A inteligência artificial não é apenas o algoritmo que define o que aparece no teu feed do Instagram, ou a robô que vês nos anúncios do MEO e uma vez por ano no palco do Web Summit. Como já te temos vindo a mostrar, a inteligência artificial é um mar de possibilidades que só a criatividade humana (pelo menos para já) sabe explorar. E, num curto espaço de tempo, é uma tecnologia que consegue evoluir substancialmente.
Prova disso está, por exemplo, neste artigo com que nos cruzámos no Medium. O seu autor, Kyle McDonald, que se apresenta como “um artista a trabalhar com código”, apresenta três trabalhos de investigação distintos – um de 2014, outro de 2017 e, por fim, outro de 2018 –, com o mesmo objectivo: pôr algoritmos a produzir fotos o mais reais possíveis, a partir de imagens reais.
A primeira observação que podemos retirar desta compilação feita por Kyle é esta: num curtíssimo espaço de tempo, a inteligência artificial progrediu de tal forma que em quatro anos as fotografias fabricadas pela inteligência artificial tornaram-se exponencialmente mais difíceis de fotografias autênticas.
Os investigadores, que não são necessariamente os mesmos entre os três trabalhos distintos, recorreram à técnica de aprendizagem automática, que passa por usar imagens reais para treinar os algoritmos de inteligência artificial. Para tal, criaram uma rede generativa antagónica (ou GAN), isto é, um conjunto de duas redes neurais diferentes em que uma está em competição com a outra numa lógica de soma zero (se um ganha, o outro perde imediatamente). É através deste “confronto” constante que os algoritmos aprendem e produzem resultados.
De seguida, encontras algumas fotos produzidas artificialmente em 2014. Como podes ver, parecem imediatamente falsas:
E agora algumas fotos que a inteligência artificial conseguiu em 2017:
E as de 2018:
Um guia para distinguir
No seu artigo, Kyle McDonald ajuda a distinguir uma foto real de uma fabricada por algoritmos, através de uma análise detalhada de pormenores como o cabelo ou os dentes.
E um jogo
É que, se os exemplos de 2014 não deixam margens para dúvidas quanto à sua autenticidade, o mesmo não se pode dizer relativamente aos casos de 2017 ou 2018, principalmente perante olhares mais desatentos ou tendo à frente as imagens em baixa resolução. Aconselhamos-te a ler a análise partilhada por Kyle, bem como a “brincar” um pouco com este jogo desenvolvido no MIT, no qual és desafiado a distinguir fotos reais de fotos falsas.
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