Antes do concerto, surgiu um soundcheck de última hora que vedava a zona do palco com uma cortina que com o aumentar da espera começou a gerar algum mistério e curiosidade no meio de um público que, entre conversa e bebida, trouxe um clima bem intimista à noite.
Clima que os Time for T tiveram a mestria para agarrar e começar o primeiro conjunto de canções: sem pressa e com o espaço para que letras e melodias crescessem e tomassem todo o espaço possível, no Teatro do Bairro e no nosso corpo (até porque, com alguma pena nossa, o sistema de som do Teatro do Bairro estava bastante aquém do concerto). Sem problema, pois o público não precisou de convite para ocupar toda a linha da frente de palco, onde Tiago Saga oscilou entre a doçura das palavras complicadas e uma voz rasgada para nos lembrar a melancolia, para um público bem atento.
E entre os riffs de guitarra, bem limpinhos, e um baixo impiedoso, claramente inglês, foram surgindo beats para ir mexendo a cabeça, depois as ancas, e a meio do concerto, a intimidade estendia-se pela pista de dança. E assim, canção atrás de canção, Tiago Saga foi cantando e contando, num inglês que lhe é bastante natural, músicas que se foram transformando num concerto para dançar, com algumas boas surpresas, uma delas um banjo, que só veio confirmar que os Time for T bebem de um folk bastante universal, um folk feito hoje e, talvez, em qualquer lugar.
Havia muitos amigos, fãs e público novo. Que é que se pode pedir mais? Só músicas novas, e isso também houve. Uma casa bem acolhedora para um concerto intimista e ainda dá para dançar, que venha mais Time for T.
Fotografias de Teresa Lopes da Silva/Shifter
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