Estamos em 2019 e, por esta altura, a ILGA já se tornou mais do que uma simples associação de defesa dos direitos de homossexuais, lésbicas e transexuais e transgéneros, num símbolo de proteção e confiança para esta comunidade. Apesar dessa notoriedade, que se traduz nas várias sucursais da instituição com foco local, a verdade é que poucos associamos a este movimento uma imagem; uma identidade. Para além da bandeira arco-íris, pouco mais simboliza a causa LGBT (ou lhe confere o aspecto organizado e respeitável) que uma identidade corporativa confere. A bandeira serve a causa – e muito bem –, mas a instituição demanda outra linguagem.
Estabelecida em 1978 com o nome ‘International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association’, a ILGA utilizava até agora, como elemento representativo, uma forma geométrica de um globo muito pouco original e uma tipografia simples. A intenção era boa mas a imagem não aportava grande carga comunicacional, ficando restrita à função meramente identificativa ou burocrática.
Foi com isso em mente que Joana Vieira começou, por auto-recriação, a pensar numa mudança de imagem desta associação. Começou a fazê-lo em 2017 de forma auto-proposta e simples como exercício de design, mais tarde partilhou-o com a organização que, confrontada com a diferença, percebeu que estava na hora de mudar. Daí para a frente Joana Vieira tornou-se responsável por guiar a mudança e o resultado final foi agora apresentado na 2019 World Conference in Aotearoa New Zealand.
O novo logótipo da ILGA respeita os princípios estabelecidos pelo anterior – continua a ser usado o globo como forma central e as letras simples, em minúsculas, como tipografia – mas dá-lhe uma nova vida. O globo reveste-se com as cores da bandeira colorida, enquanto que a tipografia ganha presença com um aumento da escala e uma fonte mais esclarecida ao olhar – o alinhamento entre os elementos é também ele peculiar e acrescenta alguma dinâmica embora possa causar alguma estranheza ao olhar.
No novo símbolo da ILGA, as cores da bandeira arco-íris são moldadas numa forma abstracta que faz lembrar cada um dos continentes representados por esta associação, criando uma espécie de código de cores/formas para representar cada uma das geografias e que pode ser explorada noutros materiais.
A nova identidade da ILGA não se fica, logicamente, pelo logótipo e pela tipografia. Seguindo os princípios elementares do branding, todo o esquema se traduz numa linguagem de comunicação que vai desde os cartões de visita a pósteres. Ao contrário da imagem até aqui utilizada, sem uma grande propriedade estética transversal aos diferentes suportes de comunicação, esta nova marca pretende criar elementos unificadores da linguagem como a opção pela tipografia em minúsculas e a presença marcante dos elementos coloridos.
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