Remote Shift: porque o trabalho remoto já merecia uma conferência em Portugal

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Remote Shift: porque o trabalho remoto já merecia uma conferência em Portugal

Dias 26 e 27 de Outubro, o ISCTE, em Lisboa, vai acolher um evento sobre trabalho remoto, um paradigma que pode mudar a forma como as cidades se organizam e mexem.

O trabalho remoto pode mudar a forma como as cidades e os países se organizam e se mexem. Ao não ser necessário toda a gente deslocar-se diariamente a um local para trabalhar, podendo, em vez disso, trabalhar a partir de casa, ou de outro sítio à sua escolha, as deslocações pendulares de transportes públicos e o trânsito rodoviário tal como hoje conhecemos poderão diminuir significativamente. Mais: as cidades poderão deixar de ser gigantes pólos centralizadores, onde tudo está, seguindo a mesma tendência de descentralização.

O trabalho remoto é ainda uma prática de nicho, aceite em algumas organizações mais “modernas”, como start-ups ou sectores como a tecnologia; mas é uma realidade cada vez mais comum num mercado com mais freelancers, isto é, profissionais que, por definição, são livres e podem definir os seus horários e métodos de trabalho. À medida que mais empresas aceitarem o paradigma do trabalho remoto, com todas as suas vantagens e desvantagens, mais perto do cenário com que começámos este artigo estaremos — e a braços com os seus novos desafios. Se há profissões que precisam de um local específico, como uma tarefa fabril, por exemplo, há muitas outras, como design ou programação, em que é inóspito ser exigido a um trabalhador uma, duas ou mais horas de deslocação por dia para se sentar à frente de um computador para desempenhar uma tarefa que poderia fazer em qualquer lado.

Este é o mote que motiva o Remote Shift, uma conferência sobre trabalho remote que se estreia este ano em Portugal, organizada por três jovens: Henrique Paranhos e Joana Sá, que fundaram cada um uma agência de design e programação para web; e Gonçalo Hall, que além de consultor se afirma um “nómada digital”. Os três têm-se dedicado à análise de processos e dinâmicas do trabalho remoto há alguns anos e o Remote Shift é o culminar de um propósito comum de fazer o shift do panorama português de trabalho para aquilo que dizem ser o futuro – futuro que passará por uma descentralização das forças de trabalho, aliada a uma melhor qualidade de vida profissional e naturalmente pessoal.

O Remote Shift promete aquilo que tantas outras conferências também prometem: palestras, workshops e networking. A programação divide-se em dois dias: um mais para palestras – o sábado, dia 26 de Outubro – e outro mais para workshops – o domingo, dia 27. Durante os dois dias, oradores nacionais e internacionais partilharão as suas experiências de trabalho de trabalho e discutirão este modelo de organização.

O certame destina-se a freelancers, trabalhadores remotos, nómadas digitais, estudantes universitários que querem ingressar no mercado de trabalho e também gestores de empresas.

Para este último público, o Remote Shift promete ajuda com ideias sobre como efectuar transição eficaz de uma empresa para um modelo 100% remoto ou, pelo menos, mais próximo disso. Através das palestras mais teóricas, dos workshops mais práticos ou dos momentos de networking, os profissionais presentes terão a oportunidade de descobrir como podem começar a trabalhar remotamente e como funciona o dia-a-dia dos trabalhadores remotos.

Do impacto na gestão de recursos humanos ao empreendedorismo digital, passando pela tecnologia e comunicação que faz o trabalho remoto funcionar numa empresa e pelo nomadismo digital, incluindo ainda o repovoamento de áreas rurais através deste modelo de trabalho: estes são apenas alguns dos temas a ser discutidos nos dois dias da conferência Remote Shit. Para além das palestras, haverá três workshops a decorrer no 2º dia de evento sobre a transição para um modelo de trabalho remoto, a criação e desenvolvimento de uma missão pessoal e a produção de conteúdos digitais. Haverá também mesas de discussão das quais farão parte convidados especiais para debater quais os próximos passos para implementar o trabalho remoto em Portugal, tocando em tópicos como a legislação, os modelos de contratação e a cultura das empresas.

O Remote Shift vai decorrer nos dias 26 e 27 de Outubro no ISCTE, em Lisboa. Os bilhetes custam entre 45 e 165 euros, podendo ser adquiridos online; existem ainda opções para grupos de empresas.

Programação

Dia 1 – Sábado

  • 8:30 – Abertura
  • 9:45 – Paula Gaia (Polar Insight) – FLEX – “O retrato da (in)flexibilidade laboral em Portugal”
  • 10:10 – Joana Pais Afonso (Deloitte) – “O impacto do trabalho remoto no Employer Branding”
  • 10:35 – Joana Sá (XO Studio) – “Cria a tua carreira de sonho – Um boost no bem-estar e criatividade”
  • 11:00 – Intervalo & Networking
  • 11:30 – Victoria Haidamus (Digital Product Designer) – “Ainda precisas de um escritório para trabalhar?”
  • 11:55 – Cláudio Cigarro (Namecheap) – “Como fazer o trabalho remoto funcionar? Tecnologia e comunicação”
  • 12:20 – Mariana Naccaratti (IATI Seguros) – “Porque estamos a apostar no nomadismo digital?”
  • 12:45 – Almoço
  • 14:00 – Gonçalo Hall (Consultor) – “Trabalho remoto, nomadismo digital e o futuro do trabalho”
  • 14:25 – June Ann Bolneo (Grow Remote) – “How Grow Remote is using remote work to repopulate rural areas”
  • 14:50 – Filipa Lacerda (Gitlab) – “Como é trabalhar numa empresa 100% distribuída”
  • 15:15 – Intervalo & Networking
  • 15:45 – Steven Ebbers (Nomad Academy) – “Own What You Do: for those who feel there has got to be more to live than this”
  • 16:10 – Alexandre Solleiro (Remote.com) – “How to employ and be employed remotely across borders”
  • 16:35 – Round table: “Trabalho Remoto em Portugal – Next Steps”
  • 18:00 – Encerramento do Dia 1

Dia 2 – Domingo

  • 9:00 – Abertura de portas
  • 9:45 – Daniela Gonçalves (WEbrand Agency) – “Desafios, Oportunidades e Obstáculos de trabalhar numa empresa remota em Portugal”
  • 10:10 – Angelique Slob (Hello Monday) – “Developing Remote Strategies for your company”
  • 10:35 – Frederico Lucas (Novos Povoadores) – “Repovoamento ou novo nomadismo?”
  • 11:00 – Intervalo & Networking
  • 11:30 – Charles Kergaravat (Klaxoon) – “Digital Tools: Collaboration & Efficiency for Remote Work”
  • 11:55 – Orador a anunciar
  • 12:20 – Round Table: “Shift to the Future – O Futuro do Trabalho”
  • 13:00 – Encerramento do Evento
  • 14:30 – Workshops

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