

LG V50 com a capa de segundo ecrã (imagem via LG)

Microsoft HoloLens, parte 2

Os óculos de realidade aumentada da Microsoft cresceram com uma segunda geração revelada no MWC com a presença do próprio CEO da empresa, Satya Nadella. Os HoloLens 2 são melhores numa série de aspectos: melhor qualidade de fabrico, mais conforto na utilização e mais do dobro do campo de visão. Os óculos reconhecem a voz, os olhos e as mãos dos seus utilizadores, permitindo-lhes interagir de modo mais fácil e natural com os hologramas que aparecem à sua frente. Os HoloLens 2 vão custar 3 500 dólares e, tal como a primeira versão, lançada em 2016, destinam-se sobretudo ao mundo empresarial e científico.

HoloLens 2 (imagem via Microsoft)

O smartphone mais grosso do mundo?

A Energizer, uma marca que imediatamente associas a pilhas, está a lançar smartphones e um deles não terá deixado ninguém no MWC indiferente. Vem com uma bateria gigante: são 18 000 mAh, ou seja, provavelmente seis vezes mais que a capacidade da bateria do teu telemóvel. Com tantos amperes, este telemóvel da Energizer consegue funcionar durante uma semana inteira com um único carregamento ou durante dois dias se estiveres a assistir continuamente a um vídeo. Resultado de uma bateria tão grande, o smartphone é com muita certeza o mais grosso do mundo. De resto, vem com um ecrã LCD de 6,2 polegadas e uma câmara frontal que surge do topo quando é necessária.

A proposta da Energizer (imagem via Energizer)

O telemóvel com 10x zoom óptico

Temos assistido ao aumento do número de sensores fotográficos na traseira dos telemóveis. Depois de praticamente todos os smartphones terem câmaras duplas, a tendência é agora tripla: uma câmara principal, uma telefoto e uma grande angular. Porquê tanta câmara? Bem, um dos motivos é o zoom óptico: alguns smartphones já permitem fazer zoom de 2x ou 3x na imagem sem perda de qualidade, pois a aproximação é realizada através da lente e não de software. A Oppo, uma fabricante chinesa, levou até ao MWC um telemóvel que promete um zoom óptico de 10x sem perda de qualidade da imagem. O segredo está no sistema de três lentes e num efeito de telescópio que dele resulta.

O zoom 10x da Oppo (imagem via Oppo)

Uma pulseira-relógio

Chama-se Nubia Alpha e é uma pulseira, um relógio e um telemóvel tudo num só equipamento. Confuso? Bem, podemos dizer que é uma pulseira onde corre um sistema operativo baseado em Android, que te permite mandar mensagens via SMS ou WeChat (uma espécie de “WhatsApp chinês”; a Nubia é uma empresa chinesa), ou realizar chamadas. Também podemos encontrar no Nubia Alpha outras aplicações; há uma câmara frontal de 5 megapixels para selfies e um sistema de controlo por gestos que, diz quem mexeu no produto, não funciona a 100%. O ecrã é esticado, tem 4 polegadas e uma resolução de 960×192 pixels; já a bateria de 500 mAh deverá dar, segundo a Nubia, para um a dois dias de utilização.

Nubia Alpha (imagem via Nubia)

Autor:
28 Fevereiro, 2019

Jornalista no Shifter. Escreve sobre a transição das cidades e a digitalização da sociedade. Co-fundador do projecto. Twitter: @mruiandre

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