O que está a mudar nas cidades? Um documento colaborativo mostra

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Foto cortesia de Duarte Araújo Mata

O que está a mudar nas cidades? Um documento colaborativo mostra

Cidades de todo o mundo estão a colaborar num Google Sheets, indicando o que estão a mudar para tornar o espaço urbano mais apetecível para peões e bicicletas.

Cidades por todo o mundo estão a alterar o seu espaço urbano, alargando passeios, criando ciclovias temporárias, pedonalizando ruas ou fechando avenidas ao trânsito durante fins-de-semana. No Porto e em Matosinhos, as artérias que fazem margem com o Douro e com o Atlântico começaram a ser condicionadas à circulação automóvel ao sábado e domingo. Já em Lisboa, apesar de não existir nenhum anúncio da Câmara, há espaços pedonais a serem alargados pela cidade e uma ciclovia do estilo pop-up.

Estas mudanças no Porto e em Lisboa estão num Google Sheets colaborativo, juntamente com outras novidades que cidades por todo o mundo estão a introduzir em resposta à pandemia de Covid-19. O documento identifica as cidades que estão a transformar a sua área urbana para dar mais espaço às pessoas, organizando as iniciativas por categorias, como ruas abertas às pessoas, zonas comerciais sem trânsito, áreas de estacionamento reconvertidas em passeios ou ciclovias, ou ruas com velocidade de circulação automóvel reduzida.

O Google Sheets colaborativo

No documento, especialistas e entusiastas em urbanismo de diferentes cidades estão a tentar manter uma lista actualizada do que se está a fazer, indicando em que estado estão as diferentes intervenções, de quantos quilómetros são e como é que estão a ser feitas.

Numa altura em que várias cidades preparam ou já estão em processo de desconfinamento, impera repensar os espaços públicos para garantir as normas recomendadas. Esta pode ser uma oportunidade para as metrópoles equilibrarem a infra-estrutura destinada a cada forma de mobilidade, reduzindo o espaço destinado ao automóvel e dando mais condições a peões e bicicletas, por exemplo. A própria Organização Mundial de Saúde já teceu recomendações para que este modos activos sejam prioritizados, de forma a não sobrecarregar os transportes públicos, permitindo que quem tenha mesmo de os usar o possa fazer em segurança.

Portugal parece estar atrás nesta corrente de pensamento. Por cá, até a CP decidiu proibir injustificadamente a bicicleta em todos os comboios (apesar de muitos terem compartimentos específicos), sendo que só irá levantar essa proibição na próxima segunda-feira. O Ministro do Ambiente disse apenas estar atento ao assunto da adaptação das cidades e o Bloco de Esquerda está a tentar introduzir a questão na agenda política com uma série de recomendações ao Governo.

Já a MUBi, uma associação pela mobilidade urbana em bicicleta, propõe aos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, que dêem mais espaço ao caminhar e às duas rodas, antecipando-se ao início da época balnear. Na Linha de Cascais, um arquitecto paisagista, Duarte d’Araújo Mata, defende num documento aberto o encerramento de um dos sentidos da marginal que percorre as praias para a transformar num extenso e largo corredor ciclável, que permita descongestionar a Linha de Cascais (ferroviária) durante o Verão.

Proposta para a marginal de Cascais (imagem via Duarte d’Araújo Mata)

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