A polémica começou quando vários jogadores de futebol americano se ajoelharam durante o hino nacional no início dos jogos, em protesto pela violência racial contra os negros.
Na sexta-feira, em reacção aos episódios num comício no Alabama, Trump insultou os atletas que escolheram não ouvir o hino nacional de pé, e chamou-lhes “filhos da mãe”, declarando que deviam ser “despedidos”. “Não adoravam ver um destes proprietários de equipas da NFL, quando alguém desrespeita a nossa bandeira, dizer ‘Tirem aquele filho da mãe do campo imediatamente. Está despedido’?”, perguntou o líder norte-americano.
Estes protestos durante o hino nacional no futebol americano começaram em 2016 pelo jogador Colin Kaepernick. Vários atletas, tanto negros como brancos, mas sobretudo afro-americanos, têm seguido o exemplo e ouvido o hino com um joelho no chão.

O segundo episódio da polémica chegou vindo de outra modalidade. Stephen Curry, basquetebolista-estrela-maior dos campeões Gold State Warriors, revelou que ia votar contra a ida dos Warriors à Casa Branca, na qualidade de vencedores do campeonato. “Não apoiamos o nosso Presidente – as coisas que disse e as coisas que ele não disse nos termos correctos, não apoiamos isso. E ao agir e não ir, talvez isso inspire algumas mudanças sobre o que toleramos no nosso país, o que é aceitável e aquilo que devemos ignorar”, disse Curry.
No sábado, o Presidente dos Estados Unidos escreveu no Twitter que Curry já não estava convidado a visitar a Casa da Presidência norte-americana.
Going to the White House is considered a great honor for a championship team.Stephen Curry is hesitating,therefore invitation is withdrawn!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 23, 2017
Mais tarde, os Gold State Warriors confirmaram que não vão visitar a Casa Branca: “O Presidente Trump tornou claro que não fomos convidados.”
Statement from the Golden State Warriors: pic.twitter.com/6kk6ofdu9X
— Warriors PR (@WarriorsPR) September 23, 2017
Os dois episódios já motivaram reacções de peso. A NFL acusou Trump de “uma infeliz falta de respeito” pela liga, a modalidade e os jogadores (e de “não compreender a esmagadora força positiva que os clubes e os jogadores representam nas comunidades”) e, por isso, dezenas de jogadores uniram-se em protesto durante o hino nos jogos de passado domingo.
Da parte da NBA, as reacções mais fortes foram de LeBron James, quatro vezes eleito melhor jogador do campeonato e um dos atletas mais bem pagos do mundo, e do antigo jogador dos LA Lakers e lenda do Basquete, Kobe Bryant:
U bum @StephenCurry30 already said he ain't going! So therefore ain't no invite. Going to White House was a great honor until you showed up!
— LeBron James (@KingJames) September 23, 2017
A #POTUS whose name alone creates division and anger. Whose words inspire dissension and hatred can't possibly "Make America Great Again"
— Kobe Bryant (@kobebryant) September 23, 2017
O ajoelhar tem sido repetido por estrelas de todas as áreas. Contestam as palavras de Donald Trump e acusam-nas de ter como base uma questão racial e não tanto patriótica como o próprio alega. Entre os vários artistas, por exemplo, que têm dado eco às acções dos atletas contam-se Eddie Vedder dos Pearl Jam, Roger Waters, Dave Matthews, Pharell Williams e Stevie Wonder.
O protesto tem-se espalhado pelas redes sociais através da hashtag #TakeAKnee.
#TakeAKnee pic.twitter.com/rSU8zT7mlI
— Pearl Jam (@PearlJam) September 25, 2017
Incredible night in Hartford. @XLCenter #takeaknee #rogerwaters #usandthemtour pic.twitter.com/RkB6FSahhZ
— Roger Waters (@rogerwaters) September 25, 2017