Em Berlim, uma única app promete simplificar a mobilidade da cidade

Em Berlim, uma única app promete simplificar a mobilidade da cidade

25 Fevereiro, 2019 /
[Image: courtesy Oliver Lang]

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Metro? Autocarros? Comboios? Várias opções de bicicletas e trotinetas? Diferentes serviços de táxi? Berlim prepara-se para juntar tudo o que é mobilidade numa só app.

Em Lisboa existem vários operadores de transporte público (só com serviço de autocarro são pelo menos uns sete), cinco plataformas estilo Uber, serviços de partilha de carros e scooters eléctricas, e diferentes opções de bicicletas e trotinetas partilhadas. Contudo, não existe uma única app que condense no nosso telemóvel as diferentes formas de mobilidade existentes na cidade e arredores – uma só app que, por exemplo, nos permita andar de Uber, depois alugar uma Lime e, por fim, entrar na Carris.

A Carris tem uma app própria, que só permite consultar os horários e paragens; não serve de bilhete digital. Para alugar uma trotineta, ou nos fidelizamos num único operador ou temos de ter instalada uma aplicação para cada serviço. É igual para as plataformas de táxi – temos a Uber, a Cabify, a Taxify, a MyTaxi e a Kapten, ou seja, cinco apps diferentes.

Existem, no entanto, algumas aplicações para smartphone que juntam diferentes opções de mobilidade – é o caso da Citymapper, que em Lisboa nos dá trajectos que incluam transporte público, as bicicletas da GIRA ou uma viagem de Uber, mas não inclui, por exemplo, as concorrentes da Uber ou as trotinetas partilhadas; já o Lisboa Viagem permite calcular rotas nos transportes públicos da área metropolitana com o sistema Viva Viagem, mas não integra os transportes privados. Além de incompletas nesse sentido, estas duas apps têm outra falha substancial: mesmo que nos indiquem percursos de GIRA ou Uber, temos de usar a app própria para alugar uma bicicleta ou chamar um veículo; e também não conseguimos validar uma viagem de autocarro ou metro com o telemóvel.

Talvez um dia exista em Lisboa uma única app para smartphone que consolide todas as formas de mobilidade da capital, permitindo-nos ver todas as opções que há para ir de A a B, desbloquear veículos ou comprar bilhetes sem recorrer a aplicações adicionais. Falamos de aplicações e soluções como as providenciadas pela Trafi, que oferece essas funcionalidades em cidades como São Paulo ou Madrid e que se prepara agora para entrar em Berlim já no próximo Verão mas com uma proposta diferente; na capital alemã, em vez de disponibilizar a Trafi, a start-up lituana irá lançar uma app dedicada – chamada Jelbi – em parceria com a BVG, a empresa de transporte público de Berlim, que conta com mais de um mil milhão de passageiros por ano.

A Jelbi integrará autocarros, metro, comboios, bicicletas, trotinetas e carros partilhados, táxis… “Temos oito empresas de bicicletas partilhadas no mercado, por exemplo”, refere Christof Schminke, o responsável da Trafi na Alemanha, à Fast Company. “Acho que é um bom sinal Berlim ter todas essas opções de mobilidade, mas para cada serviço é preciso uma app separada no smartphone.” A Jelbi deverá contar com 15 operadores no arranque, permitindo às pessoas planificar e realizar as suas viagens numa só plataforma, sem terem de se registar noutras plataformas.

[Image: courtesy Oliver Lang]
O lançamento da Jelbi pela Trafi e BVG acontece num contexto em que os transportadores e serviços privados começam a querer funcionar também como agregadores de diferentes formas de mobilidade. Por exemplo, a Uber irá em breve começar a disponibilizar o seu serviço de bicicletas partilhadas em Lisboa, a JUMP, na mesma app que hoje podemos usar para chamar um carro. No outro lado do Atlântico, nos EUA, a concorrente da Uber Lyft começou a disponibilizar detalhes sobre autocarros e comboios na sua aplicação de táxis.

E em Londres, a Citymapper vai lançar em Março/Abril um cartão físico associado a uma subscrição mensal – Citymapper Pass – que permite usar e pagar os transportes públicos ou as bicicletas da capital. A Citymapper pretende adicionar novos parceiros ao seu Pass, sendo o objectivo torná-lo num sistema universal e agregador, retirando complexidade à mobilidade citadina.

Autor:
25 Fevereiro, 2019

Jornalista no Shifter. Escreve sobre a transição das cidades e a digitalização da sociedade. Co-fundador do projecto. Twitter: @mruiandre

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