A recém-nomeada República da Macedónia do Norte hasteou esta terça-feira a bandeira da NATO na sua capital, Skpje. Depois de mais de 25 anos da data da independência, a mudança do nome do país balcânico foi aprovada juntamente com o Governo grego, o que valeu a entrada na aliança militar. No país, vários signos com o antigo nome – Antiga República Jugoslava da Macedónia – já estão a ser retirados.
O problema do nome na História
Nascida do desmoronamento da ex-Jugoslávia, a Macedónia declarou independência em 1991. Além desse país, a Europa viu nascer ainda países como a Sérvia, Eslovénia, Montenegro, Bósnia e Herzegovina, Croácia e Kosovo, sendo que este último continua ainda a debater legalmente a sua independência. Inicialmente apelidada de Antiga República Jugoslava da Macedónia, a mudança de nome custou vários desentendimentos entre macedónios e gregos.
Já com a intenção de se proclamar independente, a Macedónia do Norte utilizou este nome no início da década de 90 do século passado para se dissociar da Jugoslávia. O nome, no entanto, iniciou uma disputa com o país vizinho a sul, uma vez que a própria Grécia possuía um território denominado Macedónia a norte do país.
Ao longo dos anos têm sido levantadas questões geográficas e políticas em volta deste tema pelos governos dos dois países. Em Janeiro deste ano as manifestações mostravam a posição de grande parte do povo grego em não ceder às vontades macedónias.
A solução e a entrada na NATO
NATO diz respeito à sigla inglesa que agrega a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Conta actualmente com 29 Estados-membro, localizados, principalmente, na Europa e América do Norte. Nasceu em 1949 e afirma-se como uma aliança militar entre os estados que a representam.
Em 2008, a entrada da Macedónia na aliança tinha sido barrada pela Grécia. Na causa do veto esteve o desentendimento em relação ao nome do país balcânico. Concordou-se, então, que o acesso à NATO seria novamente negociado quando se resolvesse o conflito entre as ambas as nações.
Depois de dez anos, o assunto voltou a ser negociado, desta vez pelo Governo do Primeiro-Ministro macedónio, Zoran Zaev, e do Primeiro-Ministro grego, Alexis Tsipras. Em Junho de 2018 assinou-se o acordo de Prespa, que pôs fim ao conflito e ditou a mudança de nome – no Parlamento grego, 153 dos 300 deputados aprovaram a nova designação “República da Macedónia do Norte”. Esta votação custou, contudo, ao Governo da coligação a demissão do Ministro da Defesa, Panos Kammenos, por não concordar com a decisão do executivo.
No final da semana passada, a Grécia foi o primeiro país a rectificar a entrada do país na NATO. O processo tem de ser rectificado por todos os Estados-membros. A Macedónia tornar-se-á, assim, o 30º estado a ingressar a aliança militar.
Texto de Gabriel Ribeiro