O The Guardian está a mudar a forma como fala do ambiente

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O The Guardian está a mudar a forma como fala do ambiente

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A crise climática é um dos termos que o The Guardian e outras pessoas estão a insistir utilizar para descrever a situação atual do nosso planeta.

O The Guardian atualizou o seu livro de estilos com o objetivo de introduzir termos mais adequados para descrever a crise ambiental no mundo. Embora os termos originais não sejam proibidos, expressões como “climate change” vão ser substituídas por “climate emergency, crisis or breakdown”, e ainda “global heating” vai ter preferência sobre “global warming”.

A editora-chefe do The Guardian, Katharine Viner, explicou o porquê da iniciativa: “A expressão ‘mudança climática’, por exemplo, soa bastante passiva e gentil quando o que os cientistas estão a falar trata-se de uma catástrofe para a Humanidade.”

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres já falou em “crise climática”, mas não foi o único. O Professor Hans Joachim Schellnhuber, um cientista que fala do clima; o antigo conselheiro da Chanceler Angela Merkel; a União Europeia e o Papa também usam a expressão. O Professor Richard Betts, que lidera a pesquisa climática do Met Office, disse que o termo “global heating” foi mais preciso do que “global warming” para descrever as mudanças que estão a ocorrer no clima mundial.

Outros temos que foram atualizados no livro de estilo do The Guardian foram “vida selvagem” em vez de “biodiversidade”; “populações de peixe” ao invés de “stock de peixes”; e ainda , “cético climático” foi substituído por “negador da ciência climática”.

Dois relatórios de referência de cientistas em todo o mundo revelaram a escala da crise climática e da vida selvagem. Segundo o The Guardian, deve-se reduzir as emissões de carbono para metade até 2030 para evitar riscos ainda maiores de secas, inundações, calor externo e pobreza para centenas de milhares de pessoas. Em maio, cientistas disseram que a sociedade humana estava em perigo devido à acelerada aniquilação da vida selvagem e à destruição dos ecossistemas que sustentam toda a vida na Terra.

Greta Thunberg, uma adolescente sueca que inspirou greves escolares pelo clima em todo o mundo, também está a favor da ideia.“É 2019. Podemos todos começar a chamar as coisas pelo que realmente são: colapso climático, crise climática, emergência climática, colapso ecológico, crise ecológica e emergência ecológica?”, disse.

“As pessoas precisam de lembrar que a crise climática já não é um problema do futuro – precisamos enfrentá-lo agora e todos os dias são importantes”, afirma Katharine Viner.

(Artigo redigido com o novo AO)

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